Rússia e EUA teriam plano de contingência para a ISS

Proposta que circula extraoficialmente envolveria lançar Soyuz MS-23 com apenas um tripulante

Nave espacial Soyuz MS

Correm versões em diversas fontes que NASA e a Roskosmos decidiram trazer de volta a tripulação internacional da nave Soyuz MS-22, lançada em setembro passado, composta pelos cosmonautas Sergey Prokopiev, Dmitry Petelin e pelo astronauta da NASA Francisco Rubio em duas etapas, usando também uma nave americana como parte do plano. A agência espacial russa anunciou no domingo, 8 de janeiro de 2023, que a decisão deve ser anunciada no dia 11, oficialmente, mas jornalistas informam que o plano incluiria a redução das tripulações dos próximas naves dos EUA e da Rússia, respectivamente da próxima Crew Dragon e da Soyuz MS-23. A Soyuz MS-22 sofreu um vazamento no sistema de termorregulação em dezembro passado e sua capacidade de retornar à terra com segurança está em dúvida. Aqui está o que relatam o especialista Ilya Kharlamov e o jornalista Anatoly Zak (proprietário do site RussianSpaceWeb):

A decisão teria sido tomada com base nos seguintes fatos: Prokopiev, Petelin e Rubio foram chegaram à ISS pela nave Soyuz MS-22, mas agora esta espaçonave está danificada e não pode trazê-los de volta à Terra. As espaçonaves russas Soyuz são equipadas para três assentos, e as americanas Crew Dragons são de quatro. Segundo o que se comenta, não é desejável que uma Soyuz MS voe no modo não-tripulado, pois o sistema de acoplamento automático Kurs pode sofrer panes – por isso, segundo eles, é necessário ter pelo menos um cosmonauta a bordo [*]. Ademais, Rubio, Prokopiev e Petelin têm trajes espaciais russos Sokol, que não são compatíveis com a nave americana – nela os trajes espaciais são privados, americanos.

A nave Soyuz é composta por três compartimentos. O circuito do radiador está na parte branca do compartimento de montagem instrumentos PAO; O veículo de descida (ou cápsula) é a parte que retorna à Terra com a tripulação. O compartimento de habitação BO é usado para levar cargas, abrigar o banheiro e servir de área extra.

A solução seria a seguinte: A Soyuz MS-22 retornaria em modo não tripulado. Como sua termorregulação está prejudicada, o pouso pode não ser bem-sucedido. Já espaçonave Soyuz MS-23, que deveria decolar em março, decolaria um mês antes, em fevereiro. A bordo estará um cosmonauta solitário, Oleg Kononenko. Os outros dois assentos ficarão vazios para que os cosmonautas Prokopiev e Petelin possam retornar à Terra depois de seis meses no espaço junto com Kononenko. O astronauta americano Rubio retornará na nave Crew Dragon. Mas, para esse fim, a próxima nave americana voará com três, não quatro, pessoas a bordo. O cosmonauta russo Andrey Fedyaev, que tinha assento reservado, terá que esperar pela próxima oportunidade. O assento permanecerá vazio e haverá apenas um traje espacial americano, que Rubio pode vestir para retornar à Terra na nave da SpaceX. Como resultado, os membros russos da tripulação do Soyuz MS-22 retornarão à Terra em um nave russa e os americanos em uma nave americana.

[*] – Apesar de terem ocorrido falhas ocasionais do sistema automático, sempre que uma nave Soyuz foi lançada para fazer uma acoplagem sem tripulantes, o resultado foi bem-sucedido (Kosmos 186/ 188, Kosmos 212/213, Soyuz 20, Soyuz 34, Soyuz T-1, Soyuz TM-1 e Soyuz MS-14; as três primeiras usaram o antigo sistema Igla, e as outras, o Kurs); Exceção feita à Soyuz 2, lançada sem tripulantes para se acoplar à Soyuz 3 tripulada por um cosmonauta – mas neste caso ela estava em modo passivo. Há quase quatro décadas, em 1979, a nave de transporte Soyuz 32, que estava acoplada na estação orbital Salyut 6 com os cosmonautas Vladimir Lyakhov e Valery Ryumin, foi considerada “insegura” para reentrada devido a uma possível falha do motor principal depois que a nave-visitante Soyuz 33 (com uma tripulação internacional soviético-búlgara) apresentou defeito no seu motor; A missão de visita seguinte (URSS-Hungria), foi cancelada e no seu lugar a nave Soyuz 34 foi enviada sem tripulação, com motores revisados, acoplada automaticamente à Salyut e finalmente trouxe Lyakhov e Ryumin de volta normalmente em agosto daquele ano após um recorde de 175 dias voo na Salyut 6. (A Soyuz 32, com os motores ‘suspeitos’, foi desacoplada em modo automatico e voltou à Terra desocupada, pousando normalmente).

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Autor: homemdoespacobrasil

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