Superfoguete SLS teve problema no abastecimento

A NASA cancelou outra tentativa de lançamento do foguete lunar SLS número 1 da missão Artemis I na manhã de hoje, sábado 3 de setembro de 2022, após várias tentativas malsucedidas de conter um vazamento de hidrogênio líquido. A agência espacial anunciou que pretende fazer nova tentativa em outubro o mais cedo possível, possivelmente nos dias 17 ou 19 no meio da noite em horário EDT, ou entre os dias 17 e 31. O anúncio oficial do adiamento pelo diretor de lançamento Charlie Blackwell-Thompson veio por volta das 11h19 ET (12:19 hora de Brasília). O administrador da NASA, Bill Nelson, confirmou que se o foguete precisar ser revertido para seu prédio de montagem VAB, uma nova tentativa de lançar a missão lunar pode não acontecer até meados de outubro, no mínimo. Mais tarde, a NASA organizou uma entrevista coletiva sobre o incidente com o administrador Nelson, o administrador associado da Diretoria de Missão de Desenvolvimento de Sistemas de Exploração Jim Free e Mike Sarafin, gerente da missão. Nelson disse que será prudente e não apressará o lançamento, garantindo que todos os sistemas funcionem. “O vazamento de hidrogênio foi um ‘grande vazamento’ que persistiu apesar dos vários esforços para resolver o problema”, disse Mike Sarafin. Houve uma sobrepressurização inadvertida da linha de hidrogênio durante o resfriamento. “Não posso descartar o encaixe de desconexão rápida, que está sujeito mostrar alguns efeitos disso, mas é muito cedo para dizer.” Jim Free explicou que se o sistema de terminação de voo FTS fosse reconfigurado e o vazamento pudesse ser reparado na plataforma, ainda seria necessário analisar os problemas relacionados à vida útil da nave Orion para decidir se seria melhor devolver o lançador ao prédio VAB – o que acabou sendo escolhido.
O vazamento de hidrogênio foi notado pela primeira vez esta manhã, logo após o foguete começar a ser abastecido com hidrogênio líquido. A NASA disse que o vazamento “se desenvolveu no lado da alimentação da desconexão rápida de 8 polegadas ao tentar transferir combustível para o foguete”. A equipe fez três tentativas de soluçionar o problema, mas um vazamento foi detectado após cada esforço para corrigir o problema. Após a terceira vez, os engenheiros recomendaram que o lançamento não fosse permitido. Logo depois, o diretor Blackwell-Thompson, decidiu cancelar a tentativa. A agência espacial então anunciou que tem disponibilidade para o lançamento entre 17 e 31 de outubro. Se conseguir consertar o vazamento de hidrogênio, a agência espacial poderia, em teoria, tentar novamente na segunda-feira. Uma janela de lançamento de 90 minutos seria aberta às 17h12 EST. Se a agência adiasse para terça-feira, teria apenas uma janela de 24 minutos que abriria às 18h57, EDT.
O SLS deve ser um dos “cavalos de batalha” do programa Artemis. Para esta missão ele é encarregado de lançar a espaçonave Orion não tripulada ao redor da Lua. Em missões futuras, a NASA tentará colocar seus astronautas na superfície lunar usando o SLS, a Orion e equipamentos adicionais. O primeiro esforço para lançar este foguete teve que ser adiado na manhã de segunda-feira depois que um sensor indicou que um dos quatro motores do estágio central (‘core stage’, ou CS-1) não parecia estar esfriando à temperatura adequada de aproximadamente -270° C. Depois de estudar e solucionar o problema, as autoridades disseram que estava claro que o motor estava realmente funcional e que um sensor estava dando uma leitura de temperatura falsa. “Sabemos que tínhamos um sensor ruim”, disse John Honeycutt, gerente de programa do foguete no Marshall Space Flight Center em Huntsville, Alabama.

Então, hoje, enquanto as equipes trabalhavam para abastecer os tanques do estágio central, detectaram repetidamente o vazamento de hidrogênio que os fez parar e iniciar o processo de abastecimento várias vezes. Após fazer as três tentativas malsucedidas de reparar o vazamento, Blackwell-Thompson acabou cancelando o lançamento.
Não foi a primeira vez que vazamentos de hidrogênio atrapalharam os esforços para abastecer este foguete. Problemas semelhantes apareceram durante os ensaios gerais e a primeira tentativa no lançamento. Funcionários da NASA estão agora estudando o problema e discutindo os próximos passos. Os críticos dizem que o programa Artemis será caro demais para ser sustentável se a NASA depender desse foguete e nave espacial, que vêm com um preço alto. O inspetor geral da agência espacial disse que cada um dos primeiros voos custará mais de US$ 4 bilhões, e isso não inclui bilhões de dólares em custos de desenvolvimento.
A missão inaugural do foguete e da nave prevê que espaçonave orbitará a Terra e, em seguida, será propelida pelo segundo estágio do foguete para entrar em uma órbita retrógrada elíptica lunar com perigeu e apogeu de 99,7 km a 64.373 km para depois retornar ao nosso planeta após cerca de 42 dias de voo.

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