Soyuz MS-22 volta à Terra com sucesso

Nave que sofreu pane voltou sem tripulantes; desempenho foi “melhor do que o esperado”

A cápsula desce de paraquedas ventilando peróxido de hidrogênio do sistema de controle de reentrada e descartando o escudo de calor

A nave espacial russa Soyuz MS-22 (máquina 11F732A48 n° 751, “K. E. Tsiolkovsky”) retornou da estação espacial internacional, pousando sem tripulantes em 28 de março de 2023 às 14:45:58 hora de Moscou – 08:45:58 de Brasília; A nave havia desengatado da ISS às 06:58, horário de Brasilia. A Soyuz, que pousou a sudeste da cidade cazaque de Zhezkazgan, estava com o sistema de controle de temperatura do compartimento de instrumentos em pane, e mesmo assim foi usada para o retorno de cargas a fim de testar os sistemas em situação extrema. Os engenheiros russos estavam confiantes o suficiente para armazenar na cabine as cargas e resultados de experimentos conduzidos em órbita pelos cosmonautas.

O veículo de descida (SA) foi separado do compartimento de habitação (BO), onde foram colocados dejetos, e do compartimento de montagem de instrumentos (PAO). O BO e o PAO queimaram nas camadas densas da atmosfera durante a reentrada. Ao entrar na atmosfera, o veículo de descida iniciou a frenagem aerobalística. Como resultado, uma nuvem de plasma com temperatura de cerca de 2.000 graus se formou ao seu redor, razão pela qual a nave parece queimada após o pouso. Tendo desacelerado nas densas camadas da atmosfera, a cápsula abriu os pára-quedas (estabilizador, extrator e principal) e descarregou peróxido de hidrogênio residual conforme o planejado. Os motores de pouso suave DMP dispararam antes do toque com o solo. O veículo de descida tem seu próprio circuito de refrigeração, e este foi testado no regresso.

Na cabine estavam 218 kg de carga – os resultados de experimentos científicos Neuroimunidade, Biomag-M, Fotobiorreator, impressora 3D e outros (experimento Cascade no cultivo de microrganismos da cultura de cogumelos e o experimento da estação e os resultados do experimento Probiovit para criar uma bebida probiótica no espaço irão para a Terra); Equipamentos da ISS para análise ou reutilização, incluindo módulos de navegação, lâmpadas, câmeras de TV, bateria, carregador, bombas de reserva e mangas de um traje espacial Orlan-MKS (e uma bateria do escafandro que foi descarregada durante a caminhada espacial dos cosmonautas Oleg Artemiev e Denis Matveev em agosto do ano passado). Máscaras de gás e amostras de água condensada também retornaram, bem como equipamentos da espaçonave Soyuz MS e dos sistemas de comunicação de banda larga, equipamentos de bordo, ar condicionado, regeneração de água da urina e suprimento de oxigênio.

Nave se saiu melhor do que o esperado

“O regime térmico da espaçonave Soyuz MS-22 funcionou melhor do que nos piores cálculos feitos por especialistas” – Sergey Krikalev, diretor executivo da Roscosmos para programas espaciais tripulados, disse a repórteres. “Foram feitas estimativas de como o regime térmico iria mudar nos diferentes compartimentos, diferentes elementos do equipamento estrutural. Como de costume, as estimativas são feitas com uma certa margem, e o pior caso foi considerado. Queríamos ver como o pior caso calculado diferia do real. Até agora, os resultados mostram que o desempenho foi melhor do que o pior simulado”, disse Krikalev.

Equipes do Departamento Militar abrem a escotilha da cápsula

A Soyuz MS-22, batizada em homenagem ao cientista russo Konstantin Tsiolkovsky, partiu para a ISS em 21 de setembro de 2022 levando os cosmonautas Roskosmos Sergei Prokopiev e Dmitry Petelin e o astronauta da NASA Franco Rubio. O lançamento foi o primeiro sob o acordo entre a Roscosmos e a NASA para realizar voos cruzados. Em 15 de dezembro a Soyuz MS-22 sofreu uma despressurização do contorno externo do radiador do sistema de controle térmico. Depois de analisar a situação, a comissão estatal decidiu desacoplar a nave danificada em modo não tripulado e trazer Prokopyev, Petelin e Franco Rubio, cuja missão foi estendida, na espaçonave Soyuz MS-23. Especialistas na indústria espacial realizaram testes e chegaram à conclusão de que a Soyuz MS-22 foi danificada como resultado de um “impacto esporádico de meteoroide”.

Cerca de duzentos especialistas em resgate e um grupo de aviação composto por doze helicópteros Mi-8MTV5-1, além de aeronaves An-12 e An-26, monitorariam o pouso da descida da Soyuz. Mais de vinte unidades de equipamentos terrestres normalmente são envolvidas, incluindo seis veículos modernizados de busca e recuperação PEM-1 e PEM-2 Sinya Ptitsa.

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Autor: homemdoespacobrasil

Astronautics

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