Falcon 9 decola de Cabo Canaveral com mais um lote de aparelhos de comunicação via internet
Falcon 9 v1.2 BL 5 com uma ‘pilha’ de Starlinks na seção de cabeça, com uma concha da coifa aberta
A SpaceX lançará amanhã, 1º de dezembro de 2021, mais um lote de 53 satélites Starlink (Starlink Grupo 4-3) em uma órbita terrestre baixa, a cerca de 212 x 339 km inclinada em 53,2 °. O foguete decolará da plataforma de lançamento SLC-40 da estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida, às 20:36 hora de Brasília. Depois de impulsionar o segundo estágio à altitude desejada, o primeiro estágio “core” fará uma aterrissagem controlada na barca-drone “A Shortfall of Gravitas” a cerca de 632 km do local de partida. O barco auxilar Finn Falgout dará apoio à missão, rebocando a barca, e o navio Bob recuperará as coifas de carga. Previsão do tempo está em 90% ‘aprovada’ para quarta e quinta, e os critérios de risco adicionais são baixos para ambas as datas.
Cada satélite Starlink pesa aproximadamente 260 kg e apresenta um design compacto e chato que minimiza o volume, permitindo que uma “pilha” densa aproveite ao máximo as capacidades da carenagem de carga do foguete Falcon 9. Com quatro painéis de arranjo de fase e duas antenas parabólicas em cada satélite, ele permite transmissão de dados entre estações de escuta e também entre-satélites. No final de seu ciclo de vida, os satélites utilizaram seu sistema de propulsão para sair de órbita ao longo de alguns meses. No caso de seu sistema de propulsão se tornar inoperante, os satélites queimarão na atmosfera da Terra dentro de um a cinco anos, significativamente menos do que as centenas ou milhares de anos necessários em altitudes mais elevadas. Além disso, os componentes Starlink são projetados para se desintegrarem-se totalmente na reentrada.
Trajetória de lançamento e recuperação do primeiro estágio na balsa-droneTrajetória de reentrada do segundo estágio do foguete
Datas de lançamento estimadas: Data primária = quarta-feira, 1º de dezembro às 23h20 UTC (18h20 EST). Data de reserva # 1 = quinta-feira, 2 de dezembro às ~ 22h57 UTC (~ 17h57 EST). Data de reserva # 2 = sexta-feira, 3 de dezembro às 22h35 UTC (~ 17h35 EST). Data de reserva # 3 = sábado, 4 de dezembro às ~ 22h12 UTC (~ 17h12 EST). Data de reserva # 4 = Domingo, 5 de dezembro às ~ 21h49 UTC (~ 16h49 EST). Data de reserva # 5 = segunda-feira, 6 de dezembro às ~ 21h27 UTC (~ 16h27 EST). Data de reserva # 6 = terça-feira, 7 de dezembro às ~ 21: 04 UTC (~ 16: 04 EST). Data de reserva # 7 = quarta-feira, 8 de dezembro às ~ 20h41 UTC (~ 15h41 EST).
Não há ‘risco de falência’. Pelo menos, enquanto Musk puder ser controlado
Um suposto e-mail corporativo, no qual o CEO da SpaceX apontaria dificuldades na cadeia de produção após demissão de funcionários-chave, foi “vazado” por um obscuro site de notícias – e reproduzido pela CNBC. Na suposta mensagem, da qual não há ‘prints’ – apenas a transcrição, enviada aos funcionários da SpaceX, dada a público no dia 29 de novembro, Elon Musk teria feito menção a uma ‘crise’ na produção dos motores Raptor para a nave Starship e foguete Superheavy e disse que a empresa poderia enfrentar um “risco genuíno de falência” se não conseguir atingir uma taxa de voo de uma vez a cada duas semanas no próximo ano. A empresa está tendo problemas com a produção de seu motor de metano de combustão em estágios com fluxo total ‘Raptor’ para o veículo Starship/SH. Os problemas de produção tornaram-se ainda mais pronunciados, como Musk teria supostamente descrito. Apesar de haver pouca possbilidade deste e-mail, se verdadeiro, representar qualquer ameaça real à empresa, o assunto levanta oportunidade para se estudar a situação da SpaceX e as perspectivas para as atividades em Boca Chica e Hawthorne nos próximos meses. A SpaceX não emitira nenhuma resposta até o início da madrugada do dia 30.
A empresa está atualmente desenvolvendo seu próximo foguete, o Starship/Superheavy em Boca Chica, Texas. O Starship é o veículo com o qual Musk planeja “levar a humanidade a Marte”, e antes ela será usada para levar astronautas americanos da NASA à superfície da Lua como alunissador para o programa Artemis. Mas antes que a Starship possa transportar pessoas a qualquer lugar, a SpaceX precisará resolver seus problemas de produção de motores.
Na verdade, a SpaceX não está à beira da falência, ao que se pode observar das atividades nos últimos meses. A se confirmar a veracidade do e-mail, Musk está mentindo para seus funcionários para envergonhá-los e fazê-los fazer o que ele quer, algo que ele faz com alguma frequência, – e agora estaria a cargo deles julgarem o teor de suas palavras. Outros analistas ponderam a possibilidade de Elon estar querendo incentivar seus comandados a se esforçar muito para o próximo ano; ou pode ser um sinal de que problemas reais podem ter sido varridos para debaixo do tapete pelo gerenciamento anterior.
A SpaceX é conhecida por ser um bom recurso na elaboração de currículos. O profissional vai trabalhar lá por alguns anos por um salário relativamente baixo e é obrigado a trabalhar centenas de horas extras após ter completado a faculdade ou estágio, e então usa isso para conseguir um emprego mais fácil e com melhor remuneração em outro lugar na indústria aeroespacial.
A se confiar no e-mail, se a fabricação de motores é o gargalo, dinheiro somente não resolve o problema. Ajudaria a adiar uma hipotética falência – o que seria altamente improvável – mas não constrói motores. São necessarios trabalhadores para assumir a produção. Isso não se resolve rapidamente com compra de um novo equipamento (se estiver disponível) e nem com a contratação de uma nova equipe (se disponível), pois ambos requerem um tempo significativo para se tornarem produtivos. Talvez o design atual trabalhe com tolerâncias irreais e o desenvolvimento precise chegar a um design mais sólido, ou talvez as linhas de produção de Hawthorne ou em Starbase não sejam capaz de atender aos padrões de qualidade esperados.
É óbvio para qualquer um que não há realmente um risco de falência, porque os investidores estariam fazendo fila para financiar a SpaceX se Elon não estivesse disposto a sacar ações da Tesla para pagar por ela (o que ele fará, se for necessário). Musk está mais preocupado em manter o cronograma e as projeções e superar o pior gargalo que pode atrasar todo o projeto. Há também a preocupação de que, se ele for forçado a permitir a entrada de novos investidores, o conselho pode decidir se concentrar no foguete Falcon 9, porque este é efetivo em levantar recursos – e reduzir o orçamento agressivo de pesquisa e desenvolvimento de Elon, que não faz nenhum sentido econômico.
Se eles desacelerassem o desenvolvimento de novos projetos, economizariam muito dinheiro e nunca teriam problemas de liquidez.
Musk, conhecido por sua ética de trabalho e a recusa em tirar férias (e o suposto hábito de dormir no chão da fábrica ), planejou realmente fazer uma pausa no fim de semana de Ação de Graças, mas certos fatos mudaram isso (a se tomar o e-mail como real): “Infelizmente, a crise de produção do Raptor é muito pior do que parecia há algumas semanas. Conforme investigamos os problemas após a saída do administrador anterior, eles infelizmente se revelaram muito mais graves do que o relatado. Não há como minimizar isso. Eu ia tirar este fim de semana de folga, meu primeiro fim de semana de folga em muito tempo, mas em vez disso, estarei na linha do Raptor a noite toda e durante o fim de semana.”
Este ‘administrador anterior’ provavelmente seria Will Heltsley, ex-vice-presidente sênior de propulsão da SpaceX, que se demitiu (ou foi demitido) em novembro. Conforme relatado, ele deixou a produção do Raptor devido à “falta de progresso”. Além disso, o ex-vice-presidente de missão e operação de lançamento, Lee Rosen, e o diretor sênior de missão e operações de lançamento Rick Lim também deixaram a empresa. A produção do motor Raptor agora é comandada por Jacob Mackenzie, que está na SpaceX há mais de seis anos.
Musk teria continuado o e-mail pedindo aos funcionários que trabalhassem mais: “A menos que você tenha assuntos familiares críticos ou não possa voltar fisicamente para Hawthorne, precisaremos de todos os esforços para nos recuperar do que é, francamente, um desastre. As consequências para a SpaceX se não conseguirmos fabricar Raptors confiáveis o suficiente é que não poderemos lançar a Starship, o que significa que não poderemos lançar satélites Starlink V2 (o Falcon não tem o volume nem capacidade de carga necessária para o modelo V2 ). O satélite V1, por si só, é financeiramente fraco, enquanto o V2 é forte.”
“Além disso, estamos aumentando a produção dos terminais para vários milhões de unidades por ano, o que consumirá um capital massivo, assumindo que o satélite V2 estará em órbita para lidar com a demanda de largura de banda. Caso contrário, esses terminais serão inúteis.” Esses satélites Starlinks mais recentes são relatados como sendo ‘maiores’. A SpaceX tem lançado satélites tipo V1.5 nos últimos tempos, e consegue economizar dinheiro sendo seu próprio provedor de lançamento; no entanto, é importante observar a declaração de Musk de que “o Satellite V1 por si só é financeiramente fraco”. Mesmo apenas nos terminais de usuário Starlink , a empresa estava perdendo quase US $ 1.000 por cliente no início. Desde então, reduziu os custos e lançou um novo terminal de usuário, mas estava operando com grandes prejuízos iniciais a fim de construir uma base de clientes para a constelação de Internet via satélite. Isso sem considerar os milhões por lançamento do Falcon 9 e o custo real dos satélites em órbita, que Musk diz que vai diminuir com o V2 e a entrada em serviço comercial da Starship.
Mesmo com a SpaceX inicialmente perdendo $ 1000 em cada cliente, depois cada um começa a pagar $ 100 por mês. Mesmo levando em consideração o fato de que apenas um quinto desse valor pode ir para o lucro, em quatro anos eles recuperam seus investimentos e vão começar a ter lucro líquido.
O e-mail chegou no fim de semana de Ação de Graças, uma época em que os funcionários estavam tentando passar com suas famílias e, em vez disso, foram chamados de volta para resolver problemas de produção dos Raptor. Isso também ocorre porque a SpaceX tem sido vista como um grande sucesso para quem observa do lado de fora. A empresa aprovou recentemente uma avaliação de US $ 100 bilhões, tirou seu programa Starlink da versão beta e está de volta a trabalhar com a NASA no módulo lunar Starship, conforme o protesto da Blue Origin foi concluído.
Elon também recentemente retirou seu dinheiro das ações da Tesla. Embora parte disso tenha sido pré-agendado e ele tenha usado uma ‘enquete’ do Twitter para “guiar” sua decisão, é possível que ele pudesse usar isso para financiar pessoalmente a SpaceX, a fim de resolver quaisquer possíveis dificuldades financeiras dentro da empresa. É dificil se considerar a (suposta) menção de Elon sobre falência literalmente. O fato de Musk estar colocando esse nível de importância na Starship, que está progredindo rapidamente em breve, seria na verdade um bom indicador do que está por vir nos próximos meses.
A Starship é essencial para o futuro da SpaceX. Embora o Falcon 9 seja o cavalo de carga atual da empresa e tenha sido extremamente bem-sucedido, a mudança para um foguete totalmente reutilizável permitirá que se lance ainda mais cargas úteis a um custo menor, e isso pode ter sucesso. O programa de teste da Starship acontece ao ar livre, onde os espectadores podem ver os sucessos e fracassos da empresa. A explosão de protótipos anteriores chamou muita atenção antes do voo bem-sucedido do SN15 ( o único teste feito com sucesso após uma série de explosões catastróficas), mas a empresa ainda tem um longo caminho a percorrer antes de ter um teste orbital bem-sucedido, muito menos um cronograma de produção sólido para a nave espacial. A última vez que tanta pressão foi colocada sobre a SpaceX aconteceu logo depois que eles enviaram astronautas para a estação espacial pela primeira vez. Elon Musk disse aos funcionários que a Starship era agora a ‘principal prioridade da SpaceX’, enquanto pedia a qualquer um que desejasse se mudar para o Texas para trabalhar diretamente no projeto, e muito se fez na Starship desde então.
O protótipo S20, que deve fazer um vôo de teste orbital no ano que vem, está configurado para cair nas águas da costa do Havaí, mas não é provável que chegue tão longe. Anteriormente, telhas do sistema de proteção térmica foram soltas do casco mo momento da purga do tanque, em ensaios estáticos e em experimentos da linha de produção. Os ladrilhos usados atualmente e o sistema de acessórios parecem propensos a rachar e cair, o que não funcionará se a “Nave 20”, e os exemplares futuros, sobreviverem à reentrada. A SpaceX precisará descobrir como produzir de forma confiável isolantes térmicos mais robustos e montá-los nos cascos. A empresa parece estar fazendo exatamente isso, pelo que se nota nas diferentes anotações de cor nos ladrilhos, por conta dos experimentos de produção. Os testes em terra mostram que as telhas atuais tem pouca chance de proteger a nave durante uma reentrada atmosférica real, de modo que não será surpresa se a ela for destruída. A fim de obter dados úteis do vôo, será feito uso do gravador de bordo para traçar a curva de performance do protótipo. A SpaceX tem um longo caminho a percorrer antes de alcançar um voo orbital bem-sucedido e um voo a cada duas semanas para a nave no próximo ano é uma meta ambiciosa, e alguns interpretam o trecho (suposto) “…risco genuíno de falência…” se a empresa não conseguir atingir essa taxa de vôo seria um sinal dos tempos difícieis na SpaceX.
O exemplo da Tesla
Em outubro de 2020, Musk twittou que sua empresa de carros elétricos Tesla esteve a cerca de um mês da falência nos últimos anos, quando ainda estava-se tentando descobrir como produzir em massa o sedã elétrico Model 3. No meio de uma discussão sobre a história de arrecadação de fundos da Tesla, um seguidor perguntou: “Quão perto esteve a Tesla da falência ao trazer o Modelo 3 para produção em massa?” Musk respondeu: “O mais próximo que chegamos foi cerca de um mês. A rampa do Modelo 3 foi extremamente estressante e dolorosa por um longo tempo – de meados de 2017 a meados de 2019. Um inferno de produção e logística . ”
No início de 2019 – quando a Tesla estava fabricando menos de 63.000 Modelos 3 por trimestre – Musk arrecadou bilhões ao promover a Tesla em um evento nacional e em ligações com investidores institucionais. Naquela época, Musk e outros executivos da Tesla disseram em relatórios financeiros trimestrais e opções de investidores que a empresa seria capaz de financiar suas necessidades com o fluxo de caixa existente . No terceiro trimestre, a Tesla relatou seu quinto trimestre consecutivo de lucratividade, em grande parte graças às vendas de créditos regulatórios.
A empresa não divulga mais números de produção apenas para o Modelo 3. No entanto, desde seu inferno de “produção e logística” com o Modelo 3 nos Estados Unidos, ela abriu uma nova fábrica em Shangai, onde sua meta é produzir 150.000 Model 3 por ano e, em seguida, aumentar a produção anual para pelo menos 250.000 veículos por ano , incluindo o Model Y e o Model 3.
Dias depois, Musk também parecia defender seu pacote de remuneração como CEO sem precedentes no Twitter. Um fã comentou sobre o acordo de Musk em 2018 para permanecer como CEO da Tesla, trabalhando sem salário, mas em vez disso acumulando os direitos de comprar ações da empresa mais tarde a preços fixos, se o negócio atingisse certos marcos. Musk respondeu, referindo-se a seu outro empreendimento, a SpaceX: “Sim, embora eu não esperasse que as ações subissem tanto . A razão para as opções de ações é que elas são necessárias para ajudar a pagar para que a humanidade chegue a Marte em 10 a 20 anos. ”
Musk ganhou várias parcelas desse pacote de compensação no valor de mais de US $ 11 bilhões à medida que a pandemia do coronavírus se alastrava. Ao mesmo tempo, a Tesla reduziu o pagamento dos funcionários, dispensou trabalhadores e disse aos funcionários da fábrica para voltarem para construir carros em Fremont, Califórnia, antes que o estado e o condado considerassem seguro fazê-lo.
Cargo Dragon 2 levará suprimentos para a estação espacial
A NASA e a SpaceX planejam para terça-feira, 21 de dezembro de 2021, às 05:06 da manhã EST (07:06 de Brasília), para o lançamento da 24ª missão de Serviços de Reabastecimento Comercial (CRS-24) para a Estação Espacial Internacional. A espaçonave Cargo Dragon 2 C209 vai ser lançada por um foguete Falcon 9 Block 5 a partir do Complexo de Lançamento 39A do Centro Espacial Kennedy na Flórida. O Dragon transportará alimentos, suprimentos e experimentos científicos para a tripulação em órbita, incluindo um estudo de crescimento de cristal de proteína que pode melhorar a entrega de medicamentos para o tratamento do câncer e uma impressora bioprinter portátil que poderá futuramente ser usada para imprimir tecido diretamente em feridas para uma cura mais rápida. projetada para reproduzir estruturas complexas como pele ou vasos sanguíneos usando biomateriais, incluindo células vivas. Espera-se desenvolver uma tecnologia que no futuro possa ser usada para recriar, por exemplo, a pele diretamente em queimaduras ou outras feridas. A Dragon também levará o sabão em pó Tide para a ISS, cujos fabricantes querem entender como ele será eficaz em gravidade zero. A espaçonave chegará à estação na quarta-feira, 22 de dezembro, aproximadamente às 04:30 EST (06:30de Brasília) e permanecerá acoplada por cerca de um mês antes de retornar à Terra.
Emblema da CRS-24
A NASA contratou a missão e assim determinou a carga útil primária, a data de lançamento e os parâmetros orbitais da nave. As cargas úteis para a ISS incluem: o ANITA-2, um sistema de monitoramento de gases desenvolvido pela OHB e SINTEF sob contrato da ESA, e o experimento europeu Astro Pi. Serão transportados também os CubeSats ELaNa 38 -quatro CubeSats planejados para serem ejetados ao espaço nesta missão, os : DAILI – da The Aerospace Corporation de El Segundo, Califórnia GASPACS – da Utah State University, Logan, Utah PATCOOL – da NASA, Kennedy Space Center, Flórida e Universidade da Flórida TARGIT – o Tethering And Ranging do Instituto de Tecnologia da Geórgia (TARGIT), de Atlanta, Geórgia
A C209 é o segundo exemplar de carga da Dragon 2. A C209 e as outras Cargo Dragons são diferentes da variante tripulada, lançadas sem assentos, paineis de comando na cabina, sistemas de suporte de vida para tripulação ou motores SuperDraco de aborto. A Cargo Dragon melhorou muitos aspectos do design original da espaçonave Dragon original (v.1) , incluindo o processo de recuperação e remanufatura.
O lançamento dos satélites de navegação Galileo do cosmódromo de Kourou, na Guiana Francesa, ocorrerá dentro do cronograma, informou a Roskosmos. De acordo com o cronograma de lançamento aprovado pela corporação estatal Roskosmos, o lançamento do foguete Soyuz ST-B (VS26) com o estágio superior Fregat-M e duas espaçonaves Galileo-FOC FM23 (“Patrick”) está programado para 03h31, horário de Moscou, em 2 de dezembro de 2021 (21:31 hora de Brasília do dia 1º). O chefe da Roskosmos, Dmitry Rogozin, relatou anteriormente que dois lançamentos de foguetes russos do cosmódromo de Kourou estão planejados para o final do ano. A rede Galileo, com um orçamento de mais de dez bilhões de euros, foi projetada para fornecer serviços de geolocalização de alta precisão, graças a um sistema de três dezenas de satélites. Sua implantação completa foi planejada para ser realizada até 2020, a fim de competir com o sistema GPS americano, o russo GLONASS e o chinês Beidou.
Os preparativos para o lançamento do foguete Soyuz-ST com as espaçonaves Galileo continuam no Centro Espacial da Guiana Francesa. De acordo com o cronograma da campanha, especialistas russos prepararam o complexo de lançamento Soyuz para receber o veículo de lançamento e a ogiva espacial.
No posto de abastecimento, os especialistas da TsENKI e da NPO completaram o enchimento do estágio superior Fregat com os propelentes. Os especialistas europeus montaram a seção da carga útil. Em 22 de novembro, foi feito o transporte do Fregat com combustível para a zona S3B, localizada no complexo de lançamento Ariane para a montagem da ogiva espacial. No sábado, 27 de novembro, começaram os trabalhos na programação de lançamento. A preparação do veículo lançador e a operação dos equipamentos de processamento de solo fornecidos pelo lado russo são feitos pelos especialistas das empresas da Roskosmos. Em janeiro, o Diretor Geral Adjunto de Cooperação Internacional da Roskosmos, Sergei Savelyev, disse que a Federação Russa em 2021 planejava realizar 10 lançamentos com foguetes Soyuz-2 e Soyuz-ST para clientes estrangeiros.
Em 14 de outubro de 2021, chegou à Guiana o navio Tucano com dois veículos lançadores Soyuz-ST e uma carenagem frontal fabricada pela Progress (de Samara, que faz parte da Corporação Estatal Roskosmos ). A bordo também estão os estágios superiores Fregat produzidos pela Associação Científica e de Produção S.A. Lavochkin (de Khimki, ) e componentes do propelente. Para chegar à Guiana Francesa, os componentes percorreram um caminho, primeiro de trem da cidade de Samara ao porto de São Petersburgo; depois pelo porto francês de Le Havre, o navio rumou para o mar aberto, passando o canal inglês. O navio percorreu a distância de 8.110 quilômetros através do Atlântico em semanas. Os estágios dos foguetes viajaram desta forma em conteineres selados especiais nos quais a umidade e pressão necessárias são mantidas. Após o descarregamento, contêineres com equipamentos de alta tecnologia foram para armazenamento no prédio de montagem e teste do complexo de lançamento, no Centro Espacial da Guiana. Especialistas do Instituto de Pesquisa de Complexos de Lançamento V.P. Barmin ( filial do TsENKI) começou a trabalhar nos preparativos para o lançamento dos satélites europeus Galileo. No edifício de montagem e teste, especialistas da indústria fizeram os testes de vácuo, elétricos e pneumáticos com o estágio superior Fregat.
Nave russa e seu foguete são ainda o veículo espacial mais seguro da Astronáutica
Via Roskosmos
O foguete Soyuz é, sem dúvida, o veículo de lançamento russo mais famoso. É facilmente reconhecível pelos quatro blocos laterais cônicos (as “cenouras”) do primeiro estágio, a carenagem da cabeça característica com quatro retângulos de aletas treliçadas e a graciosa “torre” do sistema de resgate de emergência SAS (em lançamentos tripulados). O foguete e a nave espacial de mesmo nome completam 55 anos de atividade em 2021.
Em 28 de novembro de 1966, a primeira espaçonave da série Soyuz foi lançada. O vôo da nave foi experimental e não tripulado. De acordo com a prática estabelecida na URSS, devido ao regime de sigilo, esta nave recebeu o nome-código Kosmos-133. O vôo durou dois dias, e na cabine, um manequim estava a bordo.
Após o lançamento bem-sucedido dos foguetes 8K72/72K Vostok em 1963, o designer-chefe do escritório de design OKB-1 (agora RKK Energiya, afiliada à Roskosmos ) o designer-chefe Sergey Korolev, começou a desenvolver uma nova direção na cosmonáutica tripulada. Considerada não apenas voos simples com encontro passivo de naves em órbita, mas também voos em grupo de longo prazo com encontro ativo e acoplagem, a transição dos cosmonautas de nave para nave. Para apoiar essas tarefas, o OKB-1 criou uma espaçonave com novos motores e um sistema de controle, condições mais confortáveis para os cosmonautas (um compartimento utilitário foi introduzido no projeto) e, portanto, com uma grande massa.
O foguete mais poderoso da época era o 11A57 Voskhod. No entanto, sua relação peso / potência não foi suficiente para a implementação de novos programas espaciais. Em paralelo com a criação da nova espaçonave no OKB-1 por sua filial No. 3 em Kuibyshev (agora o Centro Espacial Progresso da Roskosmos), o trabalho estava em andamento para criar uma nova geração de espaçonaves automáticas do Zenit- tipo 4MT, que também exigia um aumento no foguete. Além disso, a questão de equipar uma espaçonave tripulada com um sistema de resgate de emergência ativo era crucial. Assim, surgiu a necessidade de desenvolver uma nova modificação do veículo de lançamento. Ela recebeu o nome de 11A511, ou Soyuz, como seria chamada mais tarde.
Em meados da década de 1960, toda a documentação do projeto dos mísseis R-7 e R-7A foi transferida de Podlipki perto de Moscou para Kuibyshev por ordem de Korolev. Portanto, de acordo com o Decreto do Governo de 3 de dezembro de 1963, um novo veículo de lançamento de classe média de três estágios começou a ser desenvolvido pelos especialistas do ramo nº 3 do OKB-1 sob a liderança de Dmitry Kozlov. O veículo de lançamento Voskhod com a espaçonave Voskhod-1 e a primeira tripulação de três cosmonautas ainda não fora lançado. Aleksey Leonov ainda não havia feito sua caminhada espacial com a espaçonave Voskhod-2, e os projetistas de Kuibyshev já haviam desenvolvido um novo veículo de lançamento, que aguardava um destino longo e feliz para o foguete principal da cosmonáutica tripulada russa.
O veículo Soyuz foi criado com base no foguete Voskhod. A modernização foi realizada pela filial de Kuybishev. Exteriormente, os estágios do foguete permaneceram praticamente inalterados, mas em suas características era um foguete completamente diferente. Como resultado das medidas tomadas, o impulso específico dos motores do primeiro estágio foi aumentado, o sistema de controle do terceiro estágio foi modernizado e a rede de cablagem de bordo foi significativamente aliviada. Além disso, um novo tipo de sistema de resgate de emergência foi desenvolvido. Ela proveria o resgate da tripulação em caso de acidente com o veículo lançador, tanto na plataforma quanto em qualquer fase do voo. O esquema estrutural e de layout do SAS tornou-se a base para todas as modificações de foguetes e espaçonaves da série Soyuz, e sobreviveu até hoje, embora tenha sido modernizado várias vezes ao longo de muitos anos de operação.
Os três primeiros lançamentos não tripulados da Soyuz foram acompanhados por vários problemas de funcionamento: o Kosmos-133 foi destruído durante o pouso; o segunda nave foi perdida na explosão do veículo de lançamento em Baikonur; o terceiro, o Kosmos-140, não completou as tarefas atribuídas e, com a perda de hermeticidade do veículo de descida, caiu no gelo do Mar de Aral. Apesar disso, foi decidido lançar a quarta espaçonave em uma versão tripulada. Esta nave foi denominada Soyuz-1.
Em 23 de abril de 1967 foi feito o primeiro lançamento tripulado de uma Soyuz, com o cosmonauta Vladimir Komarov e bordo. O foguete funcionou normalmente, porém a nave sofreu um defeito no retorno e o piloto morreu no cheque com o solo. Em 26 de outubro de 1968, o segundo lançamento do foguete Soyuz tripulado ocorreu no cosmódromo de Baikonur. A espaçonave Soyuz-3 com o cosmonauta Georgy Beregov foi colocada em órbita. Mais de meio século se passou, mas ainda agora as espaçonaves russas são enviadas ao espaço no foguete mais confiável do mundo, que leva o nome de Soyuz.
Desde então, o Soyuz tornou-se um veículo indispensável para a realização de voos espaciais. Um verdadeiro cavalo espacial. Tornou-se o único veículo de transporte tripulado para os programas soviéticos de estações orbitais de longo prazo dos tipos Salyut e Mir. O suporte para voos tripulados da Estação Espacial Internacional não pode prescindir dele. Depois que os voos do ônibus espacial foram encerrados em 2011, e até 2020, apenas a Soyuz transportou pessoas para a estação. Durante toda a existência da ISS a Soyuz foi uma nave de resgate para a expedição principal da estação.
A nave passou por várias versões, as quais são descritas resumidamente:
Soyuz – nave espacial tripulada de primeira geração. Ele teve uma modificação separada para um vôo conjunto soviético-americano sob o programa Soyuz-Apollo em 1975. Foi usado para voos espaciais autônomos e como meio de enviar tripulações às estações orbitais soviéticas de longo prazo, Salyut-1 a Salyut-6.
A Soyuz-T é uma espaçonave aprimorada, que possibilitou o retorno ao projeto original com a possibilidade de voo de três pessoas (em trajes espaciais). Após o desastre da Soyuz-11, todas as espaçonaves soviéticas voaram com tripulações de dois. Foi usada para voos de tripulações para as estações soviéticas Salyut-6, Salyut-7 e Mir.
A Soyuz-TM é uma nave com um novo sistema de propulsão que permite voos de longa duração com manobras orbitais. Foi usada para voos de tripulações para a estação Mir e a ISS.
Soyuz-TMA, (A-antropométrica), com uma ampla gama de parâmetros antropométricos para os tripulantes. A revisão foi feita com o objetivo de trazer as capacidades da espaçonave para voos de pessoas do programa espacial americano, que contavam com medidas corporais diferentes dos russos. Usada para voos da tripulação para a ISS.
O Soyuz-TMA-M é uma série de naves TMA com sistema de instrumentação a bordo modificado. Usado para voos da tripulação para a ISS.
A Soyuz MS em uso hoje é a versão mais recente com sistemas de controle e serviço aperfeiçoados.
No momento, os preparativos para o próximo lançamento tripulado estão em andamento no cosmódromo de Baikonur. A decolagem do Soyuz-2.1a (14A14A 2.1a) com a espaçonave Soyuz MS-20 está programado para 8 de dezembro de 2021 às 10:38, horário de Moscou (04:38 de Brasília). O vôo para a Estação Espacial Internacional terá duração de doze dias, em contrato com a Space Adventures. O comandante da tripulação principal é o cosmonauta Alexander Misurkin da Roskosmos, enquanto Yusaku Maezawa, presidente da corporação Start Today, e Yozo Hirano, assistente pessoal de Maezawa, são nomeados para a tripulação principal.
Espaçonave cargueira preparou a chegada do novo módulo Prichal para a ISS
Progress MS-17 vista deixando a ISS
Em, 25 de novembro de 2021, às 14:23, horário de Moscou (08:23 hora de Brasília), o veículo de carga russo Progress MS-17 foi desacoplado do módulo de laboratório multifuncional Nauka da Estação Espacial Internacional. Após 4 horas, foi tirado de órbita, reentrando na atmosfera e fragmentos não queimados caíram sobre uma área não navegável do Oceano Pacífico.
Às 17:34:51, horário de Moscou (11:34:51 Brasília), o motor principal foi ligado para fazer a frenagem, tendo funcionado por quase 4 minutos para produzir um impulso de frenagem de 118 metros por segundo. Depois disso, o Progress MS-17 deixou a órbita da Terra e deixou de existir. Sem queimar nas densas camadas da atmosfera, fragmentos caíram às 18:17:12, horário de Moscou, no “cemitério das espaçonaves” numa região não navegável do Oceano Pacífico Sul, a 1,8 mil km da cidade de Wellington e a 7,7 mil km de Santiago.
A espaçonave Progress MS-17 desencaixou-se do adaptador pressurizado do módulo Nauka junto com um espaçador de transição, o que garantiu a acoplagem de veículos de transporte Soyuz MS e Progress MS. O módulo de laboratório polivalente ficou pronto para a chegada do módulo de carga Progress M-UM/Prichal, ocorrida 26 de novembro às 18h26, horário de Moscou.
Teste confirma o telescópio para o lançamento dia 22
As equipes de engenharia concluíram testes adicionais confirmando que o Telescópio Espacial James Webb da NASA está pronto para o vôo, e os preparativos de lançamento estão em dia para a data de lançamento na quarta-feira, 22 de dezembro, às 07h20 EST (09:20 hora de Brasília). O JWST será lançado por um foguete Ariane 5 número de série L5114 a partir do espaçoporto francês de Kourou, na Guiana Francesa.
Testes adicionais foram conduzidos esta semana para garantir o estado de funcionamento do observatório após um incidente que ocorreu quando a liberação de uma braçadeira causou uma vibração em todo o observatório.
Na quarta-feira, 24 de novembro, as equipes de engenharia concluíram esses testes, e um conselho de revisão de anomalias liderado pela NASA concluiu que nenhum componente foi danificado no incidente. Uma revisão de “consentimento para abastecer” foi realizada, e a NASA deu aprovação para começar a abastecer o observatório. As operações de abastecimento começarão na quinta-feira, 25 de novembro, e durarão cerca de dez dias.
Hoje, 26 de novembro de 2021, às 16:40 UTC, a China lançou mais um satélite de comunicações, a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang. O foguete Longa Marcha-3B/G3 nº Y73, que decolou da plataforma LC-2, colocou o Zhongxing 1D/ ChinaSat-1D. Este foi o 399º vôo de um Longa Marcha, e a espaçonave foi colocada em uma órbita de transferência geoestacionária. Foi também o 47º lançamento orbital da China este ano. O ChinaSat-1D é um satélite de comunicação para transmissão em banda C e em UHF, desenvolvido pela China Academy of Space Technology que vai oferecer serviços de transmissão de voz, dados e TV de alta qualidade. “Em vista das características dos ventos de alta altitude em Xichang no inverno, um ‘método de compensação de vento bidirecional na direção leste” foi adotado pela primeira vez nesta missão para reduzir o impacto dos ventos de altitude sobre o lançamento para aprimorar as condições de lançamento e confiabilidade de voo.
A série de satélites ChinaSat englobam veículos de comunicações em órbita geoestacionária, principalmente para a Dianshiguangbo e serviços de transmissão de dados cobrindo todo o território da China, Ásia-Pacífico, Oriente Médio, Austrália, Europa, África e outros regiões. A atualmente os satélites da série ZhongXing são operados pela China Satellite Communications Corp., uma subsidiária da China Aerospace Science and Technology Corporation .
Prichal será o elo de conexão para a ISS e possivelmente contrução de estação independente
Prichal encaixado no Nauka, ao fundo, com a nave espacial Soyuz MS-19 em primeiro plano.
Na sexta-feira, 26 de novembro de 2021, às 18:19:39 horário de Moscou (12:19:39 de Brasília), o rebocador de carga Progress M-UM (espaçonave 303) foi acoplado com sucesso ao segmento russo da Estação Espacial Internacional transportando o módulo multiporta Prichal – o segundo componente russo adicionado à estação em 2021. O Prichal foi projetado para aumentar as capacidades do segmento russo da ISS. O desenvolvimento do segmento russo da estação será garantido pela conexão do módulo com naves de transporte, incluindo a futura espaçonave tripulada Aryol. Durante a aproximação e acoplagem, o sistema de controle remoto TORU foi verificado regularmente, não sendo usado para assumir o comando. O Prichal tem seis portas de acoplamento – uma delas foi usada para encaixá-lo no módulo Nauka; as outras servirão para conectar possíveis outros módulos e uma nave espacial de carga. Também há a possibilidade de usar o novo compartimento e o módulo Nauka como ponto de partida para a construção de uma estação totalmente russa, no futuro. O módulo e seu rebocador foi lançado na quarta-feira (24) por um foguete russo que decolou do cosmódromo de Baikonur.
Vista frontal do novo módulo durante a aproximação
Espaçonave Progress M-UM composta pelo Phichal e o rebocador “Progress M” 11F615.A40 nº 303
“Gostaria de parabenizar a equipe do Grupo Principal de Controle Operacional e nossas empresas pelo sucesso da acoplagem. Hoje podemos afirmar que a formação do segmento russo da Estação Espacial Internacional foi concluída. Este fato para a história da cosmonáutica russa, com a qual, naturalmente, felicito vivamente os entusiastas ”, afirmou o diretor da Roskosmos, Dmitry Rogozin. Segundo ele, o módulo Prichal permitirá trabalhar tecnologias que serão utilizadas futuramente na estação orbital de serviços russa (ROSS) e a tornará “eterna” pela possibilidade de substituição dos módulos individuais. Após a conclusão do acoplamento, o diretor geral fez um contato de rádio e parabenizou os cosmonautas russos a bordo da ISS, Anton Shkaplerov e Pyotr Dubrov.
Configuração da ISS após o engate do módulo
A nave tripulada americana Crew Dragon será capaz de acoplar ao novo módulo russo – e NASA e Roskosmos estão discutindo isso, disse Rogozin. “No momento, a NASA e a Roskosmos iniciaram negociações sobre a harmonização dos padrões técnicos [de acoplamento usando o Prichal]”, disse ele. Rogozin especificou que uma interface de encaixe, ou seja, um adaptador especial, seria necessária para receber as naves americanas.
Soltura de banda de fixação causou vibrações na estrutura
Telescópio JWST no vagão de suporte
A NASA anunciou ontem, 24 de novembro, que os testes no telescópio espacial James Webb (JWST) não encontraram nenhum sinal de dano a qualquer de seus componentes depois que uma braçadeira se soltou durante o trabalho de montagem e teste na oficina da Arianespace em Kourou, na Guiana Francesa. A soltura da braçadeira provocou vibrações na estrutura, que temia-se danificasse o telescópio. Depois de feita uma revisão do sistema, os preparativos para o lançamento do JWST foram retomados. A NASA não discutiu que testes específicos foram realizados ou os componentes potencialmente afetados, mas disse num comunicado que uma equipe de testagem concluiu que nenhum componente do observatório foi danificado. O abastecimento de propelentes começou em 25 de novembro numa sequência de tarefas que durará dez dias. “Os especialistas estavam preparando para encaixar o adaptador do veículo lançador Ariane-5. No entanto, como resultado da liberação repentina não planejada de uma das braçadeiras que prendem o telescópio acoplado ao adaptador, uma onda de vibração passou por todo o telescópio “, explicou a NASA. O incidente ocorrera em 9 de novembro, porém a NASA americana escondeu o fato até 22 de novembro, quando anunciou que estava adiando o lançamento em quatro dias para “conduzir testes”. Os programadores esperaram o resultado das testagens – e as causas da falha – para anunciar formalmente o adiamento. Funcionários da agência não fizeram menção a qualquer evento fora do nominal mesmo durante entrevistas dadas em 18 de novembro, sobre os objetivos científicos e a instrumentação a bordo, dizendo que apenas que o abastecimento estava programado para começar em alguns dias para manter o cronograma para um lançamento na data original, em 18 de dezembro. Nais de trezentas operações são necessárias para garantir que o JWST esteja corretamente instalado e funcionando quando for encapsulado na coifa de carga do foguete-lançador.
Estágio superior do foguete-lançador
A espaçonave deve ser lançada por um foguete europeu Ariane 5 (número de série L5114) em 22 de dezembro, quatro dias depois do planejado anteriormente. A decolagem do Ariane transportando o JWST, na missão VA256, está programada para as 07:20, hora local em Kourou.
O James Webb é ligado ao foguete-lançador através de adaptador de carga útil construído pela RUAG Aerospace, do tipo ACU 2624. Este adaptador cônico de aluminio e fibra de carbono tem formato de tronco de cone e tem no topo uma abraçadeira de liberação primária tipo ‘clamp-band’ equipada com um sistema de destravamento funcionando com parafusos frangíveis.
Exemplo de banda auxiliar de fixação
Esta banda, fornecida pela SAAB Ericsson Space, permite o encaixe de uma base de conexão de 2,64 metros de diâmetro em forma de anel, que é envolvida pela banda de retenção. Uma série de sistemas periféricos são embutidos adaptador, como o mecanismo de liberação, a braçadeira e seus dispositivos de retenção, o conjunto de molas de separação, cablagem umbilical elétrica e os chicotes de fiação necessários. As estruturas do adaptador são projetadas e fabricadas a partir de peças forjadas de alumínio e estruturas de revestimento de polímero reforçado com fibra de carbono.
Sistema de fixação de carga útil da RUAG
Para dar segurança extra em tarefas de transporte e montagem, é adicionada uma banda extra, a chamada banda auxiliar ou GSE band. Ainda não está clara extensão de possíveis danos à banda, ou se ambas foram atingidas. De qualquer modo, como as preparações prosseguiram, pode-se inferir que o sistema foi revisado e considerado seguro, uma vez que o manual manda que os trabalhos podem ser retomados depois que a causa da eventual falha seja encontrada.
O Progress levou com ele o adaptador/espaçador SSVP-P que estava encaixado na extremidade do módulo Nauka
A nave espacial de carga Progress MS-17 deixou a estação espacial internacional hoje, 25 de novembro de 2021, por volta das 14:18 na hora de Moscou (08:18 de Brasília). O cargueiro levou com ele um adaptador de acoplagem SSVP padrão que estava encaixado no colar de engate “nadir’ do módulo Nauka, expondo o sistema SSA-GT (SSVP-M), de 12 ganchos de travamento. Esta manobra foi necessária porque o sistema de acoplamento do novo módulo Prichal, lançado ontem e que deve se acoplar com o Nauka amanhã, está equipado com um colar do tipo ASP-K conversível híbrido ativo, somente compatível com o SSA-GT. Para permitir que outras naves que usavam o sistema padrão SSVP acoplassem no Nauka, o modelo de 12 ganchos foi adaptado com um SSVP-P ‘padrão’ de oito ganchos extra, na frente. Isso permitiu que naves Progress e Soyuz continuassem se acoplando ao Nauka enquanto o Prichal não fosse lançado.
Configuração da ISS após o desengate do Progress MS-17
Progress MS-17, em imagem anterior
Lançado em 22 de julho e acoplado ao compartimento Poisk do segmento russo da estação, o Progress MS-17 havia se desencaixado em 21 de outubro , para se afastar a 185 quilômetros. Então, em 22 de outubro, acoplou no sistema SSVP-P do Nauka, justamente para fazer a separação do adaptador a fim de dar lugar à chegada do Prichal.
O Prichal, por sua vez, deve acoplar-se amanhã ao Nauka, às 15:25 UTC (12:15 hora de Brasília) usando o colar de engate recém-exposto.
Sistema EKS de alerta antecipado ganha sua 5º espaçonave
Foto de arquivo de um Soyuz 2.1b
O foguete Soyuz-2.1b, lançado na quinta-feira, dia 25 às 04h09, horário de Moscou (quarta, 22:09 de Brasília, dia 24) do cosmódromo de Plesetsk, colocou em órbita o estágio Fregat com o quinto satélite militar Kupol/ Tundra do sistema EKS, informou o Ministério da Defesa da Rússia. Depois da decolagem, o Soyuz-2.1b foi rastreado pelo Centro Espacial Principal de Testes Gherman Titov das Forças Espaciais. Após entrar em órbita com inclinação de 63 °, a espaçonave seria batizada como Kosmos 2552. O satélite está equipado com um sistema de propulsão, que visa corrigir a sua órbita, bem como baterias solares para fornecer eletricidade aos sistemas.
Foguete-lançador Soyuz 2.1b
O Kupol/EKS (designação industrial 14F142) é um satélite de detecção de infravermelho para observação de mísseis e demais armas que geram calor quando em atividade. O sistema é chamado EKS OiBU for Edinaya Kosmicheskaya Sistema Obnaruzheniya i Boevogo Upravleniya, ou Sistema Integrado de Detecção e Comando em Batalha e é comandado pela estação Serpukhov-15, perto de Moscou. “A cabeça do veículo de lançamento Soyuz-2.1b tendo o estágio superior Fregat e a espaçonave do Ministério da Defesa da Rússia, no horário estimado de 04h18, hora de Moscou, foram separados do terceiro estágio”, anunciou o ministério. O departamento militar observou que a colocação da espaçonave na órbita prederminada pelo estágio Fregat levaria ainda várias horas.
Os satélites Kupol do sistema EKS, também conhecidos como Tundra, são construídos pela RKK Energia, com base no chassi Viktoria ( “UKP”) – que é derivado dos satélites de comunicação Yamal do final dos anos 1990 e início dos 2000. São equipados com telescópios infravermelhos para detectar fontes de calor como o rastro de mísseis e sensores ópticos e ultravioleta. O 14F142 Tundra foi desenvolvido pelo Instituto Central de Pesquisa Kometa e pela Energia. A corporação Kometa, especializada na criação de complexos de defesa anti-espaciais, desenvolveu vários sistemas de infravermelho e de rádio da espaçonave. Anteriormente, a Kometa criou sistemas para detecção de lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais de primeira e segunda gerações, bem como as espaçonaves do sistema de alerta de ataque de mísseis Oko. A NPO Lavochkin participou na criação do “Compartimento A” e do “Compartimento B” (ambos constituem o “módulo de equipamento alvo” da espaçonave).
Os satélites Sistema Espacial Unificado EKS substituem os aparelhos Oko desativados (tanto o geoestacionário 71Kh6 como o de órbita altamente elíptica 73D6). O sistema determina independentemente os parâmetros da trajetória balística do míssil e sua área provável de lançamento.
A órbita “Molniya” que o EKS usa é um tipo de órbita elíptica. Com cerca de 1.620 x 38.500 quilômetros, tem um período de doze horas. Sua inclinação de 63,4 graus anula a precessão do argumento do perigeu, mantendo o apogeu sobre o hemisfério norte.
Sistema EKS
Os satélites anteriores estão assim distribuídos: Kupol-1 (Kosmos-2510): 1627 x 38734 km x 63,00 °; o Kupol-2, Kosmos-2518: 2349 x 38013 km x 63,27 °. O Kupol-3 (Kosmos-2541) em 1550 x 38802 km x 63,82 ° ; Já o Kupol-4, ou Kosmos 2546, está numa órbita de 35807 x 1654 km, inclinada em 63.83°. O apogeu de cada órbita está acima do leste da Sibéria e sul da Groenlândia.
Foguete KZ-1A decola do centro espacial de Jiuquan
A China lançou com sucesso o satélite de testes Shiyan 11 usando o foguete Kuaizhou-1A nº Y13 que decolou do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan. O lançamento do foguete de “resposta rápida” decolou às 23:41 UTC – 20:41 horário de Brasília. Segundo a mídia oficial chinesa, o satélite tecnológico de propósitos não esclarecidos (Shiyan significa “experimento”, “experimental”) entrou na órbita predeterminada. O lançamento de hoje foi o 13º do modelo de foguete KZ-1/1A.
O Kuaizhou-1 tem três estágios de combustível sólido e um quarto estágio de combustível líquido que é integrado com a espaçonave e não se separa após o lançamento – reduzindo a massa total integrando o controle de atitude, eletricidade, telemetria, sistemas de controle e propulsão do estágio superior e do satélite em uma única unidade. O foguete tem 20 metros de comprimento e massa de lançamento de 30 toneladas, compreendendo os três estágios de combustível sólido básicos e o módulo de controle de atitude à guisa de estágio superior, para finalizar a inserção orbital. Os modelos KZ-1 / 1A são baseados no míssil militar DF-21 disparado de lançador móvel, adicionando dois estágios superiores adicionais para criar um veículo de lançamento orbital de alta precisão, e de baixo custo, com prontidão de lançamento rápido quando necessário.
KZ-1A
O Kuaizhou-1A usa o mesmo veículo básico de três estágios mais o estágio superior com combustível líquido, porém permite cargas úteis separáveis para maior flexibilidade. O KZ-1 pode colocar cargas úteis de até 400 kg em uma órbita síncrona com o Sol, enquanto o KZ-1A pode transportar cerca de 225 kg em uma órbita SSO de 500 km.
O foguete da nave Soyuz 2.1b Ya 15000-054 decolou do cosmódromo de Baikonur com a espaçonave Progress M-UM/Prichal hoje, 24 de novembro de 2021 às 16:06:35 horário de Moscou (10:06:35 de Brasília). O “módulo universal” Prichal (berço, doca, designação 573GK nº 1L) vai ser acoplado ao segmento russo da estação espacial internacional. O Prichal poderá receber quatro outros módulos e mais uma nave de carga, uma vez que estiver encaixado no colar de engate do outro módulo russo, o Nauka. O Prichal pesa 4.650 kg e carrega cerca de 700 kg de cargas para a estação.
O Progress M-UM/Prichal entrou numa órbita inicial de 193 x 240 km, inclinada em 51,67 graus, com período de 88,57 minutos. O vôo autônomo para a ISS será feito em dois dias, e a acoplagem no módulo de laboratório multifuncional Nauka está prevista para 26 de novembro de 2021 às 18:26 horário de Moscou 12:26 Brasília (± 3 minutos). A acoplagem está prevista para ser realizada em modo automático sob a supervisão de especialistas do Centro de Controle da Missão TsNIIMash e os cosmonautas Anton Shkaplerov e Pyotr Dubrov. A espaçonave está equipada com um sistema de controle remoto TORU, que permite que os cosmonautas assumam o comando da nave e a pilotem como se nela estivesse.
Progress M-UM nº 303, com o módulo na frente, pesa 8.180 kg
O rebocador Progress M-UM, de 8.180 kg de massa total, é parte da série de naves Progress modificadas para transportar módulos para a ISS, denominadas 11F615A55-40. Já foram lançados dois deles, a espaçonave nº 301 para o compartimento Pirs, a nº 302 para outro compartimento, o Poisk. O Progress M-UM para o Prichal é o nº 303. Uma vez que seja feita o encaixe do Prichal ao Nauka, o rebocador será descartado, em 22 de dezembro.
O foguete Soyuz 2.1b foi equipado com uma coifa de cabeça de 4,1 metros de diâmetro e compartimento de transferência especialmente preparados. A coifa é um modelo de série 81KS (8M136S) adaptado, de número T15000-001, usada normalmente em lançamentos comerciais.
Simulação do Progress M-UM acoplado ao segmento russo (embaixo)
Nave russa Progress levará o módulo para a estação
No cosmódromo de Baikonur, o foguete da nave Progress M-UM/Prichal tem decolagem está programada para daqui a pouco, 24 de novembro de 2021 às 16h06 horário de Moscou (10:06 de Brasília). O “módulo universal” Prichal (berço, doca, designação 573GK nº 1L) tem como objetivo expandir as capacidades técnicas e operacionais do segmento russo da ISS.
O módulo pesa 4,650 kg e carrega cerca de 700 kg de cargas para a estação espacial. É equipado com cinco portas de engate para recepcionar módulos e espaçonaves e fazer sua interligação com o módulo Nauka, recentemente acoplado ao segmento russo. Um sexto colar de engate será usado para encaixar o Prichal ao Nauka.
Progress M-UM nº 303
O foguete Soyuz 2.1b será usado, ao contrário dos Soyuz U, Soyuz FG e Soyuz 2.1a anteriormente utilizados para lançamentos espaciais relacionados às atividades com tripulação do programa espacial russo. O foguete está utilizando uma coifa de cabeça de 4,1 metros de diâmetro e compartimento de transferência especialmente preparados. A coifa é um modelo de série 81KS (8M136S) adaptado, de número T15000-001, usada normalmente em lançamentos comerciais.
Simulação do Progress M-UM acoplado ao segmento russo
O Progress M-UM, de 8.180 kg, é parte da série de naves Progress modificadas para transportar módulos para a ISS, denominadas 11F615A55-40. Já foram lançados dois deles, a espaçonave nº 301 para o compartimento Pirs, a nº 302 para outro compartimento, o Poisk. O Progress M-UM para o Prichal é o nº 303.
A espaçonave DART, destinada a chocar-se com um asteróide como parte de um teste, foi lançada hoje, 24 de novembro de 2021. O foguete Falcon 9 da SpaceX transportando a DART decolou do Space Lanunch Complex 4 (SLC-4) da base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia. O horário de lançamento foi às 22:21 PST de 23 de novembro (24 de novembro, às 02:24 de Brasília). O DART logo entrou em sua trajetória para se encontrar com um par de asteróides. O Double Asteroid Redirection Test, na primeira missão da NASA para defesa planetária, busca testar e validar um método para proteger a Terra no caso de uma ameaça de impacto de asteróide. Para isso, vai mudar a órbita do asteróide por meio de impacto cinético – especificamente, chocando a espaçonave contra o componente menor do sistema binário Didymos.
Os motores principais do primeiro estágio do Falcon 9 foram desligados, seguidos pela separação do segundo estágio. O segundo estágio foi aceso, seguido pelo descarte da carenagem de cabeça cerca de três minutos após a decolagem. O segundo estágio foi desligado e religado alguns minutos depois executando uma manobra “dogleg” para posicionar DART em uma órbita de estacionamento inclinada de 200 × 300 km 64,7 graus. Cerca de 28 minutos após a decolagem, o segundo estágio do Falcon 9 disparou pela segunda e última vez. Em 53 segundos, o estágio acelerou de uma velocidade em relação à superfície da Terra de 7,5 quilômetros por segundo para quase 11,1 km / s, enviando DART para uma trajetória de escape da Terra para uma órbita ao redor do sol. As duas metades da carenagem seriam posteriormente recuperadas de uma área ao sul da barca-drone Of Course I Still Love You, onde o primeiro estágio pousou cerca de 9 minutos após a decolagem.
O sistema Didymos é composto por Didymos e sua pequena lua em sua órbita, Dimorphos. Em 2022, o DART atingirá o último, uma rocha com cerca de 160 metros de diâmetro, e mudará seu período orbital em torno de Didymos em cerca de 10 minutos.
Estatísticas sobre o lançamento: 129º lançamento de um foguete Falcon 9 desde 2010 137º lançamento da família de foguetes Falcon desde 2006 3º lançamento do Falcon 9 booster B1063 18º lançamento da SpaceX da Base da Força Espacial de Vandenberg 74º vôo de um booster Falcon reutilizado 36º lançamento da SpaceX para NASA 26º lançamento do Falcon 9 de 2021 26º lançamento da SpaceX em 2021 6ª tentativa de lançamento orbital a partir de Vandenberg em 2021
Espaçonave DART e a coifa de cabeça do foguete Falcon 9 BL5
O Double Asteroid Redirection Test (DART) está programado para ser lançado não antes de 01h20 EST (0620 GMT, 03:20 Brasília) na quarta-feira, 24 de novembro em um foguete Falcon 9 v1.2 Block 5 número 1063.3 da Base da Força Espacial de Vandenberg na Califórnia.
Neste lançamento, o primeiro estágio do Falcon 9 desligará seus motores Merlin 1D cerca de dois minutos e meio após a decolagem e, em seguida, começará as manobras para pousar na balsa-drone Of Course I Still Love You (OCISLY), da SpaceX, estacionada no Oceano Pacífico.
O estágio superior do foguete continuará indo para o sul sobre o Pacífico, acionando seu motor Merlin Vac para impulsionar a nave em uma trajetória de escape para longe da Terra em direção ao sistema solar.
Concepção da DART se aproximando do asteróide
Eventos do lançamento (h / min / s – evento)
00:00:00 ignição dos motores do 1º estágio 00:01:12 Max Q (máximo de estresse mecânico no foguete) 00:02:33 Corte do motor principal do 1º estágio (MECO) 00:02:36 Separação de estágios 00:02:44 O motor do segundo estágio acende 00:03:11 descarte da carenagem 00:06:40 início da ignição de reentrada do primeiro estágio 00:07:10 ignição de reentrada completa 00:08:06 Corte do motor do 2º estágio (SECO-1) 00:08:26 Início da queima de pouso do primeiro estágio 00:08:52 Queima de pouso do primeiro estágio completa 00:28:37 Acionamento do motor do segundo estágio 00:29:30 Corte do motor do 2º estágio (SECO-2) 00:55:40 ejeção do DART
B1063.3 em Vandenberg
A cobertura do lançamento ao vivo será transmitida na tv, no YouTube, no aplicativo e nos canais de mídia social da NASA, começando às 12h30 EST (05h30 GMT, 02:50 Brasília). O DART tem a missão de impactar e redirecionar a trajetória de um asteróide pela primeira vez na história. Espera-se que ele colida com um asteróide-satélite, Dimorphos, em 26 de setembro de 2022. O Dimorphos orbita um asteróide chamado Didymos, que está perto o suficiente (cerca de 11 milhões de quilômetros) para os cientistas estudarem quaisquer efeitos usando telescópios terrestres. Uma missão de acompanhamento chamada Hera (pela Agência Espacial Européia) deve visitar o mesmo sistema em 2026.
Foguete de Jeff Bezos levará filha do primeiro americano no espaço e astro do futebol americano
Laura Shepard Churchley, filha mais velha do primeiro americano no espaço Alan Shepard, fotografada quando do primeiro voo tripulado do New Shepard em julho de 2021. Churchley deve voar no terceiro vôo tripulado da empresa em dezembro. (foto Blue Origin)
O próximo voo espacial suborbital da Blue Origin terá, pela primeira vez, a lotação completa de seis passageiros, e será realizado no próximo dia 11 de dezembro de 2021.
Michael Strahan, co-âncora do “Good Morning America” da ABC e ex-jogador campeão do Super Bowl, será outro membro da tripulação do NS-19. (Blue Origin)
A filha mais velha do primeiro astronauta americano, Alan Shepard, Laura Shepard Churchley foi confirmada no lançamento do New Shepard NS-19 como um dos passsageiros de seu terceiro vôo espacial tripulado e a primeira equipe com seis membros. Programada para decolar do Launch Site One no oeste do Texas, a missão NS-19 incluirá, também como convidado, o ex-jogador de futebol profissional e âncora do matutino “Good Morning America” (GMA), Michael Strahan, que se tornará o primeiro negro a bordo de um vôo espacial suborbital. Strahan será o segundo jogador aposentado da NFL a se lançar ao espaço, tendo sido uma ponta defensiva do New York Giants por 15 temporadas. O primeiro, Leland Melvin – astronauta profissional, registrou mais de 23 dias em órbita terrestre em duas missões do shuttle a serviço da NASA de, 1998 a 2010. Será o primeiro vôo espacial da Blue Origin a preencher todos os seis assentos a bordo da cápsula. Os dois voos espaciais com tripulação anteriores levaram apenas quatro passageiros.
Strahan também será a segunda personalidade do noticiário da TV a voar para o espaço depois de Toyohiro Akiyama, que foi para o espaço pela URSS em um voo para a estação estação Mir como correspondente do Tokyo Broadcasting System (TBS), em 1990.
Quatro passageiros pagantes do NS-19 : Dylan Taylor (superior esquerdo), Evan Dick (superior direito), Lane Bess (inferior esquerdo) e Cameron Bess. Lane e Cameron Bess se tornarão a primeira dupla de pai e filho no espaço. (Blue Origin)
A tripulação do NS-19, incluindo quatro passageiros pagantes adicionais – Dylan Taylor, Evan Dick e Lane e Cameron Bass – foi anunciada pela Blue Origin hoje, terça-feira (23 de novembro). Esses passageiros pagantes a bordo do NS-19 incluem Taylor, presidente e CEO da empresa de exploração espacial Voyager Space e fundador da organização sem fins lucrativos Space for Humanity; Dick, um engenheiro e investidor que é piloto voluntário da Starfighters Aerospace; e a primeira dula pai-e-filho a voar para o espaço, o fundador da Bess Ventures, Lane Bess e Cameron Bess, um criador de conteúdo.
Churchley, de 74 anos, tinha 14 quando seu pai subiu a bordo da cápsula Mercury “Freedom 7” e decolou na missão Mercury-Redstone 3 em 5 de maio de 1961. O voo suborbital de 15 minutos atingiu pouco mais de 187,5 km de apogeu antes de amerrissar ao Oceano Atlântico – um momento que Churchley lembrou depois de assistir ao lançamento do primeiro New Shepard tripulado em julho.
Foguete suborbital New Shepard e cápsula reutilizável ‘Crew Capsule’ – CC
“Foi uma emoção”, disse Churchley, compartilhando suas impressões em um webcast após o voo. “Isso trouxe de volta muitas memórias, especialmente quando os paraquedas foram abertos, porque eu me lembro disso no primeiro vôo de papai em 1961.”
“Para nossos propósitos hoje, o que é mais interessante sobre Alan Shepard é este veículo recebeu o nome em sua homenagem e isso porque o perfil da missão que fizemos hoje é muito semelhante ao que Alan voou quando se tornou o primeiro americano no espaço há sessenta anos “, disse Bezos em entrevista coletiva após o vôo ao espaço do NS-17, a primeira missão tripulada de seu foguete.
Com lançamento no NS-19, Churchley se tornará a segunda astronauta de segunda geração (ou seja, filhos de pais astronautas). Antes, Richard Garriott, filho do astronauta Owen Garriott, financiou sua própria viagem à Estação Espacial Internacional em 2008. Do lado russo, Sergey Volkov (filho de Alexander Volkov) e Roman Romanenko (filho de Yuri Romanenko) são seus correspondentes. Com a diferença que tanto Sergey e Roman são profissionais – não turistas.
O lançamento em 9 de dezembro marcará o 19º do sistema New Shepard, que inclui um foguete de decolagem e pouso vertical e uma cápsula da tripulação equipada as maiores janelas para voar até o espaço. Strahan, com 1,96 m de altura se tornará a pessoa mais alta a chegar ao espaço. O atual recorde do Guinness para a pessoa mais alta no espaço é detido por dois astronautas da NASA: James “Jim” Wetherbee e James “Ox” van Hoften. Ambos tinham 193 cm de altura quando decolaram em suas respectivas missões espaciais.
Perfil de voo do foguete New Shepard
“Devo dizer que há muitas pessoas que olham e dizem: ‘Quer saber? Bilionários gastam muito dinheiro para ir ao espaço’, mas isso é muito maior do que isso”, disse Strahan em entrevista a Bezos após o primeiro vôo da Blue Origin. “Não se trata apenas de você tentar ir para o espaço, isso é muito importante em termos de educação e para as coisas que estão acontecendo neste planeta.”
Como Churchley, Strahan assistiu ao lançamento de julho. Ele ajudou a cobrir a missão para o GMA no local de lançamento e pouso da Blue Origin em Van Horn, Texas.
“Eu não teria pensado em fazer isso até ver você hoje. [É] a coisa mais incrível que já vi na minha vida”, disse Strahan a Bezos. Strahan e Churchley estão voando como convidados da Blue Origin, como a aviadora Wally Funk e o ator William Shatner de “Star Trek” estavam no primeiro e segundo voos tripulados do New Shepard, respectivamente. Como membro da equipe, Strahan receberá uma bolsa, que está sendo doada ao The Boys & Girls Club.
Embora três voos de passageiros pagantes já tenham sido feitos, a Blue Origin ainda não divulgou o preço do assento em sua nave. A empresa vendeu seu primeiro assento para um vencedor do leilão ainda não identificado, que pagou US $ 28 milhões, mas que ainda não voou. Os lucros do leilão foram doados à fundação sem fins lucrativos da empresa, Club for the Future, que por sua vez doou US $ 1 milhão para cada uma das 19 instituições de caridade ligadas as atividades no espaço – incluindo a Astronaut Scholarship Foundation, que foi cofundada por Alan Shepard e liderada parte hoje de Churchley como presidente do Conselho de Curadores.
Excluindo quaisquer desenvolvimentos imprevistos antes do lançamento em 9 de dezembro, a tripulação do NS-19 terá a 35ª a 40ª pessoas em um vôo espacial suborbital e a 604ª a 609ª a voar acima de 80 km de altura, a definição dos EUA para a fronteira entre a Terra e o espaço.
Espaçonave fará observação marítima por radar de abertura sintética
O CZ-4C decolou do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan
Um foguete Longa Marcha 4C nº Y37 lançou ontem, 22 de novembro (dia 23 na China) o satélite de observação marítima Gaofen-3-02 (Gāo fēn sān hào 02, 高分三号02). O foguete decolou às 23:45 UTC do dia 22, do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan (plataforma LC-43) para uma órbita sincronizada com o sol. Este é o 398º lançamento da série de foguetes Longa Marcha (“CZ”, Changzhen) e o 45º lançamento orbital da China este ano. Desenvolvido pela Academia de Tecnologia Espacial da China, o satélite formará uma rede com o Gaofen-3-01 para melhorar a observação marítima e as capacidades de monitoramento de emergência marítima.
O satélite operará em uma órbita sincronizada com o sol a uma altitude de 755 km e, como parte do sistema Gaofen-3, formará uma rede para formar uma constelação de radares terra-mar. Isso irá melhorar a capacidade de monitorar embarcações marítimas, bem como monitorar o ambiente entre a terra e o mar.
Destinado a fazer detecção ativa de CO2 com a tecnologia LiDAR (Light Detection And Ranging – detecção e medição de distância por emissão de luz), este satélite é também conhecido como satélite de monitoramento do ambiente atmosférico ou Daqi-1. Sua principal carga útil é o radar de abertura sintética de banda C, herdando a tecnologia do sistema Gaofen 3. O satélite está ligado em rede a constelação de espaçonaves de radar terrestre e marítimo, com resolução de 1 metro e possibilidade de revisita de um dia. Além disso, ele também adiciona um sistema de recepção de sinal de identificação automática de navios e funções de processamento em tempo real.
Sequência de extensão da antena do radar de abertura sintetica
O Gaofen 3-02 servirá para prevenção e mitigação das consequências de desastres marinhos, monitoramento dinâmico do mar, proteção ambiental e recursos hídricos, bem como agricultura e meteorologia.
O satélite foi desenvolvido pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial e o veículo de lançamento foi desenvolvido pela Academia de Tecnologia de Voo Espacial de Xangai.
Como segundo da série Gaofen-3, o “3 02” não é uma simples cópia do 01. Com um projeto otimizado e a verificação completa da equipe de pesquisa e desenvolvimento da Quinta Academia de Ciência e Tecnologia Aeroespacial o veículo tem “grandes melhorias de desempenho” em relação ao anterior. Entre as tecnologias envolvidas está a AIS, de localização e identificação de navios e a captação de dados como meteorologia marítima e informações de navegação em tempo hábil. O satélite está equipado também com um processador on-board de tempo real, que pode realizar o processamento dos dados em um modo específico de observação em tempo real, eliminando o “intermediário” do processamento dos dados e “se encontrando” diretamente com os usuários.
Foguete – O lançador Longa Marcha 4C foi desenvolvido pela Oitava Academia de Ciência e Tecnologia Aeroespacial. É um foguete de propelente líquido hipergólico de três estágios. Ele tem a capacidade de lançar vários tipos de satélites com diferentes requisitos orbitais, e pode lançar vários satélites de uma só vez. Neste voo, foguete voou com um sistema de “retransmissão de terminal de usuário” no centro de lançamento de Jiuquan pela primeira vez. Essa tecnologia já foi testada no centro espacial de Taiyuan para um teste de vôo. Esta missão verificou a adaptabilidade e a aplicação da nova técnica. Após a maturidade, sistema de retransmissão pode substituir os navios retransmissão telemétrica estacionados no oceano para seguir a trajetória do foguete.
Exigências de produção e cumprimento de metas levam gerentes serem dispensados
A COO Gwynne Shotwell e o astronauta Bob Behnken, em coletiva antes do voo tripulado inagural da espaçonave Crew Dragon
A liderança de negócios da SpaceX foi abalada com a saída de dois vice-presidentes da empresa. As mudanças chamaram atenção da mídia para empresa espacial de Elon Musk, agora a principal construtora de foguetes dos EUA com seus veículos Falcon 9 e Falcon Heavy. A empresa também está investindo pesadamente no desenvolvimento de seu foguete de próxima geração Superheavy/Starship. O vice-presidente de propulsão da SpaceX, William Heltsley, saiu, há poucos dias disseram à imprensa várias pessoas familiarizadas com a situação que estão na empresa desde 2009. Essas pessoas disseram que Heltsley foi retirado do comando de desenvolvimento do motor Raptor devido à falta de progresso. Heltsley é engenheiro mecânico formado na CalTech. Os Raptor impulsionam a nave Starship e os superfoguetes Super Heavy da SpaceX.
A saída de Heltsley demonstra a intensa pressão sobre o desenvolvimento do motor, dado o papel fundamental que ele desempenha no sucesso da Starship. A empresa realizou com sucesso uma série de disparos de teste e voos com o Raptor, melhorando continuamente o equipamento. Musk disse recentemente que uma segunda geração do motor “tem melhorias significativas em todos os sentidos”. “Mas uma revisão completa do projeto é necessária para esse motor que pode realmente tornar a vida multiplanetária. Não se chamará Raptor ”, disse Musk em um tweet em 16 de novembro.
Jacob McKenzie, graduado no MIT, e que está na empresa há mais de seis anos, agora lidera o desenvolvimento e a produção dos motores, disseram as fontes. Lee Rosen (bacharel em engenharia de fatores humanos pela Academia da Força Aérea americana), vice-presidente de missões e operações de lançamento da SpaceX, saiu na semana passada, disseram as pessoas, assim como Ricky Lim, diretor sênior de missões e operações de lançamento. Rosen estava na na empresa de Musk desde 2013, enquanto Lim ingressou em 2008. A SpaceX não respondeu ao pedido de comentário sobre essas mudanças de liderança.
Um punhado de outros funcionários de longa data saiu depois que a SpaceX fechou sua oferta de compra na sexta-feira, o tempo indicado por pessoas familiarizadas com o assunto estava em parte vinculado aos cronogramas de aquisição de funcionários. Embora a SpaceX não tenha levantado novo capital na venda secundária, a rodada foi feita a US $ 560 por ação – aumentando a avaliação da empresa para US $ 100,3 bilhões. A SpaceX teve um ano excepcional: lançou 25 missões de Falcon 9 bem-sucedidas, levou doze astronautas à órbita com suas espaçonaves Crew Dragon, aumentou seu serviço de internet via satélite Starlink para cerca de 140.000 usuários e continuou a progredir com a Starship.
Musk disse na semana passada que a SpaceX “esperançosamente” lançará seu primeiro voo de nave espacial orbital em janeiro ou fevereiro, que representa o próximo marco importante no desenvolvimento do sistema nave/foguete. Esse lançamento está pendente de aprovação regulamentar pela FAA, bem como prontidão técnica.
Precedente em 2019
Antes, em janeiro de 2019, a presidente e COO, Gwynne Shotwell e o CEO Elon Musk, engasgaram-se ao dar más notícias sobre as demissões em uma reunião geral em Hawthorne, Califórnia, de acordo com três pessoas que compareceram ou assistiram à reunião por vídeo. Musk e Shotwell reconheceram que a ampla reestruturação da SpaceX significava que a empresa teria de demitir alguns funcionários dos quais preferia não se separar. A empresa ainda empregava cerca de 6.400 pessoas, segundo duas pessoas que foram demitidas. Em um comunicado, a SpaceX disse: “Para continuar atendendo nossos clientes e ter sucesso no desenvolvimento de espaçonaves interplanetárias e uma Internet baseada no espaço global, a SpaceX deve se tornar uma empresa mais enxuta”.
As demissões ocorreram no momento em que a empresa estava se preparando para se tornar uma potência em telecomunicações e transformando o negócio aeroespacial com promessas de foguetes e motores reutilizáveis. Ela estava no meio de uma rodada de financiamento de risco de US $ 500 milhões que valorizaria a empresa em US$ 30,5 bilhões, tornando-a uma das start-ups mais valiosas do mundo.
Yuzaku Maezawa demonstra a facilidade de vestimenta de seu traje pressurizado Sokol KV-2
No centro espacial de Baikonur, a preparação da nave de transporte Soyuz MS-20 destinada a voar para a Estação Espacial Internacional sob contrato com a empresa Space Adventures, continua. Hoje, 22 de novembro de 2021, especialistas da Energiya (afiliada à agência espacial Roskosmos) e as demais empresas começaram a realizar operações abastecimento de gases. Isso foi relatado pelo serviço de imprensa da Roskosmos.
A Soyuz MS-20 levará o comandante Aleksander Mizurkin e os turistas espaciais Yuzaku Maezawa (empresário) e seu assistente Yozo Hirano para a ISS. Eles decolarão de Baikonur no dia 8 de dezembro para um voo de cerca de 12 dias, na primeira missão em que um piloto espacial profissional comandará uma nave com dois turistas pagantes.
Espaçonave é inserida no conteiner de transporte entre a estação de abastecimento e o prédio de teste e montagem
A espaçonave foi entregue na estação nº 31 para abastecimento da sua instalação de motor combinado (KDU) com gases comprimidos (hélio e nitrogênio) e propelentes (UDMH e NTO). Após a conclusão das operações, a nave retornará ao prédio de instalação e teste (MIK – montazhjo-ispitatelniy korpus) da área nº 254 para realizar a fase final de preparação para o lançamento.
Nave russa Progress M-UM levará o módulo multiporta para a estação
O Soyuz -2.1b instalado no complexo de lançamento na área 31 (“Vostok”) do cosmódromo de Baikonur.
No cosmódromo de Baikonur, o foguete da nave Progress M-UM com o módulo Prichal foi montado na plataforma de lançamento. A decolagem está programada para 24 de novembro de 2021 às 16h06, horário de Moscou (10:06 de Brasília). O “módulo universal” (designação 573GK nº 1L), projetado e fabricado pela RKK Energiya, tem como objetivo expandir as capacidades técnicas e operacionais do segmento russo da ISS. Em 18 de novembro, especialistas da Energiya e empresas subalternas à Roskosmos realizaram o conjunto de operações tecnológicas para o transporte da nave da área Nº 254 para complexo de teste da área Nº 31 para a montagem do foguete na plataforma. Hoje, domingo, 21, o foguete Soyuz -2.1b (número de série Ya 15000-054) foi instalado no complexo de lançamento na área 31 (Vostok) do cosmódromo de Baikonur. Os especialistas da Roskosmos já estão trabalhando de acordo com a programação do primeiro dia de lançamento.
Espaçonave Progress M-UM (formado por um compartimento de instumentos e motores e o módulo Prichal) no prédio de montagem e teste da área 254
Depois de reunidas as equipes, os especialistas começaram a trabalhar no cronograma do dia de lançamento. Hoje, estão sendo realizados testes dos sistemas e montagens do módulo, do veículo lançador e do complexo de lançamento, após o qual é dado um relatório dos resultados.
O módulo Prichal pesa 4,650 kg e carrega cerca de 700 kg de cargas para a estação espacial. É equipado com cinco portas de engate para recepcionar módulos e espaçonaves e fazer sua interligação com o módulo Nauka, recentemente acoplado ao segmento russo. Um sexto colar de acoplagem será usado para prender o Prichal ao Nauka.
Nave instalada na seção de cabeça, dentro da coifa 81KS
O foguete Soyuz 2.1b será usado, ao contrário dos Soyuz U, Soyuz FG e Soyuz 2.1a anteriormente utilizados para lançamentos espaciais relacionados às atividades com tripulação do programa espacial russo. O foguete está utilizando uma coifa de cabeça de 4,1 metros de diâmetro e compartimento de transferência especialmente preparados. A coifa é um modelo de série 81KS (8M136S) adaptado, de número T15000-001, usada normalmente em lançamentos comerciais.
O Progress M-UM, de 8.180 kg, é parte de uma série de naves Progress modificadas para transportar módulos para a ISS, denominadas 11F615A55-40. Já foram lançados dois desses exemplares, a espaçonave nº 301 para o compartimento Pirs, a nº 302 para outro compartimento, o Poisk. O Progress M-UM para o Prichal é o nº 303. Hoje em dia está em uso uma versão mais avançada do Progress, a “MS”; porém, o ‘rebocador’ para o Prichal foi construído há quase 10 anos e foi mantido em armazenamento aguardando que tanto o Nauka quanto o próprio Prichal ficassem prontos.
Progress M-UM nº 303Simulação do Progress M-UM acoplado ao segmento russo
A Rússia lançará o satélite millitar 14F142 Kupol ‘EKS-5’ em 25 de novembro, às 01:00 – 01:30 UTC, por um foguete Soyuz-2.1b/Fregat, do cosmódromo de Plesetsk. O satélite de alerta antecipado seguirá para uma órbita ‘Molniya’, inclinação de 63 °. Se bem sucedido no lançamento, a espaçonave será nomeada Kosmos 2552.
Desenho da Kometa Korporatsiya para um satélite que se supõe ser o Kupol
Em antecipação ao lançamento do Soyuz-2.1b, três regiões da municipalidade de Komi foram declaradas temporariamente perigosas. A missão no interesse da defesa russa está previsto para o período de 3h30 às 5h30, horário de Moscou. A data de lançamento da reserva é 26 de novembro na mesma época. O lançamento do foguete. Os estágios do veículo-lançador cairão na ‘área ativa da queda’ (partes desabitadas da região de Uvat a oeste da aldeia de Gerasimovka). A fim de prevenir danos, o governo russo recomendou que os habitantes se abstenham de visitar esta área de 25 a 26 de novembro de 2021. Equipes de resgate chegarão de helicóptero na área do evento para buscar e descartar os restos dos estágios.
A hora do lançamento é 04:09:13, horário de Moscou; a data de reserva é no dia 26 às 04:04:46 de Moscou.
Os satélites 14F142 Kupol do sistema EKS, também conhecidos como Tundra, são construídos pela RKK Energia, com base em um chassi Viktoria (ou “UKP”) – que é derivado dos quatro satélites de comunicação Yamal construídos no final dos anos 1990 e início dos 2000. Os satélites são equipados com telescópios infravermelhos para detectar fontes de calor como o escapamento de um míssil e também sensores ópticos e ultravioleta. A órbita “Molniya” que EKS usa é uma classe especial de órbita elíptica da Terra. Com um perigeu de aproximadamente 1.620 quilômetros e apogeu de cerca de 38.500 quilômetros, tem um período de doze horas. Sua inclinação de 63,4 graus anula a precessão do argumento do perigeu da órbita, mantendo o apogeu do satélite sobre o hemisfério norte.
Foguete Soyuz 2.1b
O EKS, ou Edinaya Kosmicheskaya Sistema – Sistema Espacial Unificado – é um substituto para o sistema de satélites de alerta antecipado de infravermelho Oko da antiga União Soviética. Consistindo de um mínimo de oito satélites em órbitas Molniya, a constelação se destina a oferecer cobertura global para detectar e rastrear lançamentos de mísseis.
O projeto EKS começou oficialmente em 15 de março de 2002 com um contrato assinado entre o Ministério da Defesa e a Kometa Korporatsiya, como contratante principal. A RKK Energiya foi designada para desenvolver o chassi por um contrato do governo em 31 de julho de 2007 para os satélites em órbitas altamente elípticas (os 14F142), usando a plataforma Viktoriya.
Os satélites anteriores estão assim distribuídos: Kupol-1 (Kosmos-2510): 1627 x 38734 km x 63,00 °; o Kupol-2, Kosmos-2518: 2349 x 38013 km x 63,27 °. O Kupol-3 (Kosmos-2541) em 1550 x 38802 km x 63,82 ° ; Já o Kupol-4, ou Kosmos 2546, está numa órbita de 35807 x 1654 km, inclinada em 63.83°. O apogeu de cada órbita está acima do leste da Sibéria e sul da Groenlândia.
Os satélites atingem o apogeu duas vezes por dia, em lados opostos do planeta, enquanto a alta excentricidade da órbita significa que eles passam a maior parte do tempo perto do apogeu. A órbita Molniya tem o nome da palavra soviética para “relâmpago”, que era o nome de uma série de satélites de comunicação que anteriormente usavam essas órbitas.
Nave espacial de 6.600 kg esteve acoplada por três meses
Braço manipulador remoto operado por Matthis Maurer dirige a nave, passiva, para a posição de liberação
A espaçonave Cygnus NG16 “Ellison Onizuka”, da Northrop, desacoplou-se da Estação Espacial Internacional hoje, sábado, 20 de novembro, mais de três meses após a entrega de quase 4000 kg de suprimentos, experiencias científicas, produtos comerciais, equipamentos e outra carga para a ISS. A cobertura ao vivo da partida da espaçonave começou às 10:45 EST na tv da NASA, no site da agência e no aplicativo.
Os controladores de vôo em terra enviaram comandos para o braço robótico Canadarm2 para desconectar a Cygnus da porta ‘nadir’, voltada para a terra, do módulo Unity. O braço manobrou a espaçonave para a posição e liberouia às 11h. O astronauta Matthias Maurer da Agência Espacial Europeia monitorou os sistemas da Cygnus após sua partida . Após a partida, o Experimento de Sonda de Reentrada do Kentucky (KREPE ) alojado dentro da Cygnus fará medições para demonstrar um sistema de proteção térmica para espaçonaves e seus conteúdos durante a reentrada na atmosfera da Terra, o que é difícil de replicar em simulações terrestres.
O cargueiro espacial deverá disparar seu motor japonês BT-4 da IHI para estabelecer uma reentrada destrutiva na qual a espaçonave, já cheia lixo que a tripulação embalou na sua cabine hermética, vai queimar na atmosfera da Terra. A Cynus chegou à estação espacial em 12 de agosto, após um lançamento dois dias antes em foguete Antares também da Northrop Grumman da instalação de voo Wallops da NASA em Wallops Island, Virgínia. Foi a 16ª missão de serviços de reabastecimento comercial da empresa para a estação espacial da NASA. A Northrop Grumman batizou a espaçonave em homenagem Ellison Onizuka, o primeiro astronauta asiático-americano.
O CZ-4B Y52 decola do Centro de Lançamento de Taiyuan, Província de Shanxi
Um foguete Longa Marcha-4B (CZ-4B número de série Y52) lançou o satélite de observação da Terra Gaofen-11 03 do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan (plataforma LC9), Província de Shanxi no norte da China, em 20 de novembro de 2021, às 01 : 51 UTC (09:51 hora local, 22:51 de Brasilia do dia 19). De acordo com fontes oficiais, o Gaofen-11 03 (高分 十一 号 03, Gāo fēn shíyī hào 03) entrou na órbita planejada com sucesso e formará uma rede com os Gaofen-11 01 e 02 para “melhorar muito a eficiência da observação da Terra e fazer maiores contribuições para e desenvolvimento social nas áreas de levantamento fundiário, planejamento urbano, propriedade fundiária, projeto de rede viária, estimativa de safra e prevenção e mitigação de desastres.”
De acordo com relatos, o Gaofen 11 pode ser capaz de atingir uma resolução de imagem do solo de 10 cm ou menos. Se essa conjectura puder ser confirmada, a China confirma capacidade de imagem por satélite inferior apenas à dos Estados Unidos. É importante referir que, mesmo com nome civil, os Gaofen 11 mencionam claramente a sua utilização militar: podem fornecer garantia de informação para a implementação de grandes estratégias nacionais como o “Cinturão e Estrada” e a modernização da defesa nacional chinesa. O sistema imageador do satélite chinês permite ler uma manchete de jornal nas mãos de alguém no solo.
O Gaofen tem capacidade de uso militar
Catalogado como 49493 (2021-107B), seu terceiro estágio entrou em uma órbita de 206 x 515 km. Nenhum detalhe mais aprofundado do satélite divulgado, continuando a reticência chinesa com esse tipo de Gaofen. O lançamento foi o 44º da China neste ano. Posteriormente, o satélite entrou com sucesso na órbita programada e a missão de lançamento foi um sucesso total. O Gaofen 11 03 foi desenvolvido pela Quinta Academia da China Aerospace Science and Technology Corporation.
O Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan experimenta muito frio em novembro, e a temperatura extremamente baixa durante a missão atingiu 30 graus Celsius negativos. A fim de garantir que o foguete não fosse afetado pelas condições ambientais e fosse lançado dentro do prazo previsto, medidas de salvaguarda foram tomadas: por um lado, proteção contra baixas temperaturas para inverno, e a combinação de camada de isolamento e ar quente bombeado é usada; por outro lado, os preparativos a fim de melhorar a trajetória em relação à carga dos ventos de alta altitude, quando as condições do vento atingem um certo limite, a trajetória é modificada aumentando a probabilidade do lançamento na janela pré-determinada.
O Longa Marcha 4B é desenvolvido pelo Grupo de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, como capacidade de funcionamento em temperatura ambiente como um foguete de três estágios, capaz de lançar vários tipos de satélites em diferentes requisitos de capacidade de órbitas, colocar um unico satelite ou cargas multiplas, em órbita sincrona com o sol ou órbita geossincrona. Esta é a terceira vez que o foguete CZ-4B realiza uma missão de lançamento de Gaofen da série 11. Anteriormente, o CZ-4B lançou com sucesso outro Gaofen, o 11 01, em 31 de julho de 2018, e o Gaofen 11 02 em 7 de setembro de 2020. O Longa Marcha 4B é desenvolvido pelo Grupo de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, oito casas líquidas em temperatura ambiente de foguete de três estágios, capaz de lançar vários tipos de satélites em diferentes requisitos de capacidade de órbitas, colocar um unico satelite ou cargas multiplas, em órbita sincrona com o sol ou órbita geossincrona. A capacidade de carga orbital pode chegar a 2,5 toneladas. Esta é a terceira vez que o foguete CZ-4B realiza uma missão de lançamento de Gaofen da série 11. Anteriormente, o CZ-4B lançou com sucesso outro Gaofen, o 11 01, em 31 de julho de 2018, e o Gaofen 11 02 em 7 de setembro de 2020. Esta missão é o 80º lançamento da série Longa Marcha 4B, 146º da série dos Longa Marcha em geral desenvolvidos pela Oitava Academia de Ciências e o 397º lançamento da série Longa Marcha de foguetes.
Foguete da empresa privada lançou carga de teste do Departamento de Defesa
O Astra Rocket
Zona de exclusão
O novo pequeno lançador de satélite, o Astra Rocket 3.4 colocou seu estágio superior em órbita sendo catalogado como “2021-108A”. O veículo Rocket 3.3, com o número de série LV0007, decolou às 01:16 da manhã, hora leste, do Pacific Spaceport Complex Alaska na Ilha de Kodiak. O foguete adiou uma tentativa de lançamento no dia anterior após mais de duas horas de atrasos. O vôo correu conforme o planejado, com o primeiro estágio disparando por cerca de três minutos. O estágio superior então se separou e disparou seu motor por aproximadamente cinco minutos e meio, injetando o estágio em uma órbita de cerca de 500 quilômetros de altura. O foguete pertencente a Astra Space americana, e propoe-se ser capaz de lançamento responsivo de vários locais e disparo em curto prazo. O Astra, simplesmente chamado “Rocket” (foguete) 3.3 em sua versão atual, tem dois estágios, funciona a querosene de grau de foguete e oxigenio líquido e tem cinco motores Delphin produzindo 14,741.7 kgf de empuxo na decolagem e um segundo estágio bi-propelente de querosene /LOX com um motor Aesthus com 335.6 kgf de empuxo.
Decolagem de Kodiak
As luzes de confirmação da carga útil acenderam-se entre T + 8: 59 e T + 9: 00. O veículo carregou o conjunto de instrumentos do programa de Teste Espacial, denominado STP-S27AD2, para medir as características do vôo em órbita. O terceiro estágio do foguete entrou em órbita sendo designado internacionalmente 49494 / 2021-108A, e agora é rastreado nos seguintes parâmetros : semieixo maior (km) 6851, excentricidade 0,0050; perigeu (km) 438; apogeu (km) 507; período (min) 94,05; inclinação (°) 86,01 e ω (°) de 289.
Segundo estágio
O lançamento carregou uma carga útil para o Programa de Teste Espacial denominada STP-27AD2, através de um contrato da Força Espacial dos EUA por meio de sua Unidade de Inovação de Defesa. A carga útil, projetada para medir as condições ambientais do veículo em vôo, intencionalmente não se separou do estágio superior. Esta foi a quarta tentativa do Astra de fazer órbita. A anterior, em 28 de agosto, falhou quando um dos cinco motores Delphin do primeiro estágio desligou um segundo após a decolagem. A empresa atribuiu a falha ao sistema de desconexão rápida para linhas de propelente que vazaram combustível, que se inflamou no espaço entre o foguete e a plataforma de lançamento, cortando a conexão com os componentes eletrônicos que controlavam a bomba de combustível do motor. Duas outras tentativas no ano passado também não conseguiram alcançar a órbita. A segunda deles, em dezembro de 2020, quase atingiu o objetivo. O estágio superior ficou sem propelente segundos antes de seu desligamento planejado, deixando-o cerca de 0,5 quilômetros por segundo abaixo da velocidade orbital.
Técnicos russos vão consertar problema no estágio Briz-M
O lançamento do foguete 8K82K-M/Proton-M com os satélites de comunicação Express-AMU3 e Express-AMU7 foi adiado por seis dias e acontecerá em 12 de dezembro, informou a assessoria de imprensa da Roskosmos . O lançamento do foguete Proton-M com o estágio superior Briz-M e dois satélites de telecomunicações Express-AMU3 e Express-AMU7 foi adiado para 12 de dezembro , diz o comunicado. A comissão técnica revelou um problema no estágio superior do Briz-M e decidiu adiar o lançamento por seis dias para o resolver.
Este será o segundo lançamento do foguete pesado Proton-M em 2021. Anteriormente, foi relatado que o lançamento foi adiado de novembro para 6 de dezembro devido a um problema técnico em um dos satélites e deveria ocorrer às 15h20, horário de Moscou. Os satélites Express-AMU3 e Express-AMU7 são produzidos na Reshetnev Informatsionnyye Sputnikovyye Sistemy especialmente para a empresa Space Communications . Hoje, a constelação consiste em doze satélites Express que destinam-se à prestação de serviços de difusão de TV e rádio, telefonia, transmissão de dados e redes de comunicação. Os satélites farão cobertura dos territórios da Rússia e países vizinhos.
Ambos os satélites, construídos sobre o chassi Ekspress 1000, transportam vinte transponders de banda C, dezesseis de banda Ku e um transponder de banda L. O Ekspress-AMU7 seria estacionado em 145 longitude leste e o Ekspress-AMU3 em 96,5 leste. O Ekspress-AMU7, construído primeiro, tem sua carga útil produzida pela Thales Alenia Space, enquanto o Ekspress-AMU3 é equipado com transponders fabricados na Rússia, em resposta às sanções ocidentais introduzidas em 2014 após os eventos na Ucrânia.
O plano era de que os satélites deveriam ser lançados em 2020. Em setembro do ano passado, o diretor-geral da Reshetnev, Nikolay Testoedov em uma entrevista, disse que sua produção foi atrasada devido ao atraso na entrega da carga útil da Itália em conexão com a pandemia de coronavírus. Em dezembro, o CEO da Roscosmos, Dmitry Rogozin, anunciou que seu lançamento foi adiado para o final de 2021.
Ekspress AMU3
A Reshetnev é a maior fornecedora russa de satélites de telecomunicações. As plataformas unificadas das séries Ekspress-1000 (classe média) e Ekspress-2000 (classe pesada) são os desenvolvimentos mais recentes da empresa russa disponíveis no mercado aeroespacial. Hoje, a Reshetnev “usa essas plataformas para produzir satélites de telecomunicações que variam em tamanho, capacidade de transferência e potência, adaptados aos requisitos e necessidades do cliente. Em conformidade com as melhores práticas globais, os satélites da Reshetnev construídos em torno dessas plataformas projetaram vidas úteis de 15 anos.”
O Ekspress-1000 em suas diferentes variações oferece uma plataforma para satélites de pequeno e médio portes. É um ‘ônibus’ desenhado para órbita geoestacionária, com pesos totais de 1.200 kg a 2.200 kg e tendo capacidade de produção de eletricidade de 3 kW a 8 kW. Ele é projetado para permitir empilhamento de até três da versão menor (Ekspress-1000K) ou dois da maior sob a carenagem do foguete-portador.
Satélites de sensoriamento remoto vão se juntar à frota
A Rocket Lab lançou seu foguete Electron nº 22 na a missão “Love At First Insight”, com dois satélites BlackSky (14 e 15), do Complexo de Lançamento 1 na Península de Mahia, Nova Zelândia, em 18 de novembro de 2021, às 01 : 38 UTC (21:38 de Brasília). A missão foi a 22ª do foguete Electron. Os satélites de ERS de segunda geração (‘Gen 2’) com cerca de 60 kg farão parte da constelação orbital que, segundo a BlackSky, até 2022 deverá ser composta por dezesseis unidades. Eles permitirão a obtenção de imagens ópticas com resolução de 50-90 cm a partir de uma altitude de 420 km. Com o lançamento, a BlackSky tem nove desses satélites em órbita.
Satélites BlackSky – sistema de compactação das cargas úteis, com a coifa de cabeça, satélite superior, adaptador e satélite inferiorArranjo dos satélites sob a coifa em simulação; um está montado acima do outro, ligado por um adaptador descartável
A missão de hoje também incluiu um pouso oceânico controlado e a recuperação do primeiro estágio do Electron. Pela primeira vez, a Rocket Lab posicionou um helicóptero na zona de recuperação a cerca de 200 milhas náuticas da costa para rastrear e observar o estágio em sua descida em paraquedas em preparação para futuras tentativas de captura aérea. O helicóptero rastreou com sucesso o foguete que retornava e completou os testes de comunicação na zona de recuperação, em mais um ensaio para capturar um foguete do céu, trazê-lo de volta ao complexo de produção para reforma e, em seguida, lançá-lo ao espaço novamente.
Peter Beck, fundador e CEO da Rocket Lab, disse: “O lançamento de hoje foi uma aula de arte de uma incrível equipe de engenheiros sobre como colocar satélites de clientes para o espaço e, ao mesmo tempo, demonstrar operações de ponta e inovação que impulsionam a indústria espacial para a frente na reutilização de foguetes pequenos. Esta é nossa terceira missão de recuperação de prova de conceito bem-sucedida, e ainda estabelece o Electron como o veículo de lançamento líder para o mercado de pequenos satélites. Estamos todos entusiasmados para passar para a próxima fase de reutilização no próximo ano: capturando os estágios no ar com helicóptero.”
Eventos – horários aproximados 1:38:13 Decolagem 1:39:29 zona de MaxQ 1:40:42 corte de motores do primeiro estágio 1:40:45 separação de estágios 1:40:47 ignição do segundo estágio 1:41:20 largagem da coifa de cabeça 1:42:58 apogeu do primeiro estágio 1:45:39 descarte das bateriais extras do segundo estágio 1:46:50 abertura do paraquedas principal do primeiro estágio 1:48:27 corte de motor do segundo estágio 1:48:32 separação do terceiro estágio 2:29:54 ignição do motor Curie do terceiro estágio 2:32:20 liberação do primeiro satélite 2:33:03 liberação do adaptador entre satélites 2:33:47 liberação do segundo satélite
Espaçonave Starship e foguete ‘Booster’ de primeiro estágio
Elon Musk disse ontem, quarta-feira 17, que a SpaceX “espera” lançar o primeiro teste de vôo orbital de seu foguete Starship em janeiro, uma programação que depende de testes e aprovação regulatória. “Faremos vários testes em dezembro e, com sorte, o lançaremos em janeiro”, disse Musk, falando em uma reunião do Conselho de Estudos Espaciais das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina. A empresa está testando protótipos desta nave espacial que também é um segundo estágio de foguete na instalação no sul do Texas e já realizou vários voos de teste curtos – dos quais apenas um resultou num pouso controlado totalmente bem-sucedido.
A SpaceX planeja que a Starship seja totalmente reutilizável, com a nave e seu primeiro estágio propulsor “Booster”, ou ‘B’, sejam capazes de pousar após uma missão para serem recuperados para voos futuros. Os foguetes Falcon 9 da empresa são parcialmente reutilizáveis. A empresa pode pousar e relançar regularmente os ‘cores’ (como se convenciona chamar o primeiro estágio ou o estágio central de um foguete), mas não o segundo estágio. O próximo grande passo da empresa no desenvolvimento da Starship é o lançamento em órbita. Esse cronograma, no entanto, depende da aprovação regulatória da Administração Federal de Aviação. “Esperamos a aprovação de nossa licença da FAA no final deste ano”, disse Musk. Primeiro, ela precisa da licença da Federal Aviation Administration , com o regulador esperando concluir uma avaliação ambiental importante até o final deste ano. A FAA disse em 15 de novembro que estava avaliando mais de 17.000 comentários escritos e 121 comentários orais de duas audiências públicas. Um “painel de licenciamento” do Departamento de Transporte prevê a conclusão da revisão ambiental até o final de dezembro, o que permitiria à FAA prosseguir com a emissão de uma licença.
Musk observou que não tinha certeza se a Starship alcançaria a órbita com sucesso na primeira tentativa, mas enfatizou que está “confiante” de que a espaçonave chegará ao espaço em 2022. “Pretendemos ter uma alta taxa de voos no próximo ano”, disse. A SpaceX pretende lançar até uma dúzia de voos da nave em 2022, para completar o programa de voos de teste e avançar para o lançamento de “cargas úteis reais em 2023”. Ele enfatizou que a criação de uma linha de produção em massa para a Starship é crucial para os objetivos de longo prazo do programa, observando que a “maior restrição” atual na fabricação de foguetes é a rapidez com que a empresa pode construir os motores Raptor necessários para a nave. “Acho que, para que a vida se torne multiplanetária, precisaremos de talvez mil naves ou algo parecido”, disse Musk. “O objetivo abrangente da SpaceX tem sido o avanço da tecnologia espacial de forma que a humanidade possa se tornar uma espécie multiplanetária e, em última instância, uma civilização espacial.”
Antes que a primeira missão tripulada decole para Marte, a SpaceX planeja realizar pelo menos dois voos de demonstração para Marte, sendo que os lançamentos de suas naves custarão dez vezes menos do que voos de um foguete Falcon 9 – e Musk espera atingir esses indicadores de custo em dois anos.
Embora a SpaceX tenha um contrato de US$ 2,9 bilhões com a NASA para desenvolver uma versão da nave para levar astronautas à superfície lunar, Musk disse que a empresa “não está assumindo nenhuma colaboração internacional” ou financiamento externo para o programa de foguetes.
Porém, para muitos especialistas em tecnologia e negócios relacionados ao espaço, é importante questionar a alegação central da SpaceX de que a Starship pode reduzir significativamente os custos de lançamento. Pierre Lionnet, diretor de pesquisa da Eurospace, a associação comercial da indústria espacial europeia e economista espacial de profissão, diz que as pessoas costumam dar muita atenção ao custo de lançamento quando lançar qualquer coisa no espaço cria uma série de despesas. Por exemplo, a sonda espacial Rosetta e o módulo de aterrissagem Philae, que alcançou o primeiro pouso suave em um cometa em 2014, custou à Agência Espacial Europeia cerca de 1,4 bilhão de euros (cerca de US $ 1,7 bilhão), mas seu custo de lançamento compreendeu menos de dez por cento do fatura total.
Espaçonave adaptada para atuar como módulo lunar do programa Artemis da NASA
A relação entre o custo de lançamento e o custo total de criação e lançamento de satélites, telescópios espaciais e outros dispositivos determina quais organizações verão a inovação da Starship como particularmente valiosa, diz Lionnet. “Para uma empresa, reduzir o custo de lançamento pode mudar drasticamente a equação econômica”, acrescenta. “Para um programa científico, nem tanto.”
E embora o custo de lançamento alegado de US$ 2 milhões seja atraente, os números não contam toda a história, diz Lionnet. A SpaceX não é uma empresa de capital aberto, por isso não revela os custos de tudo o que foi investido no seu sistema nave/foguete, desde a construção de mais de uma dúzia de protótipos até o emprego de um exército de designers e engenheiros. A nave terá que recuperar essas despesas eventualmente, diz Lionnet. Isso pode, em parte, explica a amplitude de suas aplicações propostas: a SpaceX promoveu o sistema não apenas como uma “balsa” cargueira interplanetária, removedor de lixo espacial e lançador econômico para grandes satélites, mas também um servidor de transporte global ponto-a-ponto capaz de enviar cargas úteis ou passageiros para qualquer lugar da Terra em uma hora. “Se amanhã você abrir uma lanchonete e me disser: ‘Eu sou inteligente; meu hambúrguer custará 10 centavos em vez de US $ 1,50 – eu pergunto: Onde você vai comprar sua carne? Onde você vai comprar pão? Como você vai pagar as pessoas que trabalham para você?’ Isso é exatamente o que está acontecendo com Elon Musk ”, diz Lionnet.
″[A Starship] é pelo menos 90% financiada internamente até agora ”, disse Musk. A SpaceX levantou bilhões em fundos nos últimos anos, tanto para financiar a Starship quanto para seu projeto de internet via satélite Starlink, com a avaliação da empresa atingindo recentemente US $ 100 bilhões.
Microssatélites de sensoriamento remoto decolam da Nova Zelândia às 22:38
Programada para decolar do Complexo de Lançamento 1 na Península da Mahia, na Nova Zelândia, a missão ‘Love At First Insight’ será o 22º lançamento da Rocket Lab em geral e a quinta missão de 2021.
O Electron lançará dois dos satélites de alta resolução e multiespectrais em órbita baixa, expandindo a rede da BlackSky no espaço e oferecendo inteligência geoespacial em tempo real e serviços de monitoramento.A BlackSky combina imagens de alta resolução capturadas por sua constelação de microssatélites com seu software de inteligência artificial proprietário para fornecer análises e insights para indústrias, incluindo transporte, infraestrutura, uso do solo, defesa, gerenciamento da cadeia de suprimentos e ajuda humanitária.
Satélite Blacksky
O Electron lançará dois dos satélites de alta resolução e multiespectrais em órbita baixa, expandindo a rede da BlackSky no espaço e oferecendo inteligência geoespacial em tempo real e serviços de monitoramento. A BlackSky combina imagens de alta resolução capturadas por sua constelação de microssatélites com seu software de inteligência artificial proprietário para fornecer análises e insights para indústrias, incluindo transporte, infraestrutura, uso do solo, defesa, gerenciamento da cadeia de suprimentos e ajuda humanitária.
Os satélites mini-ERS com cerca de 60 kg farão parte da constelação orbital que, segundo a BlackSky, até 2022 deverá ser composta por 16 espaçonaves. Eles permitirão a obtenção de imagens ópticas com resolução de 50-90 cm a partir de uma altitude de 420 km. Com o lançamento atual, o BlackSky terá nove satélites semelhantes em órbita. O lançamento do foguete leve de dois estágios com um estágio superior ‘Kick Stage’ está planejado para ser realizado durante a janela das 14h20 às 16h30, horário da Nova Zelândia (das 20:20 às 00:30, de Brasilia), do Plataforma de lançamento do Rocket Lab na Península de Mahia, na Nova Zelândia.
Nave se desengatará da ISS para ser destruída após abastecer a estação
Espaçonave Cygnus da Northrop transporta cargas para a estação e ao partir sempre é carregada de lixo e experimentos, e é propositalmente desintegrada na atmosfera
O desacoplamento do cargueiro norte-americano Northrop Grumman Cygnus NG16 da Estação Espacial Internacional , à qual entregou 3,7 toneladas de cargas em agosto, está previsto para 20 de novembro. A Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos anunciou isto ontem, esta terça-feira 16, em seu site.
“A nave espacial não tripulada Northrop Grumman Cygnus deixará a ISS no sábado, 20 de novembro”, disse o documento. O desacoplamento da espaçonave está programado para as 11:00, horário da Costa Leste dos EUA (13:00, horário de Brasilia). A operação será controlada da Terra e será monitorada por Matthias Maurer, astronauta da Agência Espacial Européia, que chegou à ISS na semana passada. Após a separação da estação, o veículo permanecerá em órbita por pouco menos de um mês e, com o auxílio de sensores especiais, transmitirá informações sobre a proteção térmica da espaçonave, após o que no dia 15 de dezembro acionará o motor e será colocada em trajetória de reentrada, de onde, junto com o lixo e resíduos da ISS nela carregados, queimará nas camadas densas da atmosfera.
Passada a “crise” do ASAT, tudo como dantes nos quartéis de NASA e Roskosmos
Crew Dragon
O Tsentr Podogotvki Kosmonavtov, centro russo de treinamento de cosmonautas (TsPK) selecionou quatro candidatos para se preparar para os voos na espaçonave americana Crew Dragon, disse o chefe do Centro, Maxim Kharlamov. O anúncio ocorre após a celeuma, magnificada pela mídia americana e alguns jornalistas russófobos, do teste anti-satélite (ASAT) do início desta semana, quando um míssil A-235 do sistema Nudol destruiu um satélite soviético desativado, numa demonstração de força sinalizada à Ucrânia e aos próprios EUA. O efeito colateral desta iniciativa, desnecessariamente arriscada por parte das forças militares da Rússia, foi a necessidade de que os astronautas da ISS se refugiassem em suas cápsulas em prevenção à possibilidade de choque de detritos – o que acabou por não acontecer.
“Estas são quatro – o membro da tripulação principal da USCV-5 e seu backup, e os principal e reserva na USCV-6”, disse Kharlamov. Segundo ele, em um futuro próximo, os candidatos deverão ser submetidos à aprovação da comissão estatal. No início da quarta-feira, o diretor executivo da Roskosmos para programas tripulados, Sergei Krikalev, disse que a estatal e a NASA chegaram a um acordo de princípios sobre a retomada dos voos “cruzados”, cujo texto deve ser aprovado pelo governo russo . “Há um acordo de princípios. Não há problemas tanto técnicos quanto documentais. Por se tratar de um esquema de permuta, é um acordo em nível de governo: os documentos estão sendo preparados, as regras estão sendo especificadas, e o processo normal de trabalho está em andamento “, disse Krikalev.
Soyuz MS
Em 6 de novembro, o vice-chefe do Centro de Ciência e Desenvolvimento, Vladimir Dubinin, disse que uma lista preliminar de cosmonautas russos que serão treinados na nave Crew Dragon como parte de futuros voos “cruzados” para a ISS foi elaborada. Em 6 de outubro, o chefe do programa da NASA na ISS, Joel Montalbano, anunciou que os Estados Unidos estavam preparando um acordo com a Roskosmos em voos “cruzados”; o cosmonauta russo, disse ele, poderia voar em uma espaçonave americana no outono de 2022. Em 29 de outubro, a chefe do programa tripulado da NASA, Katie Luders, anunciou que a Roskosmos e a agência americana estavam considerando o treinamento conjunto para futuros voos “cruzados” para a ISS.
Soyuz e Crew Dragon na mesma escala
Em 19 de março, a Roskosmos disse que negociações estavam em andamento com a NASA para voos “cruzados”, mas nenhum acordo fora alcançado ainda. Em abril, Krikalev disse que a estatal era a favor da retomada dos voos “cruzados” em naves russas e americanas.
No relatório anual da Roskosmos para 2020, foi relatada a preparação do projeto de acordo de voos “cruzados”. Desde 2011, o transporte de tripulações à ISS foi realizado apenas por espaçonaves russas, mas antes disso havia um sistema cruzado, segundo o qual astronautas americanos recebiam assentos em naves russas e cosmonautas russos nas americanas. Em 2020, a NASA informou que estava negociando com a Roskosmos sobre o retorno do sistema cruzado.
O diretor da Roscosmos, Dmitry Rogozin, declarou durante uma coletiva de imprensa no Congresso Internacional de Astronáutica em Dubai em 25 de outubro passado, que russos teriam permissão para voar para a ISS na Crew Dragon, “pois a tecnologia já provara ser suficientemente segura e confiável”. “Em nossa opinião, a SpaceX já adquiriu experiência suficiente para poder colocar nossos cosmonautas na Crew Dragon”, disse Rogozin.
Comparações pertinentes
De fato, a Crew Dragon já acumulou um total de cinco voos, todos realizados dentro dos limites do envelope de segurança, mesmo que seja uma soma tímida em comparação com a Soyuz russa, usada sem falhas catastróficas desde 1971. A Soyuz, desde então já enfrentou várias ocasiões de operação “não-nominal”, como falhas de acoplamento, defeito em software antes da reentrada, alternância para modo balístico durante o retorno, falhas de acionamento dos motores de pouso suave e mesmo um furo por onde vazava o ar ambiente (num episódio não explicado). Em três ocasiões o distema de resgate de emergência SAS foi acionado, uma vez na plataforma durante explosão do foguete, outra em voo na fase de separação do primeiro e segundo estágios e a mais recente durante uma falha na separação do primeiro estágio – e em todas as ocasiões a tripulação retornou ilesa à Terra, e a nave não ficou proibida de voar por mais do que alguns meses.
Essa lista de falhas, ao invés de prenunciar uma fragilidade do sistema russo, na verdade demonstra a sua confiabilidade no item mais crucial – a segurança da tripulação em caso de emergência na vida real, e não apenas em simulações controladas. Mais de 150 naves Soyuz já foram lançadas – sem contar os voos de testes não relacionados sob o nome “Soyuz” e os lançamentos das naves-irmãs 7K-L1 “Zond”. Em nenhuma ocasião foi feito uso do paraquedas reserva – talvez este sendo o motivo para que o público leigo fosse enganado pela noção absurda de que a nave teria apenas um sistema de paraquedas.
Comparações não-pertinentes
Não é pertinente comparar as Soyuz com os space shuttle americanos, que em 135 voos tiveram dois acidentes catastróficos, não por falha de design mas por deficiências operacionais – porque as espaçonaves são de desenho e requerimentos diferentes. Quanto ao design, o shuttle era reconhecidamente uma nave no limite da segurança, porém os astronautas e a NASA eram conscientes das limitações da nave reutilizável e seus pontos fracos, que foram porém empurrados ao limite justamente pela atititude da agência espacial e da indústria dos EUA em forçar suas capacidades além do razoavelmente permissível. Uma vez, a Challenger foi destruída devido a mau gerenciamento do cronograma de voo, obrigando uma decolagem em ambiente climático desfavoravel, sob protestos de engenheiros. Na segunda vez, o Columbia foi perdido devido a um mau gerenciamento de riscos inerentes à espuma gelada se desprendendo do isolamento do tanque externo durante a subida e atingindo o bordo de ataque da asa justamente num ponto vulnerável. Cada um desses acidentes obrigou os americanos a manterem suas naves em terra enquanto eram feitos os inquéritos para a determinação das causas e a posterior implementação dos programas de correção das falhas detectadas. Isso não impediu que as naves voltassem a voar com segurança revisada e conseguindo um sucesso em todas as suas missões, que permitiram concluir o segmento americano da ISS, aos que se seguiu a retirada de serviço dos veículos restantes na frota (Atlantis, Discovery e Endeavour) após missões exitosas para a NASA. Sem os shutle, o segmento dos EUA seria deixado incompleto, o que comprometeria os compromissos com os parceiros europeus e japoneses.
Espera-se que a Crew Dragon a sua concorrente Starliner da Boeing possam apresentar histórico similar, se bem que o contrato para uso destas naves por parte da NASA não prevê uma lista de lançamentos que se equiparem em volume à das naves russas.
Objetivo é prover internet a locais remotos e ‘proteger a Amazônia’
Ontem, segunda-feira, 15 de novembro, o Ministro das Comunicações do Brasil, Fábio Faria, compartilhou sua reunião com representantes da SpaceX para discutir como a rede de banda larga Starlink pode beneficiar as comunidades rurais e ajudar a proteger a floresta amazônica. A SpaceX está fechando parcerias com governos e organizações em todo o mundo para levar o serviço Starlink a comunidades remotas onde a Internet não é confiável ou totalmente indisponível. A SpaceX trabalha no desenvolvimento da infraestrutura de internet mais avançada, composta por mais de 12.000 satélites em órbita baixa. A empresa opera atualmente cerca de 1.844 satélites Starlink que fornecem cobertura para regiões rurais em vinte países. Atualmente, a constelação fornece internet para cerca de 140.000 usuários. A SpaceX diz que será capaz de atender mais clientes à medida que mais satélites forem instalados no próximo ano.
“FENOMENAL reunião com a presidente da SpaceX, Gwynne Shotwell e sua equipe. Convidamos a SpaceX/StarLink para vir ao Brasil para conectarmos todas as escolas rurais do País e utilizarmos a tecnologia e capilaridade que eles têm em satélites para preservarmos a AMAZÔNIA. ” – anunciou o ministro.
O ministro Faria se reune com Elon Musk em Austin, hoje, 16, para continuar a discutir a possível parceria entre a empresa do bilionário e o governo brasileiro. Segundo Faria, esta parceria está próxima. “A gente no Governo Federal não tem otimismo e não tem pessimismo, a gente faz acontecer!”, disse o ministro. Com a parceria, Faria mira nos satélites da SpaceX que estão em órbita terrestre. Havendo melhor conexão de internet via satélite, o monitoramento e preservação da Amazônia Legal pode facilitar o trabalho do governo, além de proporcionar um melhor ensino nas escolas mais distantes das capitais.
Competindo no mercado com outras gigantes como a Amazon, Musk deve investir US$ 30 bilhões (R$ 162,5 bilhões) no projeto Starlink. Em julho, a SpaceX já fechara parceria com o Chile, onde habilitará a internet em duas cidades. Para fazer a conexão, a empresa entregou kits de recepção de sinais de satélite, que permitirão o acesso gratuito ao serviço por um ano. Posteriormente, o custo deve ser absorvido pelos municípios. A Starlink está empenhada em oferecer potencial de velocidade de download entre 50 e 150 Mb/s. Dias antes, Faria também se reuniu com a britânica OneWeb, que atua no mesmo setor, tem mais de 300 satélites de órbita baixa e pretende dobrar a constelação no próximo ano. Assim como a SpaceX, a empresa já solicitou à Anatel licença para operar no país. O encontro com a OneWeb aconteceu no dia 11, em Glasgow, cidade que sediou a COP 26, conferência das Nações Unidas sobre o clima.
Foguete europeu segue para colocar satélites militares franceses em órbita
Decolagem de Kourou, na Guiana Francesa
Na terça-feira, 16 de novembro de 2021 às 06:27 hora de Brasilia, a terceira missão de foguete VEGA do ano decolou do Centro Espacial da Guiana, com três satélite de observação eletrônica CERES.
Coifa de cabeça do VEGA para esta missão
Após a decolagem do Centro Espacial da Guiana, o lançador fez um vôo de pouco mais de seis minutos, acionado pelos três primeiros estágios. O terceiro estágio recuou por meio de motores de separação e afastamento depois de se separar do composto superior, que compreendia o estágio AVUM, o adaptador CLIP e os três CERES 1,2 e 3. O estágio AVUM acendeu seu motor pela primeira vez, seguida de uma fase balística com duração de 37 minutos. O estágio AVUM então reiniciou seu motor para uma segunda queima, antes de liberar os satélites. As fases de ignição do AVUM duraram cerca de 35 minutos, seguidas pela liberação das cargas. Isso marcaria o fim da missão VV20, os satelites sendo liberados do suporte aos 56 minutos e 44 segundos de voo.
Cumprindo os regulamentos de manter o espaço limpo, o estágio superior dispararia uma última vez para garantir a reentrada e queimar alto na atmosfera sobre o oceano.
CERES 1,2 e 3
A massa por satélite é de 446 kg – para um total de 1.548 kg; os CERES serão colocados numa órbita semi-síncrona com inclinação de 75 graus e altitude média de 670 km.
Perfil de lançamento até a entrada em órbita
O VEGA – Vettore Europeo di Generazione Avanzata
O VEGA tem altura 29,9 m, diâmetro 3,025m, massa de lançamento de 137.000 kg e consiste de: um composto inferior consistindo de três estágios de propelente sólido; um estágio superior AVUM, Attitude and Vernier Upper Module (Módulo Superior de Atitude e Vernier) religável; a carenagem de carga útil; e m adaptador / dispensador de carga útil com sistema(s) de separação. Dependendo da missão, diferentes adaptadores/dispensadores ou estruturas de transporte podem ser usadas. O primeiro estágio é o P80 FW, o segundo é o Z23 FW, o terceiro um Z9 FW e o quarto, o AVUM de fabricação ucraniana. A família de lançadores comerciais da Arianespace foi expandida em 2012 com a adição do VEGA, um veículo de nova geração para voos para cargas úteis de pequeno a médio porte. Este lançador de quatro estágios – um programa da Agência Espacial Européia – é adaptado para transportar o número crescente de pequenas espaçonaves científicas e outras cargas úteis leves em desenvolvimento em todo o mundo. Sua capacidade de carga útil é de 1.500 kg em missões a 700 km, em órbita circular.
VEGA
No voo dos CERES, o foguete terá em seu último estágio um adaptador-dispensador ‘CLIP’ para ejetar os satélites em órbita. Pesando 200 kg, o CLIP suportará os três satélites. A estrutura composta de fibra de carbono, feita pela Airbus em Madrid-Barajas, é um cone truncado com altura de 1,46m e uma plataforma periférica de três ‘asas’ com suportes para instalação dos satélites. Seu design leve otimiza o aproveitamento do volume disponível dentro da carenagem do lançador. Cada satélite é preso com quatro sistemas de retenção e ejeção que são acionados no momento de injetar os satélites em órbita.
No décimo-segundo lançamento da Arianespace em 2021, o lançador leve VEGA vai decolar do Centro Espacial de Kourou, amanhã, 16 de novembro de 2021, às 09:27 UTC (06:27 de Brasília) com três satélites CERES. A massa por satélite é de 446 kg – para uma massa total de 1.548 kg; os CERES serão colocados numa órbita semi-síncrona com inclinação de 75 graus, com altitude média de 670 km. Os satelites serão liberados do suporte aos 56 minutos e 44 segundos de voo.
O sistema CERES (CapacitÉ de Renseignement Électromagnétique Spatiale, ou capacidade de inteligência eletromagnética espacial), primeiro sistema operacional francês de inteligência de sinais baseados no espaço (signals intelligence, ou SIGINT) do Ministério da Defesa da França, estava programado para ser lançado em 2020. O CERES é uma constelação de três satélites que se destinam a detectar, localizar e caracterizar sinais eletromagnéticos no solo, emitidos por sistemas de radiocomunicação e radares inimigos, para fornecer alertas antecipados e capacidades de detecção de mísseis balísticos para as Forças Armadas francesas. Também ajudarão a melhorar a consciência situacional e a segurança em campo de batalha. A Airbus Defence and Space, a Thales Airborne Systems e a Thales Alenia Space são as principais contratadas para o sistema. A agência francesa de compras de defesa, Direction Générale de l’Armement (DGA), fornecerá serviços de gerenciamento de projetos para o programa. Este programa permitirá, por exemplo, especificar o perigo que representam os radares inimigos para garantir a supremacia dos aviões franceses ou para determinar a arquitetura das redes de comunicação inimigas. Ou seja, a França poderá enviar seus aviões com total independência, que poderão entrar primeiro em um teatro externo de operações, ao contrário da Líbia, onde a ajuda dos Estados Unidos foi determinante.
O sistema é composto pelos três satélites, posicionados próximos um do outro e destinados à detecção e localização de emissões eletromagnéticas no solo. É o uso simultâneo dos três, posicionados em um triângulo, que permite localizar a emissão. Equipados com sensores de alto desempenho, os satélites oferecerão frequência de revisita diária em todos os climas e serão capazes de coletar dados que permitem a caracterização e localização dos transmissores. “Quando um radar emite um sinal, cada um dos satélites recebe esse sinal em um horário um pouco diferente ”, explicou um especialista do CNES (Centre National d’Etudes Spatiales – a agência espacial francesa). É cruzando as informações coletadas por cada um e comparando o tempo de recepção do mesmo sinal que podemos localizar a localização do transmissor. Fazendo o exercício para cada par de satélites (satélite 1 / satélite 2 – satélite 1 / satélite 3 – satélite 2 / satélite 3), chegamos a uma localização muito precisa. Daí a necessidade de ter três satélites trabalhando juntos”, explicou o CNES em um comunicado à imprensa.
Desenvolvimento do CERES – A DGA francesa notificou um acordo para o projeto e desenvolvimento da missão de inteligência eletrônica em 2013. O projeto recebeu sinal verde oficial em março de 2014. Em março de 2015, a DGA fechou o contrato com a Thales e a Airbus para o desenvolvimento e implementação do sistema, incluindo o segmento espacial, segmento terrestre de usuário e cargas úteis de SIGINT. Como parte do acordo contratual, as empresas também forneceriam suporte permanente para o sistema.
A Airbus Defense and Space construiu o segmento espacial composto pelos satélites, enquanto a Thales forneceu o chassi / plataforma, cargas úteis e segmento de solo do usuário sob subcontrato da Airbus. O CNES, em parceria com a DGA, adquiriu serviços de lançamento e segmento de controle de solo. O programa CERES está avaliado em 450 milhões de euros (US$ 493,25 milhões) e faz parte da Lei de Planejamento Militar de 2014-2019. Seu desenvolvimento baseia-se nos microssatélites-demonstradores ELISA (inteligência eletrônica) e ESSAIM (inteligência de comunicações), lançados em dezembro de 2011 e dezembro de 2004 respectivamente.
Os CERES serão os 47º ao 49º satélite franceses a serem lançados pela Arianespace. Serão também os 134º ao 136º satélites da Airbus Defence and Space a serem lançados pela Arianespace. Existem atualmente dezesseis satélites da Airbus na carteira da Arianespace, e os CERES 1, 2 e 3 serão os 116º ao 118º satélites de observação da Terra lançados pela operadora européia. As missões de observação representam 11% do número total de satélites lançados pela Arianespace.
Foguete VEGA
O VEGA (Vettore Europeo di Generazione Avanzata) é um foguete de propelente sólido com um estágio superior opcional de combustível líquido para re-ignição e capacidade de injeção precisa. O veículo tem 29,9 metros de altura, um diâmetro principal de 3,03 metros e uma massa de decolagem de 137.000 kg. No voo dos CERES, o foguete terá em seu último estágio um adaptador-dispensador ‘CLIP’ para ejetar os satélites em órbita.
Foguete VEGA
Pesando apenas 200 kg, o CLIP suportará os três satélites. A estrutura composta de fibra de carbono, feita pela Airbus em Madrid-Barajas, é baseada em um cone truncado com altura de 1,46m e uma plataforma superior de três ‘asas’ com suportes para instalação dos satélites. Seu design leve otimiza o aproveitamento do volume disponível dentro da carenagem do lançador. Cada satélite é preso com quatro sistemas de retenção e ejeção que são acionados no momento de injetar os satélites em órbita.
O VEGA é o veículo de lançamento da Arianespace projetado para enviar pequenos satélites para a orbita terrestre baixa. Ele oferece “flexibilidade de missão a um custo acessível”. Juntamente com a família de lançadores Ariane, representa a solução europeia para acessibilidade espacial. O foguete é composto por quatro estágios, os três primeiros equipados com motores de propelente sólido e o último de propulsão líquida. Ele pode transportar uma ou várias cargas úteis com um total de até 1.500 kg em qualquer órbita em missões até uma órbita circular de 700 km. O voo inaugural do Vega ocorreu em fevereiro de 2012. Após o sucesso deste primeiro lançamento, o projeto cresceu em importância e o lançador ganhou um histórico muito bom de voos bem-sucedidos, colocando vários tipos de cargas em órbita, incluindo vários SmallSats (os chamados pequenos satélites) para vários clientes privados, institucionais e governamentais.
O cosmonauta Anton Shkaplerov da Roskosmos se tornou o primeiro comandante de espaçonave Soyuz MS que foi para a Estação Espacial Internacional com dois participantes não profissionais de vôo ao mesmo tempo – a atriz Yulia Peresild e o diretor Klim Shipenko. Para Shkaplerov, esta é a quarta expedição de longo prazo à ISS. O dia 14 de novembro marcou dez anos desde seu primeiro vôo em órbita. Em 17 de outubro, os primeiros representantes mundiais da indústria cinematográfica que viajaram ao espaço voltaram à Terra com o cosmonauta Oleg Novitsky. Shkaplerov, junto com seu colega Pyotr Dubrov, continuaram sua viagem espacial. Anton contou à TASS sobre as filmagens do filme Vy’zov, “Desafio”, no espaço, o que os cosmonautas aprenderam com os representantes da indústria cinematográfica, sobre os próximos experimentos e o trabalho nas caminhadas espaciais.
Anton Nikolaevich, você participou das filmagens do primeiro longa-metragem no espaço com o título provisório de “Desafio”. O que você pensou disso?
Gostei do trabalho porque era muito interessante. Pela primeira vez participei da filmagem de um longa-metragem real. E isso foi feito por um diretor profissional, Klim Shipenko.
Você teve alguma dificuldade durante as filmagens?
Claro, houve dificuldades. Não sou um ator profissional, então a primeira coisa que encontrei foi a necessidade de decorar o script, o que eu não tinha feito antes. Normalmente, falamos com a câmera com nossas próprias palavras ou lemos o texto que aparece na tela. Aqui era necessário aprender não apenas um ‘poema’, mas uma ‘prosa viva’, uma conversa que deveria corresponder ao roteiro. A segunda dificuldade era que demorava muito para filmar. Isso se deveu não só ao fato de o diretor querer ouvir uma certa entonação de determinada frase (mesmo uma frase poderia ser filmada dez ou mais vezes, até que o diretor atingisse a entonação de que precisava), mas também com a mudança constante da situação de corte para a estação. Durante as filmagens, recebíamos a luz principal das janelas, sendo que a cada 45 minutos há um nascer e um pôr-do-sol, então Klim tinha que manter constantemente uma determinada situação devido à iluminação artificial. Ou seja, ele tinha que acender constantemente certas lâmpadas, direcioná-las em uma determinada direção, para que, quando as pessoas assistissem a um filme na tela, não percebessem a mudança no corte.
Você adotou a experiência de trabalhar com a câmera por conta própria?
Percebemos que a situação da iluminação é uma questão muito difícil, portanto, antes de filmar, é necessário garantir que o que queremos ver na tela esteja bem iluminado. É preciso também preparar o chamado set cinematográfico para a filmagem – o que nos rodeia, ou seja, para que não apareçam na tela coisas desnecessárias que estraguem a imagem.
Que tipo de trabalho você fez com Pyotr Dubrov na ISS, depois que a Soyuz MS-18 partiu com a equipe de filmagem?
Primeiro, dormimos o suficiente. O desacoplamento ocorreu à noite, e só fomos para a cama pela manhã (cerca de seis da manhã). Portanto, a primeira coisa que fizemos foi dormir o suficiente, visto que 12 dias de filmagem na estação foram uma programação muito apertada, tínhamos que fazer as filmagens não só durante o trabalho, mas também no nosso próprio tempo. E nós nos cansamos. Depois de dormirmos, começamos a arrumar a estação. De fato, durante o trabalho da equipe cinematográfica, o segmento russo foi adaptado para a filmagem, muitos objetos e equipamentos foram transferidos de um módulo para outro, e foi necessário alinhar tudo com o banco de dados localizado na estação.
A parte principal das filmagens ocorreu no módulo de laboratório polivalente (MLM) Nauka?
Não. A maior parte das filmagens ocorreu em outros locais. Acho que 30% foi filmado no módulo de laboratório polivalente, cerca de um terço foi filmado em nosso módulo de serviço principal Zvezda, cerca de 30% permaneceram para todos os outros módulos.
Quais experimentos estão sendo realizados no módulo Nauka?
Até o momento não estão sendo realizados experimentos no Nauka, pois estamos integrando-o a toda a estação: estamos instalando os equipamentos necessários para realizar os experimentos. Acho que em um futuro próximo, quando pelo menos alguns deles estiverem instalados, começaremos os primeiros experimentos no módulo. Hoje eu verifico os blocos e equipamentos do sistema de recuperação de água da urina, que está instalado no Nauka. Espero que em um futuro próximo o possamos aciona-lo e que funcione, dando-nos água adicional para a estação.
O primeiro ocupante da cabine individual no módulo Nauka foi Oleg Novitsky, que deixou a ISS no dia 17 de outubro. A cabine está vazia agora?
Poucos dias após o pouso da Soyuz MS-18, Pyotr Dubrov ocupou a cabine no MLM, explicando que, tendo voado por seis meses (o cosmonauta está a bordo da ISS desde abril ), ele queria mudar de posto de descanso, na qual eu apoiei. Eu não me importei.
A próxima caminhada no espaço no âmbito do programa de integração do Nauka está prevista para o próximo ano. Quando é planejada?
A primeira caminhada no espaço está prevista para o final de janeiro.
Anteriormente, a Roskosmos relatou que a Universidade Tecnológica Estadual de Belgorod Shukhov e o centro de treinamento de cosmonautas TsPK inventaram um polímero multicamadas, composto de carbono para proteção contra impactos espaciais. Foi planejado para ser testado durante sua expedição. Quando o experimento começa?
A entrega do equipamento está prevista para fevereiro no cargueiro Progress MS-19, de modo que o experimento começará literalmente na chegada à estação. Não levará um mês, mas anos para obter dados sobre como esse polímero protege contra a radiação cósmica. A primeira parte do experimento acontecerá dentro da estação. O segundo será no exterior. Ou seja, esse material será exposto, na parte externa da estação, em espaço aberto.
Como será o experimento?
O equipamento será entregue na estação: um tubo feito de um polímero composto especial que protege contra a radiação, um dosímetro será colocado nele, outro dosímetro será fixado nas proximidades. Dentro da estação, eu acho, eles serão colocados em uma das cabines em que vivem os astronautas, com uma frequência de cerca de uma vez a cada duas semanas – os dados serão lidos no dosímetro por um mês para entender até que ponto o composto protege da radiação.
Durante esta expedição, você chegou à estação usando um circuito de duas órbitas. Como você avalia isso?
Eu avalio muito bem a acoplagem com a estação três horas após a decolagem. Eu tenho algo para comparar. No primeiro vôo esperei dois dias até chegar à estação, entendo o quão difícil é ser três de nós em um volume muito pequeno e apertado, onde, infelizmente, nem dá para esquentar a comida, e o o próprio processo de adaptação foi bastante difícil. Em uma estação com grande volume, é muito mais fácil de se adaptar.
Com que rapidez você se adaptou à ausência de peso dessa vez?
Acho que praticamente não houve necessidade de adaptação, não senti a mudança do corpo das condições terrenas para a microgravidade; aparentemente, a experiência de um ano e meio de vida no espaço me afetou e o corpo se lembrou disso sem problemas, e sem medicamentos. Depois de chegar, passei a morar e trabalhar tranquilamente na estação.
A tripulação do segmento russo da ISS refugiou-se na espaçonave Soyuz devido à aproximação de um “objeto perigoso”. O significado dessa operação foi explicado em entrevista à rádio Sputnik pelo chefe do Instituto de Política Espacial, Ivan Moiseev. Os cosmonautas russos Anton Shkaplerov e Pyotr Dubrov trabalhando na Estação Espacial Internacional (ISS), assim como o astronauta americano Mark Vande Hei refugiaram-se na espaçonave Soyuz MS-19 quando detritos espaciais passaram pela ISS, informou a RIA Novosti, citando uma transmissão da NASA. Em entrevista à rádio Sputnik, o chefe do Instituto explicou por que a espaçonave Soyuz é um lugar mais seguro para a tripulação durante o sobrevôo de detritos espaciais do que a estação. Não há confirmação se a tripulação do segmento americano fez o mesmo, refugiando-se na espaçonave Crew Dragon C210.
A estação deveria passar novamente pela nuvem de destroços às 13:37 hora de Brasília. O cosmonauta Shkaplerov tranquilizou os seguidores nas redes sociais: “Amigos, tudo está normal conosco! Continuamos trabalhando no programa”.
Órbitas do Kosmos 1408 e da ISS plotadas
“O fato é que a estação é modular, e se ocorrer uma colisão, pode ocorrer despressurização. É mais seguro estar na Soyuz. Assim, você pode desacoplar imediatamente e voltar para a Terra”, explicou Moiseev. Detritos espaciais na órbita terrestre geralmente são fragmentos de velhos foguetes e satélites. As colisões com eles bem como com micrometeoritos, ocorrem com frequência, mas geralmente não têm consequências graves para a ISS, continuou o especialista. “Já ocorreram essas colisões, e foram registradas. Há vestígios de colisões com detritos espaciais e micrometeoritos. Mas um impacto sério na estação é improvável. Normalmente, vestígios de colisões são verificados em grandes superfícies, como painéis solares e radiadores, mas eles são resistentes a esses impactos, tenho certeza”, disse Moiseev. A última vez que a tripulação da ISS teve que reagir ao aparecimento de detritos espaciais em 10 de novembro. Em seguida, uma manobra evasiva foi realizada para evitar que a estação colidisse com um fragmento do satélite chinês Fengyun-1C, que foi atingido durante um teste de ataque anti-satélite em 2007.
Há relatos de que a Rússia por sua vez realizou um teste anti-satélite (ASAT). O alvo era uma antiga espaçonave soviética de SIGINT (inteligência de sinais) da série Tselina-D. Chamada Kosmos-1408, foi lançada em 16 de setembro de 1982 às 21:31:00 do cosmódromo de Plesetsk por um foguete Tsiklon-3 (11K68), e estava desativada há décadas. Aparentemente um míssil lançado de solo atingiu o Tselina, e quatorze destroços foram rastreados. Porém, não está certo se este fato, se verídico, teve algo a ver com a nuvem de destroços pela qual a ISS passou hoje. A Kosmos 1408 estava em órbita inicial de 645 km x 679 km, com período de 97.8 minutos e inclinada em 82.5°, depois decaída para cerca de 467 x 480 km.
Leituras anormais com o radar de pouso foram explicadas
Luna 25 “Luna-Glob”
Não há falhas técnicas no instrumento DISD-LR , que será responsável pela medição de altitude e velocidade da estação automática lunar russa Luna-25; o instrumento havia apresentado leituras anormais em um teste, mas isso foi atribuído ao fato de que o aparelho não foi configurado para pousar em solo úmido, devendo funcionar apenas com solo seco como na Lua, disse a Vega Contsern (afiliada da Ruselektroniks), desenvolvedora do instrumento. “O dispositivo está funcionando corretamente. Durante a fase seguinte de testes do DISD-LR (Doplerovskiy Izmeritel’ Skorosti i Dal’nosti – “medidor Doppler de alcance e velocidade”), as leituras foram além dos valores planejados durante os testes em um terreno [que estava] úmido. A velocidade foi medida com a precisão especificada, mas no terreno úmido houve uma redução na precisão na medição”, disse a Vega. Eles explicaram que as ondas de rádio são refletidas de forma diferente das diferentes superfícies. E de terra úmida, que é um bom condutor de eletricidade, as ondas são refletidas com energia diferente do que de terra seca. As características da superfície refletiva precisam ser levadas em consideração ao montar experimentos e realizar testes. Sob condições de pouso lunar, o equipamento de rádio da estação interplanetária só funcionará com solo seco, já que a água evapora da superfície lunar em um vácuo quase completo. Como sublinhado pela Vega, “para eliminar a possível influência das características da superfície refletiva durante os testes de solo posteriores de Luna-25, os especialistas agora irão configurar o software do DISD-LR para trabalhar corretamente com todos os tipos de solo”. Os testes repetidos do instrumento estão agendados até 22 de novembro.
A janela de lançamento da Luna-25 (uma nave de 1.750 kg) será aberta de 25 de maio a 19 de outubro, e a data de lançamento ideal seria 23 de julho, segundo disse uma fonte da indústria espacial russa. A nave deve se tornar a primeira estação na história da Rússia moderna lançada para a Lua. A nave espacial anterior, Luna-24, foi lançada pela União Soviética em 1976. A principal tarefa da Luna-25 é desenvolver tecnologias básicas de alunissagem na região circumpolar e conduzir estudos de uma determinada região do polo sul lunar. O lançamento está planejado a partir do cosmódromo de Vostochny pelo foguete Soyuz-2.1b com um estágio superior Fregat. A estação fará um pouso suave nas proximidades do pólo sul: a área principal está localizada ao norte da cratera Boguslavsky e uma área de reserva a sudoeste da cratera Manzini.
O mundo comentou sobre as filmagens do primeiro longa-metragem russo no espaço com a participação da atriz Yulia Peresild e do diretor Klim Shipenko. No entanto, poucas pessoas sabem que foi Aleksandr Aleksandrov o primeiro a levar uma câmera de vídeo num vôo e gravar a bordo de uma estação espacial – para um filme de cinema. O diretor Alexander Surin estava então trabalhando em “Retorno da Orbita” (Vosvracheniye s Orbit) e pediu para captar imagens do espaço. Elena Elovikconversou com o presidente da Associação Internacional de Participantes de Vôos Espaciais, Premiado Cosmonauta da Rússia, duas vezes Herói da União Soviética – Alexander Alexandrov, sobre se os artistas atrapalham em órbita, se voaremos para outros planetas com passagens pagas, e por que os planos de Elon Musk, em sua opinião, são apenas castelos no ar.
– Alexander Pavlovich, como seus colegas cosmonautas e especialistas avaliaram a ideia do projeto Vyzov – Desafio?
– Nem todos ficaram contentes que doze dias inteiros seriam dedicados à filmagem e dois cargos na estação seriam reservados para a atriz e o diretor. Embora eu acredite que desistimos de nossos lugares para a arte. E eles fizeram a coisa certa. O vôo foi surpreendentemente bem-sucedido: a equipe do cineasta estava preparada em bom nível, tanto fisiológica quanto psicologicamente. Como eles trabalharam profissionalmente, especificamente no campo do cinema – isso veremos em um ano. Em geral, eles cumpriram suas funções e tarefas.
Aleksandr e seu comandante Vladimir Lyakhov preparanado-se para seu voo na estação Salyut 7 no início dos anos 80
– É verdade que você teve que fazer um curso de formação em filmagem para fazer tomadas no espaço para o filme de Alexander Surin?
– Foi assim: Os especialistas do Estúdio de Cinema de Kiev me deram uma “Konvas” – uma câmera de filme portatil, que foi usada até por correspondentes de batalha durante guerras. Fui treinado nas regras de uso na Terra, recebemos 120 metros de filme conosco e pediram-nos que filmássemos o planeta, amanheceres e entardeceres do espaço, para depois inserir esses takes no cinema. Correu tudo bem, a nossa equipa foi convidada para a estreia do filme no cinema “Ucrânia” em Moscou. O filme foi estrelado por Yuozas Budraitis, Vitaly Solomin e Alexander Porokhovshchikov e, devo dizer, ficou muito bom.
– O ator de Hollywood Tom Cruise estava em negociações com a NASA sobre um vôo ao espaço para a filmagem da parte final do filme “Missão Impossível”. Foi planejado envolver a empresa SpaceX de Elon Musk no projeto. Você sabe por que o vôo dele não aconteceu?
– É difícil prever o que acontece nos programas comerciais, porque todos os tipos de situações podem surgir. Certa vez, nosso maravilhoso artista Vladimir Steklov se preparou bem para o vôo, até fizemos um exame dele. Junto com Alexander Kaleri (cosmonauta russo) ele passou perfeitamente no simulador. Mas no final, esse vôo teve que ser adiado, porque tudo dependia das finanças. Acho que os americanos vão levar a cabo seus planos de qualquer maneira, mas mais tarde.
Aleksandrov passou 149 dias na estação Salyut 7 em 1983, mesmo com um dos painéis solares da nave Soyuz T-9 não abrindo e enfrentando uma pane no sistema de propelentes
– O diretor Klim Shipenko fez o filme “Salyut-7” baseado em uma história real. Você também participou deste trabalho. O que era verdade e o que era fictício?
– O fato de eu ter participado lá é dito em voz alta. Nossos especialistas acabaram por aconselhar o filme. É verdade que o diretor e sua equipe não aceitaram nenhum conselho e ainda fizeram tudo à sua maneira. A imagem está longe do que aconteceu na realidade, mas a história contada cativou milhares de meninos e meninas, isso é importante. A ideia, na qual a verdadeira história foi colocada, foi, no entanto, realizada artisticamente. Destruir alguns dispositivos na superfície da estação com uma marreta ou sobreviver a um incêndio na Soyuz e continuar a voar como se nada tivesse acontecido é irreal, e não deveria ir para a tela assim.
– Você acha que o objetivo de longo prazo de enviar milhares de turistas ao espaço e organizar voos no nível das companhias aéreas é real?
– Há uma fita com uma entrevista com Sergey Korolev, quando ele disse aos repórteres: Tenho certeza de que no futuro vamos voar para o espaço pagando passagem. E ele estava certo. Claro, eles vão voar. Musk é uma pessoa inteligente, um grande engenheiro, um bom organizador. Mas não entendo por que ele disse que enviaria cerca de 100 pessoas a Marte. Isso é morte certa! Até agora não temos as tecnologias para fazer uma grande nave com esses recursos. Mandar cem para Marte ou para a Lua e como alimentar todos lá? Você pode imaginar isso? Para providenciar uma expedição de 12 dias, devemos trazer um caminhão inteiro com todos os tipos de coisas para lá. E também comida, roupas, instrumentos e equipamento de filmagem. A afirmação de Musk é pura aposta.
Aleksandrov (centro) fez sua segunda missão espacial na estação espacial Mir, decolando na missão conjunta entre a URSS e a Síria, com o comandante Aleksander Viktorenko (dir.) e o sírio Muhammed Faris
– Como é a RKK Energia , corporação espacial com a qual seu trabalho está conectado agora?
– Foi no âmbito da Energia que dominamos o que começou a nossa cosmonáutica – estações interplanetárias, voos para a Lua e Marte, o primeiro satélite, cães no espaço, o primeiro homem, a primeira mulher, as primeiras tripulações multi-assento em naves. O trabalho de mãos humanas foi a estação orbital Mir, onde recebemos missões de ônibus espaciais americanos. Em seguida, houve o “Buran”, realmente um milagre! Ele nasceu antes de seu tempo – uma nave que pode voar sem pilotos…. Hoje, é claro, ainda temos um grandes planos. O projeto Luna-25 está sendo preparado. Devido a sanções econômicas, que limitaram o fornecimento de muitos dispositivos necessários de parceiros estrangeiros, os cientistas russos hoje os criam e testam com base em uma base de elemento. A preparação da “Luna-25” está quase acabando e agora os instrumentos devem estar em bom estado. Além disso, é claro, não deixaremos Marte. E é imperativo que enviemos robôs para lá antes de realizarmos a missão tripulada ao planeta.
– Você passou 5 horas e 45 minutos fora da nave, em dois passeios espaciais [atividades extraveiculares]. Quais foram as suas impressões?
Alexandrov na época da União Soviética. No total, o cosmonauta passou 309 dias em órbita 18 horas 2 minutos. Alexander Alexandrov conhecia pessoalmente Sergei Korolev e Yuri Gagarin.
– (Ri) Eu não fui lá dar um passeio. Painéis solares tiveram que ser instalados. Eu coloquei os pés na “âncora” (‘Yakor’), um dispositivo de fixação individual especial, e olhei em volta. A Terra parecia estar em algum lugar longe de mim, ao lado e acima – um veludo, céu completamente negro, nem mesmo o sol brilhava sobre ele … A imagem é fascinante, especialmente quando você vai para as sombras e vê todo um enorme universo com estrelas. Essas impressões nunca são esquecidas.
– De quais filmes sobre o espaço você gosta pessoalmente?
– Ficção científica super-duper como Star Wars não é minha praia. Prefiro “Passageiro”, “Gravidade” … Assisti ao filme “O Marciano” com interesse – é tranquilo, muito parecido com a realidade. Parece que não há nada de especial ali, mas você não consegue se afastar da tela: você observa o lançamento da nave, vê como o herói construiu sua vida, como ele construiu plantações com a poeira marciana sob seus pés …
Foguete decolou da Flórida com o “Starlink Group 4-1”
Falcon 9 v1.2 FT BL5 nºB1058.9 decola do Cabo Canaveral
O foguete Falcon 9 v1.2 FT BL5 nºB1058.9 foi lançado no sábado, 13 de novembro de 2021 às 12h19 UTC (09:19 Brasília), com um lote de 53 minissatélites para aumentar a constelação da rede de Internet “Starlink” da SpaceX. O lançamento do “Group 4-1” foi feito do Complexo de Lançamento Espacial 40 (SLC-40) na Estação da Força Espacial do Cabo Canaveral (CCAFS) na Flórida. e o seu primeiro estágio foi recuperado barca-drone Just Read the Instructions, que estava estacionada no Oceano Atlântico a 640 km de distância do Cabo. Estes são Starlinks versão V1.5 (Fl31 [v1.5 L2]) com links inter-satélite, para altas latitudes e cobertura sobre o oceano.
Satélites liberados do segundo estágio a 16 minutos depois da decolagem
Falcon 9 v1.2 FT BL5
Este é mais um lançamento de um grupo de satélites porém são uma variante equipada com intercomunicação a laser (satélite-a-satélite) supostamente um pouco mais pesada do que o design V1.0, pesando cerca de 295 kg. A órbita de liberação foi de aproximadamente 212 x 339 km a 53,2 graus de inclinação. Os satélites v1.5 são mais pesados devido aos interlinks de laser (com cerca de 10 kg por terminal de laser instalados em cada chassi) permitidos pelo ganho de eficiência de cerca de 5% no lançamento pela rotação da Terra. A SpaceX ainda está maximizando sua utilização do desempenho do F9 para órbita baixa, permitindo uma massa em torno de 290 kg por satélite – cerca de 15% mais pesados do que os de versão V1.0.
O ‘core’ reutilizável BL5 nºB1058.9 fez uma aterrissagem na plataforma Just Read the Instructions
Perfil da missão
O primeiro estágio do Falcon 9 para esta missão, B1058-9, anteriormente foi utilizado para os lançamentos das missões Crew Dragon Demo-2, do ANASIS-II, a espaçonave de carga Cargo Dragon CRS-21, Tansporter-1 e outras missões Starlink, as L12, L20, L23 e L26. As meias-coifas da seção de cabeça também foram reutilizadas: uma concha voou anteriormente na missão GPS-III SV04 e a outra foi usada anteriormente em outro lançamento de Starlinks. As metades da carenagem deveriam fazer um pouso suave no Oceano Atlântico, cerca de 680 km de distância do local de lançamento, para então serem recolhidas pelo navio de recuperação de carenagem e de apoio de balsa, o Bob.
Teste em duas etapas foi realizado em Boca Chica, Texas
A SpaceX realizou hoje mais uma série de testes com protótipos de sua nave espacial/estágio superior Starship em suas instalações South Texas Launch Site em Boca Chica ‘Starbase’. Desta vez, o protótipo S20, ou Ship 20 (Nave 20), foi colocado na mesa de decolagem de teste e seus tanques principais e acessórios foram carregados de propelentes (metano e oxigênio líquidos) criogênicos e fluidos, bem como com gases para os sistemas pneumohidráulicos, enquanto a fonte de alimentação externa de solo mantinha os sistemas eletro-eletronicos e a telemetria era transmitida por cablagem e por canal de radiofrequência. Por volta de 15:00 e 17:00 horas de Brasilia, a equipe de testes acionou primeiro o sistema de pré-queimadores do grupo motor Raptor Vac/Raptor SL, com a detonação dos sistemas de ignição e acionamento das câmaras para verificar a exaustão dos gases de combustão rica através das câmaras. A seguir, o segmento de solo – mesa, cablagens e dutos – foi configurado para a operação final, com o sistema de resfriamento do piso e da estrutura de apoio sendo acionado em antecipação ao acedimento dos motores. Depois, houve o acionamento de alguns segundos dos seis motores – de acordo com a SpaceX, com o ciclo completo de ignição sendo testado (pressurização dos tanques e linhas de alimentação, recirculação de pré-resfriamento de dutos e da camisa dupla das câmaras de combustão e das camisas das tubeiras compostas dos motores de vácuo e dos bocais maciços dos motores de nível do mar, sequência de carregamento do circuito de fluidos); depois, o fechamento das válvulas de controle e a abertura das válvulas de admissão, e a seguir a detonação do sistema periférico de ignição dos pre-queimadores; a verificação do fluxo do propelentes gaseificados nos dois ramos da árvore de motorização (oxidante e combustível) em pressão nominal de pré- e de durante a deflagração dos componentes; A seguir o fluxo foi admitido nas câmaras principais dos motores e as duas parcelas de gases ricos em combustivel e oxidante entraram em contato e produziram um curto intervalo de empuxo.
Poucos minutos mais tarde, Musk anunciou um “…bom fogo [ignição] estático[a] com todos os seis motores”; não foi informada – como sempre – a quantidade de propelente carregada nos tanques e nem o cronograma de ciclagem dos tanques.
Mais uma vez, o desprendimento de alguns ladrilhos hexagonais da proteção térmica (ou TPS, Thermal Protection System) demonstraram ser um problema no design geral, ou mais provavelmente da filosofia de procedimentos de assemblagem da espaçonave. Isso não é de se admirar, dadas as condições verificadas em Starbase. O problema não está na fabricação e nem na cadeia logística de cada telha a partir de sua fábrica até as instalações de montagem, e sim no sistema de fixação e nos procedimentos usados para se fazer esta fixação no casco de aço inox forrado da nave; isso tambem se deve ao fato de que as equipes da SpaceX (leia-se “o topo da cadeia de comando”) simplesmente encaram a proteção térmica como um elemento secundário no atual estágio de desenvolvimento da espaçonave, uma vez que garantir o funcionamento perfeito (“nominal”) do veículo durante o voo na atmosfera, depois no trecho exoatmosférico e na reentrada, com a validação do sistema de guiagem e do regime sincronizado dos motores sendo o foco no momento. Ao mesmo tempo, a equipe técnica se concentra no entendimento dos níveis de vibração e o efeito das cargas acústicas na estrutura, identificando ressonâncias e outros fatores que afetam o envelope dinâmico da nave.
O próximo lançamento de um lote de satélites Starlink da SpaceX será o chamado grupo “Starlink Group 4-1” em um foguete Falcon 9 Ft Bl5 nº B1058-9. A SpaceX havia cancelado o lançamento, programado para hoje, devido ao mau tempo no Cabo Canaveral e às condições desfavoráveis na zona de recuperação do ‘core’ de primeiro estágio do foguete. Agora, a decolagem está programada para ocorrer sábado, 13 de novembro, às 7h19 EST (12h19 UTC, 09:19 Brasília) do Complexo de Lançamento Espacial 40 (SLC-40) na Estação da Força Espacial do Cabo Canaveral (CCAFS) na Flórida. A previsão melhorou para “80% favorável” para a oportunidade de lançamento. Os Starlink deverão ser separados às 12:55:57 UTC (09:55:57 Brasília), sendo a duração da missão estimada em 15 minutos e 31 segundos. Após a separação, a SpaceX pousará o primeiro estágio do Falcon 9 na barca-drone Just Read the Instructions, que estará estacionada no Oceano Atlântico a 640 km de distância do Cabo. A reentrada do segundo estágio está prevista para o Oceano Índico, a leste da Nova Zelândia.
Satélite Starlink
A órbita de liberação esperada é de aproximadamente 210 x 340 km a 53,2 graus de inclinação. Os satélites v1.5 são mais pesados devido aos interlinks de laser (com cerca de 10 kg por terminal de laser instalados em cada chassi) permitidos pelo ganho de eficiência de cerca de 5% no lançamento pela rotação da Terra. A SpaceX ainda está maximizando sua utilização do desempenho do F9 para órbita baixa, permitindo uma massa em torno de 290 kg por satélite – cerca de 15% mais pesados do que os de versão V1.0. Os satélites lançados para a segundo “shell” são modelos de segunda geração, também conhecidos como v1.5 , equipados com links inter-satélite atualizados, que permitem que se conectem a satélites próximos sem o uso de uma estação terrestre, estendendo assim a cobertura a altas latitudes e áreas sobre os oceanos. A constelação consiste em cinco grupos de satélites ou ‘shells’ (“conchas”, ou “camadas”), que irão operar em diferentes altitudes e inclinações orbitais. O primeiro agrupamento está autorizado a conter mais de 1.584 satélites, com 22 em cada um dos 72 planos orbitais espaçados a uma altitude de mais de 550 quilômetros.
Esta missão transportará cinquenta e três satélites da quarta “camada” do sistema em sua primeira constelação com órbitas circulares a 560km de altitude e 53,2º de inclinação. Espera-se que a massa total da carga útil fique em 15.370 kg, o que inclui os satélites e o suporte de fixação e os ganchos e travas usados para liberar a “pilha” uma vez extinguida a ignição do segundo estágio do foguete. Cada satélite pesa aproximadamente 290 kg e apresenta um design compacto “chato” que minimiza seu volume, permitindo que um empilhamento denso aproveite ao máximo as capacidades do Falcon 9. Com quatro paineis de arranjo de fase e duas antenas parabólicas instalados em cada satélite. No final de seu ciclo de vida, os satélites utilizarão seu sistema de propulsão elétrica para desorbitar ao longo de alguns meses. No caso “improvável” – segundo a SpaceX – de seu sistema de propulsão se tornar inoperante, os satélites irão queimar na atmosfera da Terra dentro de um a cinco anos, “significativamente menos do que as centenas ou milhares de anos necessários em altitudes mais elevadas”. Além disso, os componentes Starlink são projetados para se desintegrarem facilmente durante a reentrada na atmosfera.
Lançamento, trajetória de ascensão e zona de recuperação do ‘core’ e das conchas das carenagens
O primeiro estágio do Falcon 9 para esta missão, B1058-9, anteriormente foi utilizado para os lançamentos das missões Crew Dragon Demo-2, do ANASIS-II, a espaçonave de carga Cargo Dragon CRS-21, Tansporter-1 e outras missões Starlink, as L12, L20, L23 e L26. As meias-coifas da seção de cabeça também serão reutilizadas: uma concha voou anteriormente na missão GPS-III SV04 e a outra foi usada anteriormente em outro lançamento de Starlinks. As metades da carenagem tentarão um pouso suave no Oceano Atlântico, cerca de 680 km de distância do local de lançamento, para então serem recolhidas pelo navio de recuperação de carenagem e de apoio de balsa, o Bob.
Zona de reentrada do segundo estágio
Eventos de lançamento 00:01:12 Zona de Max Q (momento de máximo estresse estrutural no foguete) 00:02:32 Corte dos motores principais Merlin 1D do 1º estágio (MECO) 00:02:36 1º e 2º estagios separados 00:02:43 Motor Merlin Vac do 2º estágio acende 00:02:53 liberação da carenagem 00:06:41 Início da ignição de reentrada do 1º estagio 00:07:01 Queima de entrada de primeiro estágio completa 00:08:20 Início da ignição de pouso do 1º estagio 00:08:42 Ignição de pouso do 1º estagio completa 00:08:50 Corte do motor de 2º estágio (SECO-1) 00:15:31 Satélites liberados
As zonas de exclusão para a missão do Group 4-1 confirmam as datas alternativas de 13 a 19 de novembro com base nos anúncios NOTMAR emitidos: A data primária era sexta-feira, 12 de novembro por volta das 12:31 UTC Dia de reserva número 1: sábado, 13 de novembro por volta das 12h09 UTC Dia reserva número 2 é domingo, 14 de novembro às 11:47 UTC Dia de reserva número 3 sendo segunda-feira, 15 de novembro por volta das 11:25 UTC Dia reserva número 4 é terça-feira, 16 por volta das 11h04 UTC Dia reserva número 5, quarta-feira, 17 por volta das 10:42 UTC Dia de reserva número 6, quinta-feira, 18 por volta das 10:21 UTC Dia reserva número 7 sendo sexta-feira, dia 19 por volta das 09:59 UTC
Foguete Falcon 9 v1.2 FT BL5
Estatísticas da missão: Esta será a 135ª tentativa de lançamento orbital da SpaceX. Este será o 25º lançamento da empresa no ano Se bem-sucedido, este será o 102º lançamento orbital de sucesso consecutivo desde o último acidente, o Amos 6. Este será o 127º voo do Falcon 9 Este será o 9º vôo do ‘ core’ nº B1058. Será a 73ª vez que a SpaceX reutiliza um ‘core’ Este será o 74º lançamento da SpaceX do complexo SLC-40 Este será o 31º lançamento de Starlinks de constelação de primeira geração. Este será o primeiro lançamento para a quarta “camada” (shell) dessa constelação.
Seção de cabeça do Falcon 9
A frota da SpaceX se encontra empenhada em diversas atividades: O navio de apoio Doug está trazendo a barca A Shortfall of Gravitas de volta para Port Canaveral após a missão Crew-3. O navio Finn Falgout e a balsa JRTI estão posicionados na zona de pouso “Norte” norte para o lançamento do Starlink e o GO Navigator está passando as Florida Keys com a nave espacial C206 Endeavour que retornou à Terra há dias trazendo a missão Crew-2.
A Crew Dragon C210 Endurance acoplou no complexo às 00:32 GMT
Porta frontal do PMA-2 / IDA-2 vista a poucos metros a partir da Crew Dragon C210
Os astronautas Raja Chari, Thomas Marshburn, Kayla Barron e Matthias Maurer chegaram à estação espacial internacional a bordo da nave espacial Crew Dragon Endurance C210, hoje, 11 de novembro de 2021 às 20:32 de Brasília (00:32 UTC do dia 12). A acoplagem foi realizada enquanto a estação estava a cerca de 432 km acima da superfície da Terra.
A equipe, chamada Crew-3, é a terceira missão de rotação de tripulação do segmento americano dentro do programa de tripulação comercial entre a SpaceX (desenvolvedora da nave) e a NASA. Uma vez acopladas as naves, começaram os procedimentos para a abertura das escotilhas, para que os tripulantes da Crew-3 se reúnam aos ocupantes da ISS – os cosmonautas russos Anton Shkaplerov, Pyotr Dubrov e o astronauta americano Mark Vande Hei.
O acoplamento da Crew Dragon será transmitido pelo Canal Homem do Espaço
A nave espacial C210 Endurance da missão Crew-3 está em uma órbita de 405 x 415 km, seguindo sua trajetória para o encontro com a estação espacial internacional hoje à noite. A nave Endurance irá acoplar de forma autônoma na porta de encaixe IDA-2 que está conectada ao módulo Harmony por volta das 18h33 EST (20:33 de Brasília) hoje, quinta-feira, 11 de novembro. Os astronautas Raja Chari, Thomas Marshburn, Kayla Barron e Matthias Maurer se juntarão à Expedição 66 de Mark Vande Hei, Anton Shkaplerov e Pyotr Dubrov . A Crew-3 é a segunda missão de tripulação comercial a transportar um astronauta da agência espacial européia – no caso o alemão Maurer. A tripulação foi acordada cedo por um aviso do sistema GPS 3. O centro de controle de terra confirmou o aviso e que o sistema está funcionando, mas pode receber avisos adicionais. Este evento não causou nenhuma influência no cronograma de encontro com a ISS.
Astronautas em rotina a bordoSequência lançamento e de ‘rendezvous’ (aproximação, convergência) da Crew Dragon com a estação
Uma correção da órbita da estação espacial prevista para 16 de novembro foi cancelada, uma vez que a altitude orbital foi aumentada em cerca de 1,2 km em 10 de novembro passado, para evitar detritos espaciais de um satélite chinês.
Chari é o comandante da nave e da missão. Ele é responsável por todas as fases do voo, desde o lançamento até a reentrada. Ele também atuará como engenheiro de vôo da Expedição 66 a bordo da ISS. Este é seu primeiro vôo espacial, ele que foi selecionado como candidato a astronauta em 2017. Chari, descendente de indianos, nasceu em Milwaukee, mas considera Cedar Falls, Iowa, sua cidade natal. É coronel da Força Aérea dos EUA e ingressa na missão com ampla experiência como piloto de teste. Chari acumulou mais de 2.500 horas de vôo em sua carreira.
Sessão de comunicação
Marshburn é o piloto da nave e o segundo em comando. É responsável pelos sistemas. Uma vez a bordo, servirá como engenheiro de vôo da Expedição 66 e está programado para assumir o comando da Expedição 67. Marshburn nasceu em Statesville, na Carolina do Norte, e se tornou astronauta em 2004. Antes de servir no corpo de astronautas, este médico serviu como cirurgião de vôo na Centro Johnson e mais tarde tornou-se chefe de operações médicas para a ISS. Esta missão é sua terceira visita à estação espacial, tendo voado em três espaçonaves diferentes, e sua segunda missão de longa duração. Marshburn serviu anteriormente como membro da tripulação do space shuttle STS-127 em 2009 voando a bordo do Endeavour e na Expedição 34/35, que foi concluída em 2013, usando uma espaçonave russa Soyuz TMA-07M.
Comandante Chari e especialista Maurer falam ao comando de solo
Barron é especialista de missão da Crew-3. Ela trabalhará em colaboração com o comandante e o piloto para monitorar a espaçonave durante o lançamento e as fases de reentrada. Uma vez a bordo da estação, ela se tornará engenheira de vôo da Expedição 66. Barron nasceu em Pocatello, Idaho, mas considera Richland, Washington, sua cidade natal. Ela se formou em engenharia de sistemas pela U.S. Naval Academy em Annapolis, Maryland, em 2010, e fez mestrado em engenharia nuclear pela University of Cambridge, na Inglaterra, em 2011, onde foi bolsista da Gates Cambridge. Barron ganhou sua qualificação de oficial de guerra submarina e participou de três missões enquanto servia a bordo do USS Maine. Sua posição atual na Marinha dos EUA é de Tenente Comandante. Na época de sua seleção como candidata a astronauta, em 2017, ela servia como auxiliar de bandeira do superintendente da Academia Naval dos EUA. Este é o primeiro vôo espacial dela.
Maurer também será especialista de missão para a Crew-3, trabalhando com o comandante e o piloto para monitorar a espaçonave. Também se tornará membro da tripulação de longa duração a bordo da estação. Como Chari e Barron, faz sua primeira viagem ao espaço. Maurer é natural de Sankt Wendel, no estado alemão de Sarre. Antes de se tornar astronauta, ocupou vários cargos de engenharia e pesquisa, tanto em uma universidade quanto na ESA. Em 2016, Maurer passou 16 dias em uma missão submarina como parte de uma teste de Operações na Missão Ambiental Extrema -Extreme Environment Mission Operations – da NASA.
Falha em sensor do segmento de solo levou ao adiamento para o dia 16
Lançamento adiado em Maiha
A Rocketlab adiou hoje, 11 de novembro de 2021 de madrugada, o lançamento de seu foguete 22 a partir de sua base na Peninsula de Mahia, na Nova Zelândia. Programado para decolar às 04:25 UTC, e depois adiado para 05:32 UTC, e finalmente adiado para o dia 16. “Estamos adiando o lançamento hoje devido a uma abundância de cautela devido a uma leitura de sensor terrestre fora da família [ou seja, fora do esperado] e para permitir mais tempo para concluir os preparativos de recuperação [para o] helicóptero. A próxima oportunidade de lançamento disponível não é antes de 16 de novembro UTC.”
As datas principal e reservas eram
11 de novembro 04: 25-06: 35 UTC 12 de novembro 04: 00-06: 10 UTC 13 de novembro 03: 30-05: 40 UTC
Embora o objetivo principal desta missão fosse lançar dois satélites de observação da Terra para a empresa BlackSky, a empresa americana/neozelandesa também tentaria um pouso oceânico controlado e a recuperação do primeiro estágio do foguete. A missão seria a terceira recuperação oceânica da Rocket Lab de um estágio após as missões anteriores de recuperação oceânica: a missão ‘Return to Sender’ em novembro de 2020 e a ‘Running Out of Toes’ em maio de 2021. Mas para esta “Love At First Insight”, pela primeira vez, a Rocket Lab estacionaria um helicóptero na zona de recuperação a cerca de 200 milhas náuticas da costa para rastrear e observar visualmente o estágio descendo, em preparação para futuras tentativas de captura aérea. O helicóptero não tentaria uma captura no ar para esta missão, mas testaria as comunicações e o rastreamento para refinar o conceito de operações (CONOPS) para uma futura captura aérea.
Satélites Blacksky
Programada para decolar do Complexo de Lançamento 1 em Mahia, a missão ‘Love At First Insight’ será o 22º lançamento da Rocket Lab em geral e a quinta missão de 2021. A ‘Love At First Insight’ é a primeira em uma rápida sucessão de lançamentos programados do Electron entre o final de agosto e setembro que representam os intervalos mais rápidos da empresa até o momento. A missão é a mais recente em um acordo de vários lançamentos assinado no início deste ano para a BlackSky entre a Rocket Lab e a Spaceflight Inc., que está fornecendo serviços de integração e gerenciamento de missão. Esta missão lançará o oitavo e o nono satélites da constelação da BlackSky como parte desse acordo de lançamento rápido, com outros quatro pequenos satélites Gen-2 nas duas missões adicionais dedicadas aos Electrons a seguir.
O Electron colocará em órbita dois satélites multiespectrais de alta resolução Gen-2 para a órbita baixa da Terra (a 430 km de altura 42 graus de inclinação) para seu cliente Blacksky, expandindo a rede no espaço e oferecendo inteligência geoespacial em tempo real e serviços de monitoramento. O sistema combina imagens de alta resolução feitas por sua constelação de microssatélites com seu software de inteligência artificial proprietário para fornecer análises e insights para indústrias, incluindo transporte, infraestrutura, uso do solo, defesa, gerenciamento da cadeia de suprimentos e ajuda humanitária.
Os satélites tem um imageador tipo SpaceView-24 construído pela Exelis Harris Corp. com uma abertura de 24 cm, com uma resolução de solo de 0,9-1,1 m a uma altura orbital de cerca de 500 km. São equipado com motor para uma vida útil de três anos. Os satélites são construídos pela Spaceflight Services com base em seu chassi SCOUT.
A plataforma BlackSky oferece dois recursos principais: Imagens: os clientes podem descobrir, comprar e baixar imagens por meio da plataforma , que atualmente fornece acesso espaçonaves de imagem de alta resolução, incluindo as da constelação TripleSat da 21AT, SIIS ( SI Imaging Services ) KOMPSAT e UrtheCast Deimos-2 . A plataforma incorporarou dados da constelação BlackSky quando entrou em operação comercial em 2017. Além disso, os clientes podem adquirir imagens em tempo real atribuindo tarefas aos sistemas de satélite de parceiros à constelação do BlackSky.
Insights: a plataforma combina as imagens de satélite com informações de outras fontes, incluindo meios de comunicação e mídias sociais para criar feeds de dados selecionados por local (ex: porto, gasoduto, fronteira) ou tema (ex: conflito geopolítico, desastres naturais, energia, ou surtos pandêmicos). Por meio de ‘machine learning’, algoritmos preditivos e técnicas de processamento de linguagem natural, a plataforma triangula esses eventos globais relevantes no tempo e no espaço. Os clientes recebem resultados personalizados que são priorizados com base em suas preferências.
A BlackSky atualmente tem seis satélites Gen-2 em órbita. A empresa disse que o plano é estabelece dezesseis da versão atual e substituí-los pelo Gen-3 quando começarem a envelhecer. Os satélites operacionais do tipo Bloco 2 apresentam algumas melhorias em relação aos satélites Bloco 1 “Pathfinder” . Tem maiores painéis solares e podem fazer imagens em quatro bandas além do modo pancromático. Cada um pode produzir 1000 imagens por dia, tanto no modo de foto quanto no de vídeo. Uma constelação de 60 satélites estava planejada para 2019, que sendo substituída a cada três anos. Os primeiros seis satélites foram financiados até setembro de 2015. Em setembro de 2017 foi anunciado que uma joint venture com a Thales Alenia Space e a Telespazio iria operar a constelação de alta resolução e revisitação rápida.
“O lançamento dedicado desse Electron significa um serviço sob medida para operadores de satélite que desejam controle sobre sua programação e parâmetros orbitais”, disse o fundador e CEO da Rocket Lab, Peter Beck. “O lançamento rápido dessas três missões consecutivas permitirá que a BlackSky refine seus planos para uma constelação que atenda à necessidade por dados em tempo real produzidos por várias imagens em 24 horas, em vez de uma imagem ao mesmo tempo todos os dias.”
Crew Dragon C210.1 Endurance lançada com o foguete Falcon 9 FT v1.2 Bl5 B1067.2
A espaçonave da SpaceX Crew Dragon C210 ‘Endurance’ foi lançada usando um foguete Falcon 9 FT v1.2 Bl5 B1067.2 em 11 de novembro de 2021, às 02:03 UTC (23:03, horário de Brasília), do Complexo de Lançamento 39A do Kennedy Space Center, na Flórida. A espaçonave entrou em órbita inicial de 201 km de altitude média, inclinada em 51,66 graus, e vai se acoplar em 20 horas com a estação espacial internacional. A tripulação da Crew Dragon inclui os americanos comandante Raja Chari, piloto especialista Thomas Marshburn e especialista de missão Kayla Baron, e o especialista de missão alemão Matthias Maurer. O lançamento foi realizado como parte do programa tripulado comercial da NASA num contrato com a SpaceX, que é o desenvolvedor da espaçonave e do veículo de lançamento. A cápsula de descida reutilizável da espaçonave fará seu primeiro vôo para a ISS. Está sendo usada pela primeira vez. O primeiro estágio reutilizável B1067.2 do veículo lançador pousou verticalmente no Atlântico, na barca-drone A Shortfall of Gravitas (ASOG), 9 minutos e 34 segundos depois da decolagem. A tripulação da espaçonave trabalhará na ISS por cerca de seis meses como parte da equipe da estação. A Crew Dragon irá acoplar automaticamente com a ISS, na porta frontal do módulo Harmony do segmento americano na noite do dia 11, por volta de 20:00 de Brasília.
Posição dos tripulantes no ‘cockpit’ da nave
A missão Crew-3 é a terceira de seis missões tripuladas que a NASA e a SpaceX farão como parte do Programa de Tripulação Comercial da agência. O recente problema ocorrido com o paraquedas da espaçonave Enderavour C206 durante sua amerrissagem, quando uma cúpula demorou a se abrir, não foi considerado importante a ponto de adiar o lançamento da Crew-3. A operação sistema de desfraldamento (reefing) do paraquedas foi analisada e considerada dentro dos parâmetros esperados e as inspeções do paraquedas da Crew-2 não revelaram nada inesperado; de acordo com Bill Gerstenmaier, a SpaceX trocou a balsa drone de recuperação para a Crew-3; ao mesmo tempo, a ISS realizou uma manobra para evitar detritos (restos de um satélite chinês desativado) pouco antes do lançamento; espera-se que isso não tenha impacto no horário de lançamento, já que a mudança na órbita da ISS está dentro das capacidades de compensação dos motores da espaçonave.
Tripulantes no momento da entrada em órbita
Os astronautas americanos Chari e Marshburn foram adicionados em 14 de dezembro de 2020 à tripulação, junto com Maurer. O quarto assento foi deixado em aberto na expectativa de que um cosmonauta russo o tomaria, marcando o início de um acordo que veria a NASA e a Roskosmos trocarem assentos nos Soyuz e Comerciais americanos, embora em abril de 2021 O então chefe em exercício da NASA, Steve Jurczyk, dissera que esse acordo dificilmente começaria depois do lançamento da Crew-3. O quarto assento foi atribuído a Kayla Barron em maio de 2021.
Esquema de lançamento até a aproximação e acoplagem com a ISS
A terceira missão operacional da SpaceX no Programa de Tripulação Comercial foi originalmente programada para lançamento em 31 de outubro de 2021. No entanto, foi adiada para 3 de novembro devido ao clima desfavorável no Oceano Atlântico, e, em seguida, adiada para 7 de novembro de 2021 devido a um pequeno problema médico com Kayla. Por conta do mau tempo esperado, foi novamente adiado para 9 de novembro. Devido aos atrasos, a NASA considerou retornar com os astronautas da Crew-2 antes do lançamento da Crew-3, sendo assim a primeira transferência indireta da tripulação da estação espacial para este tipo de nave. De acordo com a NASA, a agência decidiu trazer os astronautas do Crew 2 antes de lançar seus substitutos. A Crew-2 partiu da estação em 8 de novembro e aterrissou no dia 9. O segmento europeu da missão, a ser realizado por Matthias, é denominado “Cosmic Kiss”.
A espaçonave foi modificada com um aumento de 10% no desempenho do motor de aborto que dobrou as velocidades do vento de solo aos quais ela pode resistir com segurança. Além disso, a espaçonave agora tem uma capacidade de “circular” a ISS, que permite que o exterior da estação seja inspecionado e fotografado.
Perfil de lançamento da Crew Dragon C210
Os trajes de pressão usados por esta tripulação apresentam modificações inauguradas na missão anterior: as botas com capas externas mais altas e o design diferente; diferentes pregas nos joelhos, e diferentes padrões de costuras ao redor. As bandeiras nacionais estão no ombro esquerdo ao invés do direito.
Maurer, Marshburn, Chari e Baron no cockpit
O navio de apoio da SpaceX, “Doug”, rebocou a balsa-drone ASOG para o local de pouso no oceano Atlântico para o ‘core’ de primeiro estágio do B1067.2; a frota de suporte inclui o navio Bob. A separação da nave do segundo estágio ocorreu a 11 minutos e 58 segundos após o lançamento. Acoplamento com a ISS em 12 de novembro às 00:10 GMT , no adaptador de acoplamento – IDA-2 no PMA-2 do módulo Harmony. A duração da missão deve ser de cerca de 6 meses.
Core B1067.2 pousa na balsa-drone ASOG
Cargas úteis
A bordo da Dragon estão mais de 200 kg de suprimentos e equipamentos, incluindo mais de 75 kg dos quais eles usarão para conduzir experimentos a bordo da estação espacial. Aqui segue a descrição de algumas das pesquisas conduzidas pela tripulação em órbita.
Orientação portátil de nave espacial: O Smartphone Video Guidance System (SVGS), criado como uma colaboração entre o Marshall Space Flight Center em Huntsville, Alabama, e o Florida Institute of Technology em Melbourne, está prestes a fazer um teste na estação espacial. O SVGS é uma implementação comercial de baixo custo de sensores avançados projetados para encontro automatizado e captura de espaçonaves. O sistema usa uma câmera para capturar imagens de um farol LED de quatro pontos e analisa o padrão dos pontos iluminados nas imagens para determinar o alcance e a orientação do alvo em relação ao quadro da câmera. O sistema será implantado e testado usando instalação Astrobee da estação, que usa robôs que voam livremente para testar novas tecnologias e softwares. Se for bem-sucedido, o software pode permitir o uso futuro em formações de várias espaçonaves CubeSats ou outros pequenos satélites, demonstrando as vantagens potenciais desta tecnologia em outras operações de proximidade robótica, como rendezvous e acoplagem. O sistema Astrobee consiste em três robôs autônomos e uma estação de acoplamento para uso dentro da ISS. É um drone autônomo movido por helices e opera em todo o segmento dos Estados Unidos (USOS) usando navegação baseada em visão. Os robôs autônomos são operados remotamente a partir do solo. A instalação Astrobee permite a pesquisa da tecnologia de vôo livre robótico em microgravidade e é usada para testar a visão computacional, a manipulação robótica, os algoritmos de controle e a Interação Humano-Robô (HRI). As câmeras e sensores realizam o monitoramento da equipe, atividades de amostragem, gerenciamento de logística e outras tarefas de rotina, permitindo assim que os astronautas dediquem seus esforços a outras funções científicas e de engenharia. Cada robô voador livre é capaz de acomodar até três cargas úteis com conexão mecânica, eletricidade e conectividade de dados.
O sistema SVGS calcula a posição de seis estados e o vetor de orientação de um alvo em relação a um sistema de coordenadas conectado ao smartphone. A estimativa da posição e atitude do alvo em relação ao sistema de coordenadas da câmera começa com a captura da imagem do conjunto de alvos iluminados. A posição de atitude em seis graus de liberdade (“6-DOF”) e o vetor de são estimados usando técnicas de fotogrametria geométrica, onde todo o processamento de imagem e estimativa de estado são realizados no smartphone, aliviando a carga computacional em um computador de controle de movimento. No SVGS, o cálculo de estado completo, incluindo captura, processamento de imagem e derivação de estado relativo, é realizado num dispositivo Android, e o estado relativo de 6-DOF é derivadi. O estado computado pode então ser usado por outros aplicativos ou passado para outros aviônicos um bordo de um pequeno satélite como dados de entrada para as funções de orientação, navegação e controle. “Os principais fatores que tornam o SVGS atraente para pequenas aplicações por satélite também o tornam atraente para as missões de exploração humana, em que as naves espaciais precisam se acoplar a uma variedade de plataformas”, disse o investigador principal do SVGS, Dr. Hector Gutierrez, do Instituto de Tecnologia da Flórida. “O nicho para um sensor de operações de proximidade para aplicações espaciais está aberto atualmente. A demonstração na estação espacial é um marco importante para posicionar o SVGS nessa função. ”
Melhores dietas: O voo espacial afeta o corpo humano de várias maneiras, incluindo o funcionamento do sistema imunológico. A investigação da Fisiologia Alimentar Food Physiology documentará se os efeitos das melhorias na dieta também melhoram a função imunológica e o microbioma intestinal e se essas melhorias podem ajudar as tripulações a se adaptarem melhor aos voos espaciais. Uma compreensão aprimorada dos efeitos dos alimentos na fisiologia da microgravidade pode ajudar os cientistas a continuar a melhorar a dieta dos voos espaciais e a saúde da tripulação. Uma vez em órbita, os astronautas coletarão amostras biológicas para fornecer dados aos cientistas de volta ao solo para um estudo contínuo de como as mudanças na dieta afetam a vida na microgravidade.
Crescimento Uniforme de Cristal de Proteína (Uniform Protein Crystal Growth UPCG) está planejado para subir a bordo da Crew-3 e retornar à Terra depois na Crew-2. O estudo visa cultivar um lote de nanocristais quase perfeitos de RNA riboswitch, que é responsável por ligar e desligar genes individuais. Depois de voltar a bordo da Crew Dragon, os pesquisadores planejam analisar rapidamente esses nanocristais usando o laser de elétrons livres de raios-X (XFEL), uma tecnologia de imagem atômica que permite aos usuários criar um filme das mudanças estruturais que ocorrem durante um período crítico que dura apenas milissegundos. Este processo não foi observado devido à incapacidade de fazer crescer cristais grandes o suficiente no solo. As descobertas podem ajudar os pesquisadores a entender melhor o processo de troca de genes, bem como avançar a própria tecnologia XFEL.
Monitorando a saúde do astronauta – o Spaceflight Standard Measures (SSM) é um conjunto de medições biológicas tiradas de membros da tripulação para caracterizar os efeitos de viver e trabalhar no espaço. As medidas padrão incluem medições fisiológicas, psicológicas e químicas que quantificam a saúde e o desempenho da tripulação ou do sujeito antes, durante e depois do vôo. Os dados são arquivados e disponibilizados para estudos futuros que podem melhorar a compreensão sobre como o corpo humano se adapta à microgravidade. Suprimentos adicionais para este experimento serão lançados com o Crew-3, que então participará da coleta de dados a bordo da estação.
Exercício eficiente – na Terra, os músculos precisam trabalhar constantemente contra a gravidade, o que permite que eles cresçam mais fortes ou mantenham a força naturalmente. Para prevenir a atrofia muscular e a perda óssea resultante na microgravidade, os astronautas se exercitam por cerca de duas horas e meia todos os dias. O estudo EasyMotion da ESA pretende aumentar a eficiência deste exercício através da estimulação elétrica muscular (electrical muscle stimulation EMS), uma técnica de fortalecimento em que os músculos são estimulados pela aplicação de impulsos elétricos. O EasyMotion combina exercícios direcionados com a tensão muscular subjacente obtida usando EMS para aumentar a eficiência do exercício. Na estação espacial, Maurer usará um traje EMS especializado, lançado a bordo do Dragon para complementar seu programa de exercícios de corrida, ciclismo e treinamento de força.
Além dos experimentos carregados a bordo da Dragon, os astronautas da Crew-3 vão conduzir experimentos adicionais e demonstrações de tecnologia durante sua missão. A Crew-3 é importante para o teste de novas atualizações para o Sistema de Controle Ambiental e Suporte de Vida (environmental control & life support system – ECLSS) da estação espacial, incluindo o banheiro recém-instalado, o Brine Processing Assembly (unidade de processamento de salmoura), purificadores de dióxido de carbono e dois novos sensores de hidrogênio programados para chegar a bordo de uma Cargo Dragon no final de dezembro. Tripulações de astronautas em missões de exploração de longa duração precisarão de sistemas ECLSS para recuperar cerca de 98% da água que trazem no início de suas viagens.
Os sistemas atuais de recuperação de água na urina utilizam destilação produzem uma salmoura. O processador Brine Processing Assembly receberá esse efluente contendo água e extrairá a água restante. Uma vez instalado no módulo Tranquility da estação, o BPA bombeará salmoura do Conjunto do Tanque de Filtro de Reciclagem Avançada da UPA em uma ‘bexiga’ de membrana dupla. Essa bexiga vai passar o vapor d’água seletivamente para a atmosfera da cabine. Uma vez na atmosfera, a água é retirada do ar por meio de outra parte do Sistema de Recuperação de Água, um trocador de calor de condensação. O trocador de calor enviará essa umidade de volta para o Conjunto de Processamento de Água, onde será convertida de volta em água potável. As ‘bexigas’ usadas do BPA contendo a salmoura seca resultante serão removidas e armazenadas e, eventualmente, descartadas ou devolvidas à Terra para estudo. Com este conjunto de processador de salmoura, espera-se recuperar água adicional da salmoura produzida pelo processador de urina, de forma que a recuperação geral de água fique perto de 98%.
Eles também planejam testar a impressão de fibra óptica e uma impressora tipo ‘bioprinter’ portátil e estudar o endurecimento do concreto entre algumas das mais de 200 investigações durante seu tempo em órbita.
Espaçonave C210 ‘Endurance’
A Crew Dragon foi projetada para voar de forma autônoma, mas a tripulação podem monitorar o desempenho das manobras, como a aproximação e acoplagem com uma estação espacial, por exemplo.
Seu peso fica em torno de 9.500 a 12.500 kg. A massa total nave C210 na missão USCV-3 deve estar em cerca de 12.300 kg. O foguete inteiro deve pesar 595.000 kg. A nave leva mais de 200 kg de carga e pode trazer cerca de 150 kg, embora esse valor esteja sujeito a alterações. A cápsula é equipada com uma seção de tronco com painéis solares atualizados com o objetivo de estender a limitação de cerca de 120 dias em órbita. Os painéis atualizados devem mitigar a degradação das células solares, permitindo permanecer em órbita por até seis meses atendendo aos requisitos de missão da NASA.
Espaçonave com o cone de nariz fechado para lançamento – ilustração G. de Chiara Espaçonave com o cone de nariz aberto em configuração de voo orbital – ilustração G. de Chiara
COMPOSIÇÃO DA NAVE
A Dragon é composta de dois elementos principais: a cápsula, projetada para transportar tripulação e carga crítica pressurizada, e o compartimento de carga (“trunk”-tronco), que é um “módulo de serviço” não pressurizado. A cápsula é subdividida em seção pressurizada, seção de serviço e cone do nariz, que é aberto uma vez em órbita e fechado antes da reentrada. Perto da base da cápsula, mas fora da estrutura pressurizada, estão os propulsores Draco, que permitem manobras orbitais. Propulsores Draco adicionais estão alojados sob o cone do nariz, junto com os sensores de navegação e controle de orientação (GNC) da nave.
CÁPSULA
A cápsula é construída em aluminio-litio com aço, inconel, fibra de carbono e materiais plásticos.
A sua proteção térmica é formada pelo material “phenolic impregnated carbon ablator” – ablator de carbono impregnado fenólico ( PICA-X) que é usado para o escudo principal. Cerca de 45 peças quadradas são usadas. Eles têm 8 centímetros de espessura e cada um pesa cerca de um quilo. Aproximadamente 1 centímetro é uma camada de carbono, 1 centímetro adicional é de material pirolizado e os seis centímetros restantes são efetivamente material virgem.
A camada extra virgem é necessária para isolar a estrutura e o adesivo usado para colar os “ladrilhos” do calor da reentrada. Mantas de isolamento de tensão, semelhantes às usadas no Space Shuttle para conectar os ladrilhos TPS à estrutura, separam as peças do casco principal da cápsula. Essa estrutura de apoio é de material „composite‟. É provável que os ladrilhos em si não sejam reutilizáveis após a submersão em água, mas fontes ligadas à fima fornecedora Fiber Materials Inc disse que nunca havia testado uma reutlização após exposição à agua salgada. (As proteções térmicas das Cargo Dragon mostraram um conteúdo significativo de sal – acima de 25% em massa – na camada de carbono, indicando uma penetração significativa de água.) O SPAM-Lite ( SpaceX Proprietary Ablator Material Lite – Material Ablativo Leve Proprietário da SpaceX) é usado na maior parte do escudo lateral. É uma espuma sintética, feita de polímero de silicone com pequenas esferas de sílica embutidas. Tem cerca de 5 centímetros de espessura. Esta camada externa é degradada pela exposição ao oxigênio atômico em órbita, já que a atmosfera tênue no regime orbital da ISS é acima de 90% de oxigênio atômico (descoloração semelhante pela mesma causa é visível nas mantas térmicas do Shuttle, Soyuz e ISS, principalmente nas bordas das escotilhas).
Grande parte da descoloração do SPAM observada nas fotos pós-reentrada parece ser por esta erosão, e não tanto pelo aquecimento da reentrada. O XIRCA (material ablativo de cerâmica refratária impregnada com silicone SpaceX), de forma flexível, é usado como preenchimento de lacunas. Um material resinoso é usado para revestir o XIRCA. Parece ser o mesmo material usado para preencher os orifícios dos parafusos nos painéis dos SPAM. Já um material prateado é usado na borda externa do escudo principal, sendo um tipo de resina impermeabilizante.
No topo da capsula está um sistema de acoplagem NDS andrógino, de tecnologia de “baixo impacto” , que suporta engate automatico e manual e tem parafusos explosivos para separação de emergência. Uma vez acoplado, a interface do NDS pode transferir energia, dados, comandos, ar, comunicação e, em futuras versões, poderá transferir água, combustível, oxidante e gás pressurizador. A escotilha tem um diâmetro de 800 milímetros. A cabine (cockpit) tem 9,3m3 de espaço interno, sendo equipada com quatro assentos anatômicos feitos de aluminio e fibra de carbono suspensos em amortecedores ligados às paredes. Embaixo dos assentos estão suportes para fixação de cargas. A porta de acesso lateral (para entrada e saída da tripulação) abre para fora, sustentada por dois braços hidráulicos que giram para cima. Uma fechadura de abertura externa fica à direita, num rebaixo quadrado de 12 cm de profundidade, equipado com uma alavanca de acionamento.
Motores
Os motores da nave estão todos instalados na cápsula da tripulação. São os „Draco‟ para manobra e controle geral e os „SuperDraco‟ para escape de emergência. Os Dracos (ou propulsores „reaction control system‟ RCS – sistema de controle a reação) na parede lateral da cápsula são cobertos com uma cobertura do tipo „rip-off‟. Servem para evitar danos às tubeiras antes do lançamento. As instalações sanitárias, rudimentares, estão localizadas atrás de um painel privativo.
Sistema de acoplamento
A SpaceX construiu seu sistema de acoplagem usando o sistema “NDS” como ponto de partida para desenvolver sua versão. Modelos do NDS IDD foram disponibilizados pela NASA. Isso permitiu à SpaceX criar sua versão de um sistema compatível em um período de tempo muito curto.
O sistema NDS da Dragon se acopla ao anel de engate instalado no adaptador IDA (International Docking Adapter) que está ligado na ponta do compartimento PMA 3 no módulo Harmony. O NDS usa um novo componente de amortecimento de contato, chamado SIMAC (Soft Impact Mating Attenuation Concept), que é um design não proprietário, essencialmente baseado no APAS-95 russo, mas com um anel de captura suave mais estreito. O adaptador é compatível com o International Docking System Standard (IDSS).
TRONCO – ‘TRUNK’
O tronco da Dragon faz a ligação da cápsula com o Falcon 9 em sua ascensão ao espaço. Em órbita, metade do tronco contém um painel solar e a outra metade um radiador que rejeita o calor. Tanto o radiador quanto o painel solar são portanto montados no exterior, que permanece preso à Dragon até pouco antes da reentrada, quando o tronco é descartado.
A Crew Dragon foi projetada com três janelas para que os passageiros possam ver o exterior diretamente de seus assentos. A nave possui um Sistema de Controle Ambiental e Suporte à Vida (ECLSS) que garante um ambiente confortável e seguro para os membros da tripulação. Durante a viagem, os astronautas a bordo podem definir a temperatura interior da cabine entre 18 e 27 graus C.
A nave possui um avançado sistema de propulsão com oito motores SuperDraco e uma série de paraquedas que podem ser ativados instantaneamente a partir do momento em que são armados na plataforma de lançamento até a inserção orbital. A nave é altamente automatizada. Durante a fase de subida, a tripulação apenas assiste os sistemas. Toda a subida à órbita é totalmente automatica, incluindo todos os modos de cancelamento. Não há interruptores ou joysticks, à exceção de uma alça em forma de “T” para detonação do sistema de escape manual. Mas a desativação manual do modo de emergência automático é aplicável apenas antes de um comando automatico de aborto da missão ser acionado. Não pode ser usado para finalizar uma opção de cancelamento que está em processo de execução.
A única coisa que a equipe pode fazer para intervir na subida controlada por computador é usar o recurso de abortamento manual. Os sistemas são tão sofisticados que, no momento em que o cérebro humano pode processar os alarmes que está ouvindo e decidir executar um abortamento manual, os aviônicos já identificaram a falha, decidiram que um abortamento é necessário, acionaram os parafusos de retenção e acenderam os motores de emergência.
A Crew Dragon já estará longe do Falcon 9 e antes que o comandante possa falar a palavra “abortar”. Os modos de intervenção manual em órbita são, por exemplo, controlar manualmente a aproximação com a ISS ou intervir manualmente nas fases finais do engate. Há também uma opção para fazer a manobra de sair de órbita em modo manual. Mas a própria fase de descida, incluindo os estágios de entrada na atmosfera e abertura dos pára-quedas, é totalmente autônoma.
A nave tem sensores eletromagnéticos (EM) baseados em espectro de comprimento de onda visível e infravermelho que incluem câmeras padrão, infravermelhas (IR) e sistemas de luz, detecção e alcance (Light Detection and Ranging ou LIDAR). O sistema de aproximação usado pela nave é o DragonEye, um LIDAR que produz imagens tridimensionais com base na quantidade de tempo necessária para que um único pulso de laser do sensor atinja o alvo e retorne, fornecendo informações de alcance e posição da Dragon para a ISS.
A DragonEye Space Camera é uma FLC (Flash LIDAR camera) 3D leve, de (11,2 x 11,9 x 12,2 cm), capaz de capturar uma gama completa de 128×128 pixels em cada quadro, até 10 quadros por segundo, permitindo um alcance 3D de 16.300 dados e pontos de intensidade a serem gerados como imagens em nuvem de pontos 3D ou fluxos de vídeo em tempo real.
O DragonEye consiste em três componentes principais: o mecanismo do sensor 3D, o iluminador a laser com lente / difusor e os sistemas de resfriamento integrado ao casco externo. Desenvolvido em apenas 10 meses, do conceito ao hardware final, o DragonEye foi entregue ao Centro Espacial Kennedy da NASA em 16 de fevereiro de 2009, para integração com o Space Shuttle Endeavour, para ser testado e validado numa missão à ISS. As câmeras padrão oferecem a capacidade de detectar passivamente o alvo, mas exigem condições de iluminação adequadas. As câmeras de infravermelho permitem a detecção e rastreamento de naves sem a necessidade de condições específicas de iluminação. A Crew Dragon utiliza essa câmera de infravermelho e processamento de imagem para fornecer os dados relativos ao sistema de navegação. Esses sistemas operam independentemente das condições de iluminação, mas exigem que o sensor ilumine o veículo alvo com uma fonte eletromagnetica, como os lasers tipo SWIR – “Short Wave Infrared Laser”. A vantagem desses sensores é sua capacidade de operar com menos consumo de energia, maior alcance, flexibilidade operacional e infraestrutura reduzida quando comparados aos sensores baseados em radiofrequencia (RF).
As coberturas dos Dracos é geralmente arrancada pela corrente de ar em algum momento durante a subida através da densa atmosfera inferior. Os desesseis Dracos, cada um queimando ~ 0,13 kg / s, geram 400 newtons de empuxo usando uma mistura hipergólica de monometil-hidrazina e tetróxido de nitrogênio. Os SuperDracos (como propulsores de emergência) são cobertos com plugues de descarga projetados para permanecer no local durante toda a fase de lançamento, operações no espaço, reentrada e aterrissagem. Sua função é proteger os motores contra a intrusão de água do mar nas operações de recuperação e subseqüentes.
Os SuperDraco são agrupados em 4 pares , com cada motor capaz de produzir 71 quilonewtons de empuxo, sendo alimentados pelo mesmo propelente dos Draco. Num evento de emergência, os SuperDraco queimam propelente 200 vezes mais rápido que os Draco. A câmara de combustão é impressa em Inconel, uma liga de níquel e ferro, usando um processo de sinterização direta de metal a laser. Os plugues de proteção dos SuperDracos contra a invasão da água do mar são importantes, pois os motores são peças caras e, portanto, serão reutilizados em outras Crew Dragons. Prevenir sua exposição desnecessária ao reentrar na atmosfera e na água do mar ajuda significativamente a sua reutilização. Eles só são literalmente explodidos na eventualidade de os SuperDracos serem realmente usados – num aborto no lançamento.
Já os motores Dracos comuns são muito mais baratos e só são reutilizados quando não sofreram muitos danos devido ao uso no espaço, ao reentrar no aquecimento e à exposição à água do mar. Em naves Cargo Dragons reutilizadas, um número significativo desses motores foi substituído por novos. Como tal, o termo “reutilizado” para as Cargo Dragons é incorreto. “Reconstruído” está mais de acordo com a realidade. A nave opera apenas em órbita baixa. Isso significa que fica sob a luz do sol por apenas 45 minutos, seguido por 45 minutos sem luz solar. O sistema de radiadores é usado para trocar calor e manter os sistemas em temperatura apropriada sem dificuldades.
O unico detalhe a verificado na missão DM-2 foi o desempenho das células solares, que podem sofrer degradação. A SpaceX designa locais de pouso ‘offshore’, na costa dos EUA, para a nave. O local principal de pouso é no oceano Atlântico, a partir de Cabo Canaveral, na Flórida. O local secundário é no Golfo do México, variando do sul de Brownsville, Texas, a uma área ao norte de Florida Keys até 170 milhas náuticas no mar. Após o bem-sucedido teste de voo da Demo-2 e a conclusão do processo de certificação da NASA, a SpaceX começou missões regulares de rotação de tripulação para a estação espacial, começando com a USCV-1.
Foguete
O primeiro estágio do Falcon 9 incorpora nove motores Merlin e tanques de liga de alumínio-lítio contendo os propelentes, oxigênio líquido e o chamado querosene “de grau de foguete” (RP-1), resfriado para ficar mais denso. Após a ignição, um sistema de retenção na plataforma garante que todos os motores sejam verificados quanto ao desempenho de empuxo antes que o foguete seja liberado para o vôo. O Falcon 9 gera mais de 750 toneladas de empuxo no nível do mar, mas produz mais de 890 t no vácuo. Os motores são acelerados gradualmente perto do final do voo do primeiro estágio para limitar a aceleração do veículo à medida que a massa do foguete diminui com a queima de combustível. O interestagio é uma estrutura de material „composite‟ que conecta o primeiro e o segundo estágio e contem o sistema de liberação e separação.
Foguete F9 v1.2 BL5 B1061.2 com seus componentes separados
O Falcon 9 usa um sistema de separação de estágios totalmente pneumático para um afastamento altamente confiável e com baixo choque que pode ser testado no solo, diferentemente dos sistemas pirotécnicos usados na maioria dos veículos lançadores. O Falcon 9 está equipado com um Sistema de Terminação de Vôo Autônomo para ser usado no caso improvável de o foguete sair do curso ou deixar de responder. As pernas de aterrissagem em fibra de carbono e as aletas de grade (grid fins) hipersônicas, fechadas durante a subida, são dois dos elementos críticos essenciais para garantir uma aterrissagem segura e bem-sucedida do primeiro estágio do foguete.
O segundo estágio tem um motor Merlin D Vac com 95tf de empuxo funcionando com oxigenio liquido e querosene. Uma pequena seção de 70 cm de altura conecta o topo do segundo estágio com a borda inferior do tronco da nave espacial.
O foguete tem uma altura de 65,78 metros, uma massa média no lançamento de 59o.000 kg , capacidade de carga util em órbita baixa de 22.800 kg e um diâmetro médio de 3,66 metros.
Traje espacial
A SpaceX projetou seu traje espacial para os astronautas usarem dentro da espaçonave enquanto voam de e para a estação espacial e para garantir sua segurança enquanto operam em órbita baixa da Terra. O traje é feito sob medida e foi projetado para ser funcional, leve (cerca de 9,1 kg) e oferecer proteção contra despressurização em potencial. Um único ponto de conexão, na coxa do traje, conecta sistemas de suporte à vida, incluindo conexões de ar e energia. O capacete é fabricado de forma personalizada usando a tecnologia de impressão 3D e inclui válvulas integradas, mecanismos para retração e travamento da viseira e microfones dentro da estrutura .
Os astronautas da NASA vinham realizando testes de ajuste do traje para se preparar para as missões. O traje visa proporcionar um ambiente pressurizado para o astronauta a bordo em situações atípicas, como a despressurização da cabine. Esse traje também contem os sistemas de comunicação e refrigeração a bordo durante o voo regular. Recursos adicionais incluem : Capacete rígido com viseira móvel impresso em 3D, luvas compatíveis com tela sensível ao toque , camada externa resistente a chamas, proteção auditiva durante subida e reentrada. O traje tem um ponto de conexão único entre a roupa e o sistema de suporte vital. O umbilical é conectado no assento e fica ligado na placa de conexão na coxa do lado direito do traje. Ganchos no calcanhar da bota que prendem os pés ao apoio (pedal) do assento.
SISTEMA DE ESCAPE DE EMERGÊNCIA
A Crew Dragon, projetada desde o início para ser um dos veículos espaciais mais seguros já construídos, se beneficia da herança de voo da versão atual de carga (Cargo Dragon), que restaurou a capacidade dos Estados Unidos de levar e trazer quantidades significativas de carga de e para o estação espacial. A Cargo Dragon completou diversas missões para a estação em órbita. A nave está equipada com um sistema de escape de lançamento altamente confiável, capaz de transportar a tripulação para a segurança em qualquer ponto durante a subida ou no improvável evento de uma anomalia na plataforma. Embora a tripulação possa assumir o controle manual da nave, se necessário, as missões da Crew Dragon podem acoplar e desacoplar automaticamente com a estação. Após desacoplar da estação e reentrar na atmosfera da Terra, a Crew Dragon usará um sistema aprimorado de quatro paraquedas para pousar no Atlântico. A estrutura da Crew Dragon A nave tem 8,10 metros de comprimento e um diâmetro maximo de 3,88 metros na cápsula (3,66 metros no tronco).
Uma serie de parafusos explosivos existe para descartar o cone do nariz (em órbita), caso ele não feche após o desengate da ISS. O cone do nariz não é necessário para proteger o conjunto de acoplamento na reentrada, mas se ele emperrar na posição aberta, impedirá a reentrada. Daí a capacidade de ejetar manualmente o cone do nariz. Também existem parafusos pirotécnicos nos sistemas de paraquedas. Um conjunto deles detona os paraquedas de estabilização e os extratores (“drogues”), e outro conjunto serve para cortar os cordames dos paraquedas principais . Esses são usados no caso de o computador de vôo deixar de desconectar automaticamente os paraquedas após a queda na água. A falha em descartar os pára-quedas após o pouso pode levar a cápsula a ser arrastada no mar por centenas de metros se um deles for soprado pelo vento.
Nave ‘Endurance’ levará quatro astronautas para a ISS
Foguete na plataforma
A nave espacial da SpaceX Crew Dragon C210 ‘Endurance’, arrendada à NASA, decola hoje, na noite de 10 para 11 de novembro, para a missão “Crew-3” ou USCV-3, para a estação espacial internacional. Os tripulantes serão os americanos Raja Chari, Thomas Marshburn e Kayla Baron, e o alemão Matthias Maurer.
O foguete Falcon 9 v1.2 FT Block 5 (número B1067.2) decolará às 21h03 EST (23:03 de Brasília hoje, dia 10) da plataforma SLC-39A da Cabo Canaveral. A aterrissagem do primeiro estágio reutilizável do foguete está prevista na barca-drone A Shortfall of Gravitas (ASOG) a cerca de 8 minutos depois do lançamento. De acordo com Bill Gerstenmaier, a SpaceX trocando de balsa-drone de recuperação para o lançamento da Just Read the Instructions (JRTI) para a ASOG, devido ao fato de que a JRTI foi “abatida” um pouco pelo tempo no Atlântico enquanto esperava pelo lançamento; A ASOG deve chegar ao ponto de estacionamento cerca de 6 horas antes do lançamento.
Posição dos tripulantes no ‘cockpit’ da nave
Matthias Maurer, Thomas Marshburn Raja Chari, e Kayla BaronFoguete F9 BL5
De acordo com uma fonte, a massa do veículo de lançamento Falcon 9 na decolagem será de 573.000 kg. Espera-se uma massa recorde de lançamento para a nave Crew Dragon (possivelmente pesará cerca de 14.200 kg.)
Espaçonave Crew Dragon C210 ‘Endurance’Nave espacial montada no foguete
Eventos de pré-lançamento
Todos os horários aproximados
h: min: s Evento 00:45:00 Launch Director (diretor de lançamento) verifica o abastecimento do propelente 00:42:00 Braço de acesso da tripulação se retrai 00:37:00 O sistema de escape de lançamento da nave é armado 00:35:00 O carregamento de querosene RP-1 é iniciado 00:35:00 O carregamento de LOX (oxigênio líquido) do 1º estágio começa 00:16:00 O carregamento da LOX de 2ª estágio começa 00:07:00 O Falcon 9 inicia o resfriamento do motor antes do lançamento (‘chilldown’) 00:05:00 Transição da nave para eletricidade interna 00:01:00 Comando do computador de vôo para iniciar as verificações finais de pré-lançamento 00:01:00 A pressurização dos tanques propelente para a pressão de vôo começa 00:00:45 O diretor de lançamento verifica a prontidão para lançamento 00:00:03 O controlador do motor comanda a sequência de ignição 00:00:00 Decolagem do foguete
Lançamento, aterrissagem do 1º estágio e entrada em órbita
Trajetória de lançamento e local de pouso do primeiro estágio no oceano
Todos os horários aproximados
h: min: s Evento 00:01:02 Max Q (momento máximo de estresse mecânico no foguete) 00:02:36 Corte dos motores de 1º estágio (MECO) 00:02:40 1º e 2º estágios separados 00:02:41 Motor de 2º estágio inicia 00:07:30 Queima de reentrada de 1º estágio 00:08:48 Corte do motor de 2º estágio (SECO-1) 00:09:02 Queima de aterrissagem do 1º estágio 00:09:29 Pouso do 1º estagio 00:12:03 Crew Dragon se separa do 2º estágio 00:12:51 Sequência de abertura do cone do nariz do Dragon começa
Em seu vôo para a Estação Espacial Internacional, a Endurance C210 executará uma série de ignições que posicionarão a nave progressivamente mais perto da estação espacial antes de executar as manobras finais de encontro e acoplagem, seguidas pela pressurização do vestíbulo entre os colares de acoplagem, abertura das escotilhas e entrada da tripulação.
Fases de voo entre o lançamento e a entrada em órbita da nave espacialSequência de setores de abortamento previstos (desconsidere a balsa como JRTI)Locais de pouso de amerrissagem de emergência
E Bill Nelson culpa COVID, Jeff Bezos e Trump pelo atraso
Bill Nelson culpa Trump, Bezos e a Covid – depois de um ano à frente da agência espacial americana – pelo atraso no Programa Artemis
A NASA estendeu sua meta de envio de astronautas de volta à Lua até 2025 – no mínimo – disse o chefe da agência espacial na terça-feira, alongando em pelo menos um ano o cronograma pronunciado pelo ex-presidente Donald Trump. A administração Trump havia estabelecido a meta ousada de retornar homens à superfície lunar até 2024, no programa Artemis, que pretende ser um “trampolim” em direção ao objetivo ainda mais ambicioso de enviar astronautas a Marte. O administrador da agência, Bill Nelson, citou atrasos nas disputas legais (de Jeff Bezos) sobre o contrato da SpaceX para construir o veículo de pouso lunar como a principal razão para estender a data-alvo. Nelson recorreu à conhecida atitude de administrações federais de jogar a culpa em governos anteriores, enquanto o projeto espacial americano vem sendo atrasado por administrações democratas (leia-se Barack Obama) há mais de 12 anos.
Desde a sua acepção, ainda no governo Trump, nenhum analista sério de tecnologia espacial, ou mesmo profissionais ligado tanto à NASA quanto às empresas envolvidas, acreditavam na meta de 2024.
“2024 não era uma meta realmente tecnicamente viável”, disse Nelson, durante uma coletiva de imprensa. “Estimamos o pouso [agora] não antes de 2025.” Um juiz federal rejeitou na última quinta-feira uma ação judicial da Blue Origin de Jeff Bezos contra o governo dos EUA contestando a decisão da NASA de conceder o contrato de aterrissagem lunar HLS (Human Landing System) de US $ 2,9 bilhões, para rivalizar com a SpaceX de Elon Musk. O dono da Blue Origin chegou a oferecer bancar os custos de desenvolvimento do seu módulo lunar, no que foi estranhamente recusado pela NASA. A Blue Origin preencheria o déficit de financiamento do Human Landing System renunciando a todos os pagamentos nos dois anos fiscais atuais e nos próximos dois anos fiscais até US $ 2 bilhões para “colocar o programa de volta nos trilhos”.
A NASA aposta somente na nave de Elon Musk para servir de módulo lunar, porque a verba alocada não permitia um segundo desenvolvedor
“Perdemos quase sete meses em litígios e isso provavelmente fez com que as primeiras pessoas desembarquem [na Lua] provavelmente não antes de 2025”, disse Nelson em entrevista coletiva. “Estamos estimando não antes de 2025 para a missão Artemis 3, que seria o primeiro pouso de demonstração.”
O programa Artemis, batizado em homenagem à irmã gêmea de Apolo na mitologia grega, tem como objetivo estabelecer uma colônia de longo prazo, como um precursor do envio de astronautas a Marte.
A decisão permite que a NASA retome sua colaboração com a SpaceX no contrato do módulo lunar, embora Nelson tenha dito que a empresa de Musk continuou o trabalho de desenvolvimento por conta própria nesse meio tempo. Citando fatores adicionais para o novo cronograma, Nelson disse que o Congresso havia aprovado anteriormente muito pouco dinheiro para o programa e que a meta de Trump não era baseada em viabilidade técnica. “Falei na sexta-feira passada com Gwynne Shotwell, COO da SpaceX, que tem o primeiro contato que conseguimos ter sobre o programa HLS” desde este processo, disse Nelson. “Ambos enfatizamos a importância de retornar à Lua o mais rápido e seguro possível, e a decisão do tribunal na sexta-feira significa progresso para o programa Artemis”, acrescentou. “Mas nossas equipes ainda precisam de mais tempo para trabalhar os detalhes antes de podermos dar uma olhada no prazo de preparação.”
Em certa época, a SpaceX de Musk estava quase quebrada, sem ter como se virar. A mão amiga que tirou a empresa pioneira do desastre veio da agência espacial americana, na forma de um contrato de US $ 1,5 bilhão.
Espaçonave Orion, cujo projeto já beira completar vinte anos, é uma herança do CEV – Crew Exploration Vehicle, do Constellation, desenhado em em 2006
Com os atrasos e desafios enfrentados pelo Artemis, Nelson também compartilhou que haverá um aumento no orçamento para a espaçonave Orion. “A NASA está comprometida com um custo de desenvolvimento atualizado: US$ 9,3 bilhões desde o ano fiscal 2012 até o primeiro teste de voo tripulado, o mais tardar em maio de 2024”, disse ele. Este número é diferente do “compromisso básico anterior da agência”, de US$ 6,7 bilhões, disse a administradora adjunta da agência, Pamela Melroy, durante a entrevista. A Orion custa anualmente entre 1,1 a 1,4 bilhões de dólares aos contribuintes americanos.
Sem roupa apropriada para a festa
Nelson não mencionou o fracasso de sua administração em concluir as tratativas de prover os EUA com um traje espacial para a missão lunar. O desenvolvimento de novos trajes espaciais está quase três anos atrasado e é um dos fatores que impedem o esforço de pousar na Lua até 2024, segundo o relatório do inspetor geral divulgado há alguns meses.
O atraso nos trajes espaciais de atividade extraveicular foi deixado de lado pelo administrador da NASA na justificativa de atrasar o Artemis
A NASA gastou US$ 420 milhões no desenvolvimento de trajes espaciais desde 2007, antes do advento do Artemis, e planejava “investir aproximadamente US$ 625,2 milhões a mais” até 2025. O design e o propósito do traje mudaram ao longo dos anos, conforme as prioridades oscilavam entre as diferentes administrações. Um novo design de traje feito sob medida para o Artemis, chamado xEMU, foi apresentado em 2019.
Uma auditoria do Gabinete do Inspetor Geral da agência atestou que a ela está a caminho de gastar mais de US $ 1 bilhão no desenvolvimento dos trajes espaciais quando seus dois primeiros estiverem prontos, o que seria “abril de 2025, no mínimo” . na época, o Gabinete já havia usado as palavras que Nelson pediu emprestado para justificar o adiamento do Artemis:
“Dados esses atrasos previstos no desenvolvimento do traje espacial, um pouso lunar no final de 2024, como a NASA planeja atualmente, não é viável.”
Esses atrasos compõem um conjunto assustador de desafios de cronograma que a NASA já enfrenta – desde a guerra de egos dos bilionários Musk e Bezos para a construção do módulo lunar até o lançamento do foguete SLS, que segue consumindo verbas federais até que uma empresa privada se comprometa a assumir o controle de sua fabricação e operação nos próximos anos.
O que há de real por trás do Artemis
Enquanto isso, inspetor-geral da NASA permaneceu cético quanto à possibilidade lançar as três primeiras missões Artemis em seus cronogramas prometidos, chamando-a de “altamente improvável”. Em um relatório ele também estimou que a NASA gastou US $ 37,2 bilhões até agora, um total que chegará a US $ 86 bilhões até o final do ano fiscal de 2.025. Paul Martin, que é o inspetor-geral desde 2009, adverteu há alguns meses que a programação parecia irreal. O ceticismo cercou o prazo de 2024 desde o início, tanto por razões técnicas quanto orçamentárias. Em resposta a um anúncio do Artemis, a deputada Eddie Bernice Johnson , democrata do Texas e presidente do Comitê de Ciência, Espaço e Tecnologia da Câmara que supervisiona a NASA, disse que “não há chance realista de retornar astronautas à Lua em 2024”.
Nelson dobrou o propósito (oficial) maior e abrangente do Artemis para não apenas de pousar os homens na Lua, mas, como ele explicou, “inspirar a próxima geração”. “A NASA está empenhada em expandir os limites do que sabemos ser possível. As missões Artemis transformarão a ficção científica em fato científico”, disse Nelson. “Faremos novas descobertas, avançaremos tecnologias e aprenderemos a viver e trabalhar em outro mundo. E faremos isso o tempo todo inspirando a próxima geração de cientistas, engenheiros, exploradores e outros STEM [ciência, tecnologia, engenharia profissionais da matemática]: as gerações Artemis “, acrescentou.
O propósito real do Artemis é gerar empregos e manter o complexo industrial envolvido no programa recebendo suas verbas bilionárias, numa novela que vem se arrastando há pelo menos 15 anos.
Para o pouso lunar, os americanos precisa de sua nave Orion pronta para o voo de transbordo entre a Terra e a órbita lunar
Nelson disse que essas três primeiras missões, as duas primeiras sendo voos de teste, são apenas o começo, e que pretende ajudar a manter a competitição no espaço. Embora a SpaceX seja a única empresa que atualmente tem um contrato para construir um módulo de pouso lunar, “o Congresso deixou claro que deve haver competição para mais de dez pousos na Lua no futuro”, disse Nelson. “Haverá necessidade de um aumento significativo no financiamento dessa competição. E isso vai começar com o orçamento de 2023”.
“Não tive vergonha de afirmar isso. E declarei [isso] publicamente várias vezes”, disse Nelson sobre a pressão para aumentar o financiamento para financiar a concorrência no desenvolvimento de tecnologia como o HLS. “Precisamos, para uma competição completa – que o Congresso fez, em termos inequívocos, sua não apenas preferência, mas seu forte desejo de haver uma competição para o eventual módulo lunar.” Ele acrescentou que isso implicaria em um orçamento de cerca de US $ 5,7 bilhões ao longo de cerca de seis anos.
A estação espacial orbital lunar Gateway, que deveria estar pronta antes do primeiro pouso tripulado, só será construída nos anos subsequentes ao planejado pouso inaugural do Artemis na Lua
Nelson, um ex-astronauta (não profissional, que voou no espaço apenas para assegurar verbas para a agência no congresso nos conturbados anos 80) e senador dos EUA nomeado pelo presidente Joe Biden para liderar a agência espacial, disse (desta vez corretamente) que os atrasos causados pela pandemia do COVID-19 também desempenharam seu papel. A NASA já tinha como objetivo lançar as naves tripuladas à superfície lunar em 2028, depois de colocar a estação espacial “Gateway” em órbita ao redor da Lua em 2024. Mas o governo Trump, em um pronunciamento surpresa de 2019 do então vice Mike Pence, estabeleceu um prazo para colocar os americanos de volta à Lua em cinco anos “por qualquer meio necessário”. Na época, Pence disse que os Estados Unidos estavam em uma nova “corrida espacial”, pegando emprestado o vocabulário da Guerra Fria dos anos 1960, para combater as capacidades de armamento espacial em potencial da Rússia e da China.
Um dos desenhos para o Gateway
‘Ameaça’ chinesa
Nelson, retomando o mesmo argumento que Pence usara no passado, disse que o programa espacial da China, que incluiu a exploração robótica da superfície lunar e de Marte, continua sendo um ímpeto para o projeto Artemis. “Seremos tão agressivos quanto pudermos, de maneira segura e tecnicamente viável, para vencer os concorrentes na Lua”, disse ele. Desde 2020, a NASA lançou três tripulações de astronautas a bordo de foguetes da SpaceX para a Estação Espacial Internacional, com uma quarta missão (Crew-3) devendo decolar hoje à noite.
Bill Nelson só agora percebeu que a China é um competidor no espaço
Além de “fomentar a competição entre as empresas americanas”, Nelson acrescentou que a necessidade de um aumento no orçamento leva em consideração a competição chinesa. “Estamos enfrentando um programa espacial chinês muito agressivo e bom, disse Nelson.” O programa chinês mostra ser cada vez mais capaz de pousar taikonautas [na Lua] muito mais cedo do que o esperado originalmente. ” Nelson destacou as conquistas recentes da China, incluindo colocar em órbita o primeiro módulo de sua nova estação espacial Tiangong, enviar astronautas para permanecer a bordo dessa estação, dar continuidade às missões lunares robóticas e a Marte: “Temos todos os motivos para acreditar que temos um concorrente, e um concorrente muito agressivo, com os chineses chegando à Lua com taikonautas “, disse Nelson.” E é a posição da NASA, e eu acredito que do governo dos Estados Unidos, de chegar lá depois de mais de meio século. “
A sonda espacial chinesa Chang’e 5 completou a primeira missão de retorno de amostras lunares em 40 anos no ano passado, um feito conseguido até a data somente pela União Soviética
Sob o último quadro delineado por Nelson, a primeira missão Artemis, um vôo de teste da nave Orion e o novo foguete de carga pesada do Sistema de Lançamento Espacial que a lançará, deve decolar em fevereiro de 2022. O primeiro vôo tripulado do sistema SLS-Orion chegaria o mais tardar em maio de 2024, numa missão que levaria astronautas cerca de 64.000 km além da Lua – mais longe do que jamais voaram.
Ele disse que o pouso inicial do Artemis, agora esperado não antes de 2025, também seria precedido em alguma data não especificada por um pouso sem tripulantes. A NASA disse que o primeiro pouso tripulado na Lua incluirá pelo menos uma mulher, com “uma pessoa de cor” (como a NASA chama os negros) nessa missão ou na próxima. Ambos seriam “os primeiros”.
A raiz do problema: Constellation
Em 14 de janeiro de 2004, o presidente George W. Bush solicitou que a NASA desenvolvesse uma proposta para a exploração espacial tripulada contínua após a conclusão da Estação Espacial Internacional e a retirada planejada do programa do ônibus espacial em 2010. Esta proposta era para ser um maneira de “estabelecer uma presença humana prolongada na Lua” para “reduzir enormemente os custos de exploração espacial posterior.” Incluído nisso estaria a “colheita e processamento do solo lunar em combustível para foguetes ou ar respirável”. De acordo com Bush, a experiência adquirida pode ajudar a “desenvolver e testar novas abordagens, tecnologias e sistemas” para iniciar um “curso sustentável de exploração de longo prazo.
A NASA estimou que o orçamento original custaria US $ 230 bilhões (em dólares de 2004) até 2025, incluindo o programa de subcontratos ara missões privadas de carga e tripuladas, o Commercial Crew and Cargo, separado do Constellation. No entanto, desafios técnicos e de design não resolvidos tornaram impossível fornecer uma estimativa conclusiva.
Módulo lunar Altair proposto para o Constellation
Ao assumir o cargo, em 2008, o presidente Obama declarou que o Constellation estava “acima do orçamento, atrasado e com falta de inovação”. Uma revisão concluiu que custaria na ordem de US $ 150 bilhões para o Constellation atingir seu objetivo se obedecesse ao cronograma original. Outra revisão em 2009, indicou que nem um retorno à Lua nem um vôo tripulado a Marte estava dentro do orçamento da NASA, segundo indicado pelo Painel Augustine – um grupo liderado pelo ex-chefe da Lockheed Martin, Norm Augustine, nomeado pela Casa Branca com a tarefa de reavaliar os objetivos de exploração espacial tripulada.
Obama organizou uma Conferência Espacial em abril de 2010, na Flórida. Isso ocorreu em um momento em que a administração estava sendo criticada consideravelmente por deixar o Constellation fora do orçamento de 2011. Na conferência, Obama e altos funcionários, bem como líderes da industria espacial, discutiram o futuro dos esforços dos EUA em voos espaciais e revelaram um plano que seguiu a opção “Caminho flexível para Marte” do painel Augustine, ao modificar a proposta anterior do presidente democrata para incluir o desenvolvimento contínuo da nave Orion como um sistema de transporte auxiliar para a ISS e definir o ano de 2015 como o prazo final para o projeto do novo veículo de lançamento superpesado – o SLS. Em outubro, o projeto de lei de autorização da NASA para 2010 foi assinado com a lei que cancelou o Constellation. No entanto, a legislação anterior manteve os contratos em vigor até a aprovação de uma nova lei de financiamento para 2011.
Os foguetes Ares, do Constellation, se transformariam no SLS de hoje em dia
Depois de analisar o relatório do Painel Augustine e seguir um depoimento no Congresso, a administração Obama decidiu excluir o Constellation do orçamento federal de 2011 dos Estados Unidos. Em 1º de fevereiro de 2010, a proposta de orçamento do presidente foi divulgada, que não incluía nenhum dinheiro para o projeto, e se tornou lei em 15 de abril de 2011.
No dia em que Casa Branca cancelou o Constellation, o mesmo Bill Nelson que hoje comanda a NASA (na época senador pela Flórida) escreveu em um comunicado que Obama estava ” arruinando vagarosamente os empregos perdidos nos ônibus espaciais, arriscando perder a liderança dos EUA no espaço para a China e a Rússia, e depender demais de empresas comerciais não comprovadas.” Meses depois, em outubro, Nelson disse em um discurso que o presidente havia garantido a ele que a NASA receberia dinheiro dos fundos de estímulo que sobraram. “Também pedi a ele que ajudasse a minimizar as perdas de empregos após a aposentadoria do ônibus espacial, em parte, transferindo outros trabalhos relacionados à NASA para o Cabo Canaveral. Ele me garantiu que a NASA obterá dinheiro suficiente para fazer o que faz de melhor: explorar os céus ”.
Obama cancelou o Constellation, parou o programa lunar e redirecionou verbas da NASA; não se sabe se o bem-sucedido programa de carga e tripulação comercial foi ‘devido’ ou ‘apesar’ dele.
Nelson tinha (e ainda tem) sua base eleitoral na Flórida, e como quase todo sendor americano, transforma verbas federais em abertura de frentes de trabalhos em seus estados, garantindo os votos da próxima eleição.
O presidente cortou ou abandonou 120 programas do governo para ajudar a controlar o déficit dos EUA – entre eles o financiamento da administração espacial – como parte do orçamento então de US $ 3,8 trilhões. Obama cancelou o Constellation e pousos em Marte até meados do século. O orçamento também significou o fim do sucessor space shuttle, o foguete Ares 1, que já custara bilhões de dólares para ser desenvolvido.
O projeto incluiria também o gigante Ares V, destinado a lançar as peças cruciais do plano de voo lunar. Com tecnologia herdada do space shuttle – como é hoje o SLS, os foguetes Ares seriam o novo meio de acesso dos astronautas americanos ao espaço.
O Ares V foi projetado para colocar em órbita o módulo lunar Altair de 51 toneladas junto com o Estágio de Partida da Terra (Earth Departure Stage EDS). Um Ares I menor, posteriormente, lançaria uma espaçonave Orion tripulada por quatro astronautas. A Orion iria se encontrar e acoplar com o conjunto EDS / Altair, formando uma estrutura de 201 toneladas . O EDS, que teria gasto cerca de 150 toneladas de propelente durante sua ascensão a órbita terrestre baixa, e queimaria então suas 100 toneladas restantes de propelente para enviar a Orion e o Altair em direção à Lua. O Ares V chegou perto de finalmente realizar o conceito há muito considerado de um lançador pesado “derivado do ônibus espacial” – o que foi realizado com o SLS.
Em vez disso, o governo pediu US $ 6 bilhões a serem gastos ao longo de cinco anos para desenvolver uma nave comercial para transportar astronautas em órbita – dentro o Commercial Crew and Cargo das administrações anteriores. Tal movimento marcou uma mudança radical na forma como a NASA funcionava, forçando-a a depender de empresas privadas para projetar e fabricar espaçonaves. Hoje, a agência depende da SpaceX para lançar seus astronautas à estação espacial internacional enquanto despende verbas bilionárias na nave Orion – que por sua vez depende do seu módulo de serviço produzido na Europa.
Na época do fim do Constellation, Michael Griffin, um ex-administrador da NASA que defendia o programa, disse que o orçamento impediria os EUA de ser “um jogador significativo no vôo espacial humano no futuro previsível”. “O caminho que eles estão percorrendo com esse orçamento é uma atitude que não pode funcionar.” Embora empresas comerciais como a SpaceX e a Orbital Sciences tenham um papel a desempenhar no vôo espacial, elas não estavam prontas para colocar os astronautas em órbita, disse ele. Griffin estava certo: das três empresas contratadas para desenvolver naves tripuladas comerciais, apenas uma – a SpaceX – conseguiu este feito, e somente dez anos depois do fim do Constellation. Ao mesmo tempo, os americanos prosseguiram com o trabalho na nave espacial governamental Orion.
O dinheiro economizado com a suspensão do Constellation seria usado para “financiar missões espaciais robóticas, para ajudar empresas comerciais a desenvolver espaçonaves tripuladas e para desenvolver novas tecnologias de motores que poderiam levar astronautas além da órbita terrestre e no espaço profundo”. Foi esse dinheiro que serviu para financiar o desenvolvimento das naves espaciais da SpaceX de Musk, da Boeing e Lockheed, esta última uma mais corruptas empresas privadas dos Estados Unidos.
Deng Qingming é o único taikonauta do grupo original em atividade
Por ZHAO LEI | China Daily
Deng Qingming em seu traje espacial ‘Sokol’ chinês
Enquanto muitos chineses comemoravam a última caminhada espacial do país, na qual Wang Yaping se tornou a primeira mulher ‘caminhante espacial’ da China entre a noite de domingo e na manhã de segunda-feira, eles também estavam pensando nos heróis por trás das grandes conquistas da indústria espacial chinesa. Deng Qingming, o único membro atualmente em serviço do primeiro grupo de astronautas da China que ainda não participou de um vôo espacial, é um desses heróis e recentemente se tornou uma figura popular nas redes sociais, à medida que os internautas chineses mostram respeito e gratidão a ele.
Nos site Sina Weibo e WeChat, principais plataformas de serviço de microblog na China, postagens sobre Deng, um membro de 55 anos da Divisão de Astronautas do Exército de Libertação do Povo, aumentaram desde meados de outubro, quando a China lançou seu último vôo tripulado – a Shenzhou 13- para sua estação espacial Tiangong. Bloggers compartilharam a história de Deng ou postaram reportagens na mídia sobre o veterano astronauta para saudá-lo. As postagens eram geralmente seguidas de comentários como “Eu realmente gostaria que ele pudesse realizar seu sonho”, “Respeito a este guerreiro implacável” ou “Ele é meu herói”.
O principal programa de notícias diárias da China Central Television, Xinwen Lianbo, também publicou um pequeno videoclipe em suas várias plataformas de mídia social para homenagear Deng, dizendo que ele é um modelo de perseverança e devoção. Deng, que nasceu em uma família de agricultores no condado de Yihuang, na província de Jiangxi, em março de 1966, tem quatro irmãos e irmãs mais novos.
“Meus pais não tinham uma educação esmerada, mas sempre me disseram para estudar muito e ser honesto, quando eu era pequeno. Sempre me lembro de suas esperanças para mim”, disse ele ao China Daily em uma entrevista no Centro de Astronautas da China no noroeste de Pequim. Estudante diligente, Deng ingressou na Força Aérea do PLA em junho de 1984 e começou a treinar como piloto em uma escola de voo na província de Hebei.
Depois de se formar em novembro de 1987, o jovem piloto foi designado para um regimento de caça a jato na província de Jilin. Em 1996, Deng começou a participar da seleção de candidatos a astronautas pela Força Aérea do PLA e foi finalmente selecionado com outros treze aviadores. Esses catorze pilotos se tornaram os primeiros membros da Divisão de Astronautas do PLA em janeiro de 1998.
Esse primeiro grupo incluiu Yang Liwei, o primeiro chinês enviado ao espaço em 2003, Zhai Zhigang, que conduziu sua segunda caminhada espacial no domingo, e Nie Haisheng, que retornou da missão Shenzhou 12 em setembro.
Nos anos seguintes, Deng dedicou quase todo o seu tempo ao treinamento e mal teve tempo para cuidar dos assuntos familiares. “Naqueles anos, minha esposa teve que realizar todas as tarefas familiares e cuidar da educação de nossa filha. Ela sempre apóia minhas escolhas. Eu devo muito a ela”, disse Deng.
Embora Deng não tenha medido esforços para lutar por uma oportunidade de voar para o espaço, ele sempre esteve a centímetros de uma oportunidade. Ele foi selecionado para a tripulação reserva para as missões Shenzhou 6, 10 e 11, mas ainda não conseguiu chegar ao espaço.
A filha do astronauta, Deng Manqi, foi selecionada como membro do programa espacial tripulado da China após sua graduação na universidade em 2012 e começou a trabalhar no Centro de Controle Aeroespacial de Pequim. Em junho de 2013, pai e filha estavam no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste da China, preparando-se para a missão Shenzhou 10. Deng esteve fora de casa por quase um ano devido ao treinamento intenso e estava sob quarentena médica como membro da tripulação de reserva.
Ele relembrou: “Tínhamos que nos ver através da cerca do lado de fora do complexo residencial dos astronautas. Minha filha me disse: ‘Pai, você está a apenas um passo de realizar seu sonho. Você deve manter o seu sonho, não importa o que espera por você ‘. “
Em uma carta ao pai, Deng Manqi o descreveu como “um homem que se dedica à pátria e aos empreendimentos espaciais do país, e o maior herói em meu coração”. Em janeiro de 2014, cinco membros do primeiro grupo de astronautas chineses – Li Qinglong, Wu Jie, Chen Quan, Pan Zhanchun e Zhao Chuandong – se aposentaram do serviço ativo na Divisão de Astronautas do PLA.
“Lembro-me claramente do que Chen me disse na cerimônia de aposentadoria: ‘Não importa se você participa de um vôo ou continua sendo um reserva, Deng, continue tentando o seu melhor e não desista'”.
Um dos quatro paraquedas recusou-se a abrir até poucas dezenas de metros acima da água
Os astronautas da NASA Shane Kimbrough e Megan McArthur, o astronauta da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão Akihiko Hoshide e o astronauta da Agência Espacial Europeia Thomas Pesquet pousaram com segurança no Golfo do México em sua nave Crew Dragon C206 Endeavour , na costa de Pensacola, Flórida , às 22h33 EST (00:33 Brasília) após 199 dias no espaço. O retorno quebrou o recorde do vôo espacial mais longo de uma espaçonave tripulada dos EUA e conclui o fim da segunda missão de rotação para a Estação Espacial Internacional das naves da série Crew Dragon desenvolvida em parceria entre a NASA e a SpaceX como parte do Programa de Tripulação Comercial. A duração do voo foi estimada em 199 dias 17 horas 43 min e 43s.
Equipes do navio de recuperação Go Navigator, incluindo dois barcos rápidos, protegeram a cápsula e garantiram que a nave estivesse segura para o trabalho de içamento . À medida que as equipes do barcos rápidos concluiam seu trabalho, o Go Navigator se posicionou para içar a nave para o convés principal com os astronautas a bordo. Uma vez no convés principal, a tripulação foi retirada da espaçonave e passou pelos exames médicos antes de seguirem de helicóptero para Pensacola para então embarcar em um avião para Houston.
Paraquedas- todos finalmente abertos
Kimbrough
A missão SpaceX Crew-2 foi lançada em 23 de abril em um foguete Falcon 9 do Kennedy Space Center na Flórida e acoplada na porta frontal IDA-2 do módulo Harmony da estação espacial em 24 de abril, quase um dia após a decolagem. Ao longo de sua missão, os astronautas contribuíram para uma série de atividades de pesquisa e manutenção e demonstrações de tecnologia, além de quatro caminhadas espaciais e vários eventos de engajamento público a bordo do laboratório orbital.
Eles estudaram como as chamas gasosas se comportam na microgravidade, cresceram ‘chiles’ verdes na estação Plant Habitat Facility, instalaram assistentes robóticos de vôo livre e colocaram óculos de realidade virtual para testar novos métodos de exercícios no espaço, entre outras atividades científicas. Os astronautas contribuíram com centenas de fotos da Terra como parte da investigação Crew Earth Observation, uma das pesquias mais antigas a bordo da estação espacial, que contribui para o rastreamento de desastres naturais e mudanças ambientais.
Pesquet
McArthur
Kimbrough completou um total de 388 dias no espaço durante três voos espaciais; ele conduziu três caminhadas espaciais durante esta missão para um total de nove em sua carreira. Foi o segundo vôo espacial de McArthur e o primeiro dela à estação espacial, registrando 212 dias no espaço. Foi o terceiro vôo espacial de Hoshide, elevando seu tempo total no espaço para 340 dias; ele conduziu uma caminhada no espaço com um total de quatro em sua carreira. Pesquet conduziu quatro caminhadas espaciais, para um total de seis durante seus dois voos espaciais, totalizando 395 dias, o maior número de dias no espaço para um astronauta da ESA. A caminhada espacial de Hoshide e Pesquet em 12 de setembro foi a primeira na história da estação espacial que não incluiu um americano ou russo – sem contar as chinesas.
Hoshide
Astronautas descem pou uma rampa e são colocados em cadeiras reclináveis
Problema nos paraquedas
Uma vez içados ao convés do navio de resgate GO Navigator, os quatro tripulantes foram auxiliados para sair pela escotilha e foram colocados em cadeiras reclináveis para maior conforto, enquanto acenavam para os presentes.
A NASA asseverou que o pouso foi perfeito, sem descer a detalhes do problema ocorrido com o paraquedas que recusou-se a abrir até o último momento. Engenheiros da Airborne North American, fabricante dos paraquedas, deverão se debruçar sobre os sistemas de velames e cordames para decobrir a razão da falha no funcionamento, que levou à abertura tardia do quarto velame.