Foguete SLS com espaçonave Orion decola na segunda-feira em teste para a primeira missão lunar tripulada em 50 anos
A agência espacial americana anunciou na segunda-feira, 22 de agosto de 2022, que liberou sua missão Artemis I para o voo de teste não tripulado ao redor da Lua na próxima semana. A decolagem está programada para segunda-feira, 29 de agosto, durante uma janela de duas horas que abre às 8h33 EDT (12:33 GMT, 9:33 hora de Brasília). A missão histórica do chamado ‘Mega Moon Rocket’ (Megafoguete Lunar), ou Sistema de Lançamento Espacial (SLS), a primeira do programa da NASA que visa “devolver os astronautas à Lua”, decolará da plataforma ‘Pad’ 39B no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Será o primeiro voo do Sistema de Lançamento Espacial, de 98 metros – o foguete mais poderoso da NASA de todos os tempos – e um segundo teste de sua espaçonave Orion. [*]
A Artemis I lançará a nave em uma missão de 42 dias para circundar a Lua e retornar à Terra. A NASA está ‘vendendo’ o voo de teste como sua primeira missão de volta à Lua com uma espaçonave com capacidade de tripulação em quase 50 anos. É também a primeira nova espaçonave da NASA desde que a agência aposentou sua frota de ônibus espaciais há mais de uma década. De acordo com o plano, a Artemis I levará cerca de uma semana para atingir a órbita lunar. Ela ficará lá por cerca de um mês antes de retornar à Terra em 10 de outubro.

Os gerentes da missão disseram na segunda-feira que pretendem forçar a espaçonave Orion, a ir além dos parâmetros originais para voos tripulados, para garantir que o teste. A maratona de 42 dias da missão é maior do que os voos tripulados padrão de 10 dias que a NASA planejou. Isso dará aos norte-americanos e à Agência Espacial Europeia, que construiu o módulo de serviço da nave, tempo para identificar quaisquer problemas a serem resolvidos para o primeiro voo tripulado. A Orion também está carregando um manequim “Moonikin Campos” e dois torsos humanóides cobertos com sensores para medir os efeitos da vibração e radiação espacial no corpo humano, enquanto dez pequenos cubesats serão ejetados do segundo estágio do SLS durante o voo para testar novas tecnologias de exploração. “Estamos levando o veículo ao seu limite, realmente enfatizando-o para se preparar para a tripulação”, disse Sarafin, gerente da missão Artemis da NASA.

Esse voo tripulado será a Artemis II, que a NASA espera voar em 2024. A Artemis III, o primeiro pouso lunar com uma tripulação, está previsto para 2025 e usará um módulo de alunisagem da SpaceX, o Starship lunar para levar astronautas a um dos treze locais candidatos no pólo sul da Lua. Mas ambas as missões, é claro, dependem de como a Artemis I acabar. “Este será o primeiro voo de um novo foguete e uma nova espaçonave”, disse Mike Sarafin, a repórteres. “Estamos fazendo algo que é incrivelmente difícil de fazer e traz riscos inerentes”. Anteriormente, uma espaçonave Orion fez um voo de órbita alongada, em 2014, mas lançada por um foguete Delta-IV Heavy da United launch Alliance.

“Vamos para o lançamento, o que é absolutamente excelente”, disse o administrador associado da agência, ex-astronauta Robert Cabana, a repórteres em uma entrevista coletiva. “Este dia demorou muito para chegar.” Atualmente, a NASA tem três chances de lançar a Artemis I em sua janela de voo atual, que abre em 29 de agosto, após uma reunião de Revisão de Preparação para Lançamento.
O diretor de testes de lançamento da NASA, Charlie Blackwell-Thompson, disse que as equipes têm dois testes finais para trabalhar, um nos ‘boosters’ de propelentes sólidos do foguete (versões estendida dos usados nos shuttles) e outro nas conexões entre o foguete e sua mesa de lançamento móvel. A equipe tem um teste importante, para verificar uma correção para um vazamento detectado em um ensaio de abastecimento de junho durante para preparar os motores do foguete para seu propelente super-refrigerado, este teste só pode ser realizado no dia do lançamento.
[*] – O Exploration Flight Test-1 ou EFT-1 (anteriormente conhecido como Orion Flight Test 1 ou OFT-1) foi o primeiro voo de teste do módulo da tripulação da nave Orion “Multi-Purpose Crew Vehicle”. Foi um lançamento sem tripulação, que decolou em 5 de dezembro de 2014, às 12:05 UTC, por um foguete Delta IV Heavy a partir do Space Launch Complex 37B na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral. A missão foi um teste de quatro horas e duas órbitas da cápsula da tripulação numa trajetória de alto apogeu na segunda órbita e concluindo com uma reentrada de ‘alta energia’ com cerca de 8,9 quilômetros por segundo. O voo pretendia testar vários sistemas da nave, incluindo eventos de separação, aviônicos, escudo térmico, pára-quedas e operações de recuperação antes de seu voo a bordo do Sistema de Lançamento Espacial na Artemis 1, mais de sete anos após o EFT-1. Esta foi uma missão corresponde à Apollo 4 de 1967, que validou o sistema de controle de voo da espaçonave Apollo e o escudo térmico nas condições de reentrada planejadas para o retorno das missões lunares.
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