Chineses da Shenzhou-16 retornam após seis meses no espaço

Três taikonautas trabalharam na estação espacial Tiangong

O veículo de reentrada da Shenzhou 16 pousou de paraquedas em Dong Feng, região da Mongólia Interior

A cápsula da espaçonave Shenzhou-16 pousou em Dongfeng, na Região Autônoma da Mongólia Interior, norte da China, em 31 de outubro de 2023 após cinco meses em órbita acoplada à estação espacial TianGong. Dentro da cabine estavam o veterano comandante da missão, Jing Haipeng, e os engenheiros de voo Zhu Yangzhu e Gui Haichao – esses dois retornando após sua primeira missão ao espaço. Durante o pouso, a missão enfrentou um rasgo no pára-quedas. O vídeo compartilhado pela mídia estatal chinesa mostra a pluma branca subindo , resultado da ejeção do combustivel residual do sistema de controle – esta uma tarefa programada. Os astronautas chineses pousaram com segurança apesar do aparente rasgo ter aparecido no paraquedas. A China Central Television (CCTV) transmitiu o vídeo da descida da Shenzhou 16 na noite de segunda para terça-feira (30/31 de outubro), A cápsula pousou com segurança no deserto de Gobi, na Mongólia Interior, às 20h11 EDT de 30 de outubro (00:11 GMT e 08:11, horário de Pequim, em 31 de outubro). Quando pousou, a cápsula tombou algumas vezes antes de ser envolvida por uma nuvem de areia levantada pelo impacto, que as cápsulas Shenzhou amortecem ao disparar foguetes de frenagem. Em algumas das filmagens, o céu azul pôde ser visto através do pára-quedas com faixas vermelhas e brancas.

O comandante Jing estava animado após o pouso, informou a CCTV. “Estou muito entusiasmado neste momento. Finalmente voltamos para casa e para o abraço de nossa pátria. Concluímos com sucesso a missão de cinco meses”, disse ele. Os três astronautas trabalharam no complexo composto pelo módulo principal TianHe, os módulos de experimentos WenTian e MengTian, sua nave de transporte e a nave cargueira TianZhou, orbitando a Terra com parâmetros de 390 km x 395 km com período de 92,34 minutos, inclinação de 41,48 graus.

Rasgo no paraquedas

Um rasgo era visível antes da nuvem branca de propelente expelido deixar a cápsula, algo que não foi relatado durante missões anteriores. No entanto, isso não pareceu afetar as operações. Mesmo que o pára-quedas de 1.200 metros quadrados tivesse falhado, a tripulação ainda tinha um pára-quedas reserva, caso o principal falhasse. Este seria aberto automaticamente se a cápsula de reentrada descesse muito rapidamente de uma altitude de 6 a 5 quilômetros – disse Shao Limin, vice-gerente tecnológico de sistemas de espaçonaves tripuladas da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), em junho passado, enquanto discutia a missão anterior, Shenzhou 15. As autoridades espaciais chinesas até agora não anunciaram nenhum incidente durante a descida da Shenzhou 16.

Espaçonave pousada no deserto da Mongólia Interior

Houve um incidente anterior envolvendo pára-quedas das Shenzhou: alguns relatórios de época afirmavam que, durante a missão Shenzhou 2 – um voo de teste sem tripulantes realizado em janeiro de 2001 – a cabine foi danificada na fase final de pouso porque um dos cabos partiu-se. Após um atraso, as autoridades chinesas pararam de negar que tinha havido um pouso forçado, que resultou de um cordame arrebentado do pára-quedas. Os pára-quedas são submetidos a extensos testes e garantia de qualidade.

Os taikonautas foram auxiliados para sair do módulo de reentrada

Se for encontrado um rasgo no pára-quedas da Shenzhou 16, a agência de voos espaciais tripulados da China provavelmente investigará rapidamente, especialmente com a nova tripulação da Shenzhou 17 já a bordo da Tiangong e devendo retornar dentro de seis meses. A China também está desenvolvendo uma espaçonave tripulada de próxima geração, maior e parcialmente reutilizável. Essa nova espaçonave desce à Terra com três pára-quedas, em vez de um grande, como fazem atualmente as naves Shenzhou e a russa Soyuz.

Um pequeno rasgo no tecido de nylon-kevlar rip-stop do paraquedas principal

Pesquisa científica de volta

Um lote de amostras de experimentos científicos processados na estação espacial foi trazido à Terra pela cápsula. Essas amostras foram entregues a cientistas envolvidos no uso do espaço para pesquisas. A cápsula trouxe amostras experimentais sob o sistema de utilização do espaço. O peso total das amostras foi superior a 20 kg. Algumas delas serão usadas para realizar experimentos relacionados à biologia molecular, biologia celular, análise de crescimento e metabolismo em órbita etc. A outra parte será testada e analisada em laboratório para estudar as propriedades físicas e químicas de materiais que são difíceis de determinar nas condições de gravidade.

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Autor: homemdoespacobrasil

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