Artemis I: diretoria da NASA explica o adiamento da missão

Bill Nelson: “não lançaremos até que tudo esteja certo”

Representantes da agência espacial americana explicam-se perante a imprensa

Em uma entrevista coletiva ontem, 29 de agosto de 2022, altos funcionários da NASA explicaram o motivo do adiamento do lançamento do foguete-portador lunar SLS na missão Artemis I, ocorrido na manhã. Mike Sarafin, gerente da missão Artemis, disse a repórteres após o adiamento da decolagem, que a NASA esperava tentar novamente na sexta-feira – mas tomaria essa decisão depois de passar mais tempo revisando os dados. A agência espacial americana deve dar outra atualização na noite de hoje, terça-feira, dia 30. O lançamento da missão Artemis I foi cancelado na manhã de segunda-feira, horário da Costa Leste dos EUA, devido a problemas técnicos. Um vazamento de hidrogênio foi encontrado em um dos motores do veículo lançador. Uma nova tentativa está prevista para 2 de setembro.

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“Vamos jogar todas as nove entradas aqui”[*], disse ele. “Ainda não estamos prontos para desistir.” A NASA tem datas de lançamento de reserva na sexta, dia 2 de setembro e segunda-feira, 5. Se a agência tentar lançar na sexta-feira, a previsão do tempo inicial mostra que há apenas 40% de chance de as condições serem favoráveis. Uma questão-chave na segunda-feira foi a incapacidade dos engenheiros de resfriar um dos quatro motores RS-25 do estágio central até a temperatura correta para o lançamento, circulando hidrogênio líquido, mantido a menos 217° C, através dele. Eles tentaram uma série de correções, mas nenhuma funcionou. Falando após o lançamento na TV da agência, o administrador  , Bill Nelson, disse que não “lançamos até que [tudo] esteja certo”. “Acho que é suficiente dizer que esta é uma máquina muito complicada, um sistema muito complicado, e todas essas coisas precisam funcionar”, disse ele. Adiamentos  são “apenas parte do negócio espacial e fazem parte de um voo de teste”, acrescentou. “Eles vão chegar ao fundo disso. Eles vão consertá-lo, e então vamos voar.”

Bill Nelson

Ainda assim, o atraso foi uma decepção para a agência e um revés para um programa que sofreu todos os tipos de atrasos. Durante anos, os críticos ridicularizaram o foguete como o “Sistema de Lançamento do Senado”, argumentando que ele faz mais para criar empregos nos principais distritos do Congresso do que para abrir novas fronteiras. E o atraso é mais um problema para o foguete, que lutou para concluir alguns marcos importantes de teste antes do lançamento. a agência espacial enfrentou um problema semelhante em junho, durante um teste conhecido como “ensaio molhado” (teste abastecido), quando houve um vazamento de hidrogênio líquido em uma das linhas que ligavam os suprimentos terrestres ao foguete. Sabendo que as linhas de abastecimento podem representar um problema, funcionários da NASA disseram que o momento seria um obstáculo importante a ser superado antes da decolagem. “Isso é algo que eles queriam testar durante o teste abastecido quatro (WDR 4), mas não conseguiram”, disse Derrol Nail, um porta-voz da agência espacial, durante a transmissão ao vivo da tentativa de lançamento. “Então esta foi a primeira oportunidade para a equipe ver isso ao vivo em ação. É uma questão particularmente complicada conseguir essa temperatura.” Sarafin disse que os defeitos “não apontam para um problema no motor”, mas sim nas linhas que alimentam o propelente. O problema não surgiu durante um teste de ignição dos motores no ano passado. Mas desde então, ele disse, “nós mudamos o diâmetro” de algumas das linhas que alimentam os motores e que a agência nunca teve a chance de testar totalmente essa nova configuração.

Desde abril de 2021, engenheiros da NASA montam o foguete que será lançado como parte da missão de órbita lunar. A bordo da espaçonave Orion, como parte do voo de teste, haverá três manequins, que serão usados, entre outras coisas, para medir o nível de radiação durante o voo. Na primavera de 2019, a NASA anunciou o projeto Artemis, que consistirá em três fases. A primeira delas (Artemis I) prevê um voo não tripulado de Orion ao redor da Lua e seu retorno à Terra. A segunda etapa (Artemis II) é um voo em torno do satélite natural da Terra com uma tripulação a bordo. Na terceira etapa da missão (Artemis III), a NASA esperava pousar astronautas na Lua em 2024 e depois enviá-los para Marte aproximadamente em meados da década de 2030.

“Acho que é suficiente dizer que esta é uma máquina muito complicada, um sistema muito complicado, e todas essas coisas precisam funcionar”

Bill Nelson, administrador da NASA

Nos dias que antecederam o voo, funcionários da agência tentaram gerenciar as expectativas, dizendo repetidamente que o voo era um teste para ver como o foguete se comportava em condições do mundo real e alertaram que provavelmente encontrariam problemas ao longo do caminho.

Entrevista dos oficiais da NASA

Bill Nelson: Orgulhoso da preparação e trabalho dessas equipes para chegar até hoje. Este foguete não voará até que esteja pronto. Desnecessário dizer que sua complexidade é assustadora quando você coloca tudo em foco em uma contagem regressiva. A vice-presidente esteve aqui, ela é muito otimista quando se trata de nosso programa espacial. Ela esteve aqui mais cedo, visitou o Edifício O&C e viu o equipamento da Artemis lá. No geral, ela teve uma visita muito produtiva e espero que vocês a vejam em um lançamento futuro. Entendam que os adiamentos são apenas uma parte do programa. No voo espacial [STS-61C] em que participei, [o comandante]Hoot Gibson e eu adiamos quatro vezes na plataforma. Foi a melhor parte de um mês. Olhando para trás, após a 5ª tentativa e saindo para uma missão bem-sucedida, não teria sido uma boa situação se tentássemos lançar durante um desses adiamentos. Você deseja identificar os riscos, enfatizá-los e corrigi-los. Esse é o objetivo da Artemis I. Enfatize, experimente e conserte para que a Artemis II esteja segura quando colocarmos astronautas a bordo.

Mike Sarafin: Os problemas técnicos que as equipes superaram foram ótimos [para o aprendizado]. Encontramos o que precisamos e queremos de mais tempo para investigar. As últimas 48 horas foram muito dinâmicas. A equipe de lançamento entrou na contagem regressiva no sábado de manhã… No sábado de manhã, tivemos dois relâmpagos na plataforma. As equipes rapidamente descobriram que não havia problemas para prosseguir com a contagem. Também encerramos uma ação na lista de verificação do L-2 MMT, que verificou a cobertura de comunicações com o foguete. Na reunião [pool] de abastecimento no domingo, chegamos às 21:50 EDT para reavaliar a prontidão para abastecer o veículo com propelente gelado – estávamos GO (‘aprovado para prosseguir’). E fomos com a previsão do tempo, 20% de raios, 40% de precipitação, durante o abastececimento. Durante esse tempo, a equipe teve um problema com o software de voo. Demorou 11 minutos para verificar, e uma vez verificado, procedemos. Logo após o GO para tanque, entramos em um alerta de raio que atrasou o abastececimento em uma hora. Uma vez que começamos a abastecer, encontramos um vazamento no QD (sistema umbilical de desconexão rápida, ou ‘quick disconnect’) de 8 polegadas (de abastecimento/drenagem). Isso aconteceu no abastecimento rápido. A equipe diagnosticou, diminuiu a taxa e conseguiu abastecer com sucesso a partir daí. Encaminhando para a sangria do motor, notamos que o motor 3 não estava refrigerando adequadamente. As equipes começaram a investigar e notaram um vazamento na seção intertanque. Entre não esfriar o motor e tentar explorar o vazamento no intertanque, decidimos que era melhor fazer um adiamento hoje, coletar dados e permitir que as equipes descansem. Nós nos reuniremos amanhã às 15:00 EDT para ver quais opções temos disponíveis e atualizaremos a mídia amanhã (30 de agosto) à noite. Hoje foi um dia desafiador – tivemos 42 ‘recortes’ para evitar ‘colisões’ nos quais tivemos que trabalhar, a maioria com apenas alguns segundos, mas alguns minutos. Quando você entende a complexidade dessa missão e programa, precisa saber onde estão todos os detritos espaciais enquanto voamos pelo caminho duas vezes para chegar ao TLI [translunar injection, a fase em que a nave espacial sai da órbita terrestre e escapa para a Lua].

Jim Free

Jim Free: Estamos no LCC – centro de controle de lançamento , e encontrei algumas coisas na equipe hoje – depois do WDR [ensaio abastecido completo] número 4, houve algumas perguntas sobre se deveríamos reverter ou coisas que devemos mudar, e sentimos que pressionar por hoje era o movimento certo a ainda fazer. A equipe de hoje estava estressada e comprimida com um cronograma apertado, enchendo todos os quatro tanques em um ponto. Empurrando através de uma linha do tempo, não fomos capazes de decolar no início da janela como pensávamos, o tempo estava entrando e saindo. Sarafin falou sobre alternar para o controle manual – “quando fomos ao LOX [‘fomos carregar o oxigenio liquido no tanque’] pela primeira vez, ir para o controle manual é sempre um aprendizado para mim. O vazamento continuou crescendo, e saímos dele mudando para o controle manual”. Eu sei que continuamos a falar sobre a equipe, mas todos nós continuamos a aprender. Bob Cabana disse melhor, testamos as pessoas e a máquina durante esses tempos. Charlie estendeu a linha do tempo em cerca de uma hora, o que definitivamente nos ajudou a analisar os dados. Nós conversamos sobre o motor 3 não estar como queríamos, mas todos os quatro motores realmente não estavam exatamente tão frios quanto queríamos. Não teremos todos os dados e implicações hoje, mas queremos compartilhar tudo isso com vocês hoje enquanto ainda está fresco. Confiem em nós, não há nenhum outro grupo que queria passar por isso com sucesso do que o pessoal por trás do console.

Mike Sarafin

Pergunta – Sexta ou segunda-feira é viável já que você está lidando com um motor? Talvez você precise substituir este motor, mas você também disse que o procedimento de ‘chilldown’ (resfriamento do circuito de propelente no motor), qual é o pior caso?

Resposta – Mike Sarafin: Sexta-feira está definitivamente em jogo, mas precisamos olhar para os dados. A equipe está se preparando para uma reinicialização de 96 horas. Preservando opções, reabastecendo materiais na plataforma LC39. As indicações não apontam para um problema no motor, mas no sistema de sangria. Mudou-se o diâmetro dos dutos no teste em Stennis há muito tempo (tornou-se maior). Nunca se entrou totalmente na configuração de sangria por meio de testes anteriores de abastecimento completo. Sabíamos que era um risco conhecido e dissemos que não lançaríamos a menos que passássemos pela demonstração para condicionar termicamente os motores. Só não chegamos lá hoje.

Jim Free: Ficamos carregados por mais tempo para tentar descobrir, tentando economizar tantos ciclos no tanque quanto podemos.

Baia de motores do estágio central com os quatro motores RS-25

Pergunta – Sexta-feira está em jogo, mas dada a magnitude, é provável que o foguete seja lançado na sexta ou improvável? Você pode esclarecer se isso está próximo do problema de QD encontrado nos ensaios completos WDRs?

Resposta – Há uma chance diferente de zero de termos uma oportunidade de lançamento na sexta-feira. Precisamos de tempo para analisar os dados, vamos “jogar todas as 9 entradas”, e só precisamos de tempo para analisar os dados. Durante o WDR, vimos problemas no sistema umbilical de desconexão rápida de 4 e 8 polegadas em termos de capacidade de reter pressão suficiente para vedar adequadamente. Nunca chegou-se a sangrar o próprio motor. Os problemas de QD durante o teste abastecido foram amplamente atenuados. O sistema de 8 polegadas hoje era o problema, tinha um pouco de vazamento que conseguimos resolver diminuindo o preenchimento e o resfriamento. Recebemos uma carga completa, não conseguimos fazer isso durante os primeiros 3 WDRs. O QD de 4 polegadas funcionou bem hoje. Achamos que eles não faziam parte do problema de sangria do motor de hoje.

Pergunta – Possibilidade de rollback [trazer o foguete de volta ao edificio de montagem e testes VAB]? Qual a probabilidade, com base em dados? Se você fosse reverter, o que isso faria com a linha do tempo?

Resposta – Isso está adiantando nossas análises de dados. Precisamos que a equipe descanse e reavalie amanhã para ver o que os dados dizem. Chance diferente de zero, mas faremos o possível para ver onde os dados nos levam. Se pudermos resolver isso operacionalmente, não será necessário reversão. Se pudermos resolver isso nas próximas 48-72 horas na plataforma, sexta-feira está bom.

Pergunta – Você pode nos dar uma visão rápida de como o sistema de sangria funciona? O que foi alterado, por quê?

Resposta – Passando para John Honeycutt amanhã, sei que aumentamos o diâmetro da sangria dos motores, mas essa questão está fora da minha base de experiência.

Seção intertanque do estágio central

Pergunta – Mencionado problema de ventilação na seção intertanque, você pode oferecer mais informações sobre isso? Se você não tivesse problemas com o motor 3, isso teria sido uma violação?

Resposta – Vazamento na válvula de respiro. Queriamos aumentar a pressão no tanque, e a válvula de ventilação não estava funcionando para estabelecer a sangria correta. O motor 3 não estava tendo as temperaturas corretas, a válvula de ventilação não estava ajudando nesse problema e a equipe decidiu que era melhor adiar com base no fato de que precisávamos de mais tempo.

Pergunta – Você mencionou que não viu temperaturas em todos os 4 motores que estava antecipando, mas 3 era o foco. Você pode explicar?

Resposta – Outros tres motores tinham a tendência de chegar na temperatura certa, mas ainda não estavam lá. O motor 3 não estava nem dando sinal disso.

Pergunta – Qual é a temperatura que você precisa que o RS-25 esteja para decolagem? Quao longe estavam estas temperaturas estavam? Como você corrigiu o vazamento de hidrogênio?

Resposta – As temperaturas devem estar em torno de 4.62° C nos motores antes de serem condicionados termicamente. Os motores 1, 2 e 4 estavam perto disso. O 3 não estava nem chegando lá. O vazamento de hidrogênio… molécula incrivelmente pequena. Às vezes, o sistema umbilical de desconexão rápida leva um pouco de imersão a frio, se houver uma diferença de temperatura, pode causar um pouco de vazamento. A equipe da Cryo (equipe que cuida dos fluidos gelados, criogênicos) é muito experiente com isso, e eles recomendaram interromper o fluxo e, em seguida, aumentá-lo lentamente através de procedimentos manuais de fluxo. Deixando-o passar lentamente, deu um bom tempo para condicionar termicamente ambos os lados. Isso aconteceu hoje, tivemos um delicado equilíbrio. Quer-se abastecer o mais rápido possível para cumprir a linha do tempo, mas às vezes você precisa desacelerar para fazer tudo funcionar. Um pouco de ciência, um pouco de arte, para fazer acontecer.

Pergunta – Você estava confiante em fazer uma contagem regressiva completa na plataforma contra o WDR. Algum risco associado?

Resposta – Nós introduziríamos riscos se fizéssemos mais um WDR. Parece que resolvemos os problemas de vazamento no WDR 4. Tive um vazamento hoje, mas resolvemos isso, então ainda estou confiante na decisão de hoje.

Pergunta – Fazendo efetivamente cinco WDRs, você pode me explicar por que não era prudente hoje fazer uma WDR em vez de uma contagem regressiva completa?
Resposta – Outro ciclo de lançamento e retorno. Aprender cada vez que viemos aqui, voltando na história, olhando para a Apollo e seus adiamentos, quantas vezes o Shuttle adiou. Vamos nos deparar com essas questões, e vamos descobrir isso juntos. Se saíssemos para outro WDR, o veículo não estaria ‘fechado’ e pronto para ir – aprendemos sobre nosso sistema FTS [de autodestruição em emergência], trabalhando com o alcance para obter um reteste de 25 dias, etc. Sentimos que estávamos na melhor posição para tentar hoje.

Motor RS-25

Pergunta – Você ficou surpreso ou desapontado com a forma como as coisas aconteceram hoje?

Resposta – Jim Free: Planeje uma viagem de uma semana para a Flórida para passar as férias, você pode ver um lançamento. Exatamente o que eu disse à minha família. Vamos lançar quando estivermos prontos, e essa é a nossa abordagem. Ninguém veio aqui e queria que isso acontecesse mais do que a equipe de lançamento e todos querem que seja um sucesso. Nosso trabalho é torná-lo o mais bem sucedido possível. Podemos tentar de novo, e podemos ter outros problemas… podemos decidir não voar. Essa é a decisão mais importante que podemos tomar.

Mike Sarafin: Todos nós queremos ver esse próximo marco, esse próximo passo. Ver fumaça e fogo, é o que todo mundo quer. Mas não vamos deixar esse obstáculo nos desencorajar do próximo passo. Estamos fazendo isso com muitas novidades – controladores, pessoas, software. Estamos aprendendo o tempo todo. Uma das coisas que amamos é que este é uma organização de aprendizado. Aplicamos muitas lições aprendidas, e essa é outra. Isso não nos impedirá de alcançar o próximo passo.

Pergunta – Os controladores de vôo apresentaram alguns planos para corrigir o problema do motor – você pode nos dar algumas dicas da sala de controle quando isso estava acontecendo?

Resposta – Sim, houve procedimentos “pré-planejados” que a equipe tem para problemas, como o vazamento no QD de 8 polegadas. A equipe trabalhou com eles de forma muito eficiente e metódica. A equipe tinha que ter um equilíbrio delicado de encher os tanques o mais rápido possível para atingir a taxa de lançamento, mas lento o suficiente para não causar outro vazamento. A equipe foi muito metódica. Quando nos deparamos com a condição de sangria do motor, eles notaram, trabalharam com o fato de que tres dos quatro motores pareciam muito bons no condicionamento térmico. Tentei algumas estágios, consultei equipes de engenharia (Boeing, Aerojet Rocketdyne), trabalhei eficientemente em equipe. Um pouco de conversa quando estávamos fora da contingência pré-planejada, mas simplesmente não tivemos sucesso com o problema da válvula de ventilação no intertanque e o gerenciamento da pressão. As equipes então mudaram o foco para manter as pressões dentro dos limites projetados e, finalmente, levaram a uma falha.

Jim Free: As equipes foram para o loop [circuito] de anomalia, pediram mais vezes, foram capazes de executar loops de simulação e coletar dados dessa maneira. O Diretor de Testes da NASA e o Diretor de Lançamento tentando gerenciar o fluxo precisam garantir que permaneçam na linha do tempo.

Pergunta – O dia de hoje lhe dá uma nova apreciação, ou ouve de volta, o que seus antecessores passaram há mais de 50 anos? Como você compara hoje versus ontem?

Resposta – Jim Free: Randy Bresnik disse melhor – na época do Apollo eles não sabiam que isso poderia ser feito, o que é mais impressionante. Hoje, sabemos que é possível. Torna o Apollo mais impressionante porque eles não sabiam. Shuttle, ISS, tudo o que fizemos é impressionante. Eu sei que a equipe hoje vai superar isso, e eles estão inspirados porque viram isso acontecer.

Foguete SLS

Bill Nelson: Eles foram passo a passo. A Apollo 7, depois 8 que foi ao redor da lua, depois a 9 que testou o acoplamento em orbita terrestre. Estamos fundindo todas essas 3 missões na Artemis I. Depois eles foram para a Apollo 10, depois 11, e essa foi a parte do que vão ser as Artemis II e III. É uma compressão de muitas coisas, e nós estamos sobre os ombros de quem já esteve lá antes, com um veículo novinho em folha. Muito impressionante.

Pergunta – Você falou sobre o problema estar no lado do ‘core stage’ (o estágio central), não no lado do motor. Você pode elaborar? Já falou com a Boeing?

Resposta – Discutimos se havia ou não um problema no motor. Precisamos de revisão do motor? Ainda não há indícios disso. A Boeing faz parte de nossa equipe de engenharia, eles estão em nossa equipe de gerenciamento de missão. Eles estavam no controle de lançamento hoje. Aproveitamos a experiência deles e a daqueles em nossos parceiros irmãos. Muitas pessoas pesaram e, no final do dia, não se depararam com apenas um problema, mas um problema composto em que todos decidimos que precisávamos de mais tempo.

Pergunta – há algo na posição do motor 3 que o torna suscetível a esse problema? Isso pode ter acontecido com outro motor?
Resposta – Honeycutt pediu a sua equipe para ver isso. Não prevíamos que isso seria um problema, mas não queríamos deixar nada fora da mesa. Ele provavelmente terá essa resposta amanhã.

[*] No beisebol, um jogo oficial é um em que nove ‘entradas’ (etapas) foram jogadas; exceto quando o jogo está programado com menos entradas, entradas extras são necessárias para determinar um vencedor ou o jogo deve ser interrompido antes que nove entradas tenham sido jogadas.

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Autor: homemdoespacobrasil

Astronautics

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