Americanos instalam mais um painel solar extra na ISS

Cassada e Rubio passaram sete horas no espaço aberto instalando o ‘iROSA’

Josh Cassada trabalhando junto à treliça ‘truss’ que suporta os paineis solares da estação

Dois dos engenheiros de vôo americanos da Expedição 68 da Estação Espacial Internacional, Josh Cassada e Frank Rubio, da NASA instalaram mais um bloco de painéis solares extras na estrutura de suporte do segmento americano, hoje, 22 de dezembro de 2022. A repressurização da câmara estanque Quest encerrou a caminhada espacial às 15h27 horário do leste, ou 20:27 UTC (17:27 Brasília), com duração total de 7 horas e 8 minutos. Cassada e Rubio instalaram o ‘Painel Solar Roll-Out da ISS’ (iROSA – ‘roll out’ significando desfraldável, como uma ‘língua de sogra’) no canal de energia 4A na seção esquerda “P4” da Integrated Truss Structure.

O painel iROSA sendo estendido, em frente ao painel antigo

Decorrida cerca de uma hora de atividade, Cassada liberou os dispositivos antirrotação do iROSA que o mantinham no lugar. Rubio protegeu os cabos de energia que seriam conectados assim que o iROSA estivesse no lugar e certificando-se de que o sistema de captura suave estivesse pronto para sua instalação.

Os iROSAs aumentarão a capacidade de geração de energia em até 30%, aumentando a potência total disponível de 160 para até 215 quilowatts. Cassada e Rubio estão no meio de uma missão de seis meses trabalhando a bordo do laboratório de microgravidade “para avançar o conhecimento científico e demonstrar novas tecnologias para futuras missões de exploração tripulada e robótica, incluindo missões lunares através do programa Artemis”, segundo repete o corolário espacial americana em todo despacho sobre as atividades a bordo.

Imagem de TV da câmera de capacete
Resumo da atividade

Reunião entre executivos da NASA e Roskosmos sobre o vazamento na Soyuz

Enquanto a EVA de quinta-feira estava em andamento, o gerente do programa da estação espacial da NASA, Joel Montalbano, e o diretor executivo da Roskosmos para voos espacial tripulado, Sergei Krikalev, participaram de uma teleconferência de áudio. Os dois executivos espaciais discutiram a investigação em andamento do vazamento detectado na nave da tripulação Soyuz MS-22.

Não foi meteoro

Krikalev disse: “após uma análise extra, descobrimos que a penetração do radiador aconteceu de uma direção diferente” – excluindo a possibilidade de impacto por micrometeoro. Além disso, o executivo disse que “… o dano na superfície da placa do radiador é de cerca de quatro milímetros de diâmetro e o dano no tubo de refrigeração é inferior a um milímetro. Mas a cratera externa tem cerca de quatro milímetros de diâmetro.” As equipes terrestres continuam avaliando dados e opções para o retorno seguro da tripulação à Terra. Ele confirmou que, como resultado do acidente, o refrigerante havia desaparecido completamente do sistema de refrigeração.

Montalbano disse : “Eu me comunico com Sergey [Krikalev] regularmente. Também a nível operacional, temos conversas diárias”, disse ele em resposta a um jornalista. “Trocamos constantemente informações. Trabalhamos em equipe juntos, como sempre – nada mudou a esse respeito.” Já o diretor da agência espacial russa, Yuri Borisov, disse em uma entrevista à mídia oficial que a próxima Soyuz na fila, a Soyuz MS-23, pode estar pronta até 19 de fevereiro próximo, e já está em teste no Cosmódromo de Baikonur.

A Soyuz pode voar para a ISS de forma autônoma, e seria relativamente rotineiro acoplar em uma porta e então ter a Soyuz MS-22 desencaixada e retornar à Terra vazia. Montalbano acrescentou que um dos últimos temas de discussão entre as duas agências espaciais foi a reconciliação de dados sobre chuvas de meteoros. “Nós do Centro de Controle da Missão (MCC) em Houston e do TsUP em Moscou seguimos a direção das chuvas de meteoros e chegamos à mesma conclusão”, disse ele.

Cargueiro russo afastou a ISS de detritos espaciais

Na quarta-feira, 21 de dezembro, a órbita da estação espacial foi ajustada usando os motores da nave de carga Progress MS-20 para evitar uma colisão com detritos espaciais. O astrofísico Jonathan McDowell, do Jonathan’s Space Report, identificou os detritos como provenientes do lançamento de um foguete Zenit em 18 de julho de 2011 com um estágio superior Fregat, que colocou o telescópio espacial russo Spektr-R em órbita. McDowell enfatizou que os destroços não são do próprio estágio Fregat, mas de um tanque de propelente (um tanque extra em forma toroidal, instalado na base do aparelho) que foi alijado na época e se desintegrou em 8 de maio de 2020. Os motores da espaçonave, acoplada no módulo de serviço Zvezda do segmento russo da estação, foram ligados às 16:42, horário de Moscou (10:42 Brasília) por 620,6 segundos e deram um impulso de 1 m/s.

Segundo dados preliminares, após a manobra, a altitude média da órbita da ISS aumentou 1,7 km e atingiu 417,97 km. Durante todo o tempo de voo da estação, foram realizadas 330 correções de sua altitude orbital, incluindo 179 com a ajuda das espaçonaves Progress.

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Autor: homemdoespacobrasil

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