Espaçonave fará segundo voo sem tripulantes e deve acoplar à ISS


A NASA e a Boeing vão lançar a espaçonave Starliner CST-100, (número S2.1) desenhada para transportar astronautas para a Estação Espacial Internacional em seu segundo voo de teste. O horário de decolagem hoje, 19 de maio de 2022, foi estabelecido para o foguete Atlas V enviar a Starliner em órbita de convergência com a estação espacial internacional. Com base nos cálculos mais recentes de quando o plano orbital da estação vai passar sobre a plataforma de Cabo Canaveral, o lançamento ocorrerá às 18:54:47 EDT (22:54:47 UTC / 19:54:47 Brasília). A decolagem será a partir do Space Launch Complex-41 na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, Flórida. O foguete Atlas V N22 número AV-082 da United Launch Alliance lançará a nave espacial da Boeing.
Às 16:12 de Brasilia, a Boeing anunciou: “As válvulas de isolamento do oxidante do módulo de serviço da Starliner concluíram seu ciclo final antes do lançamento. As válvulas foram cicladas sete vezes desde o carregamento do propelente na fábrica. Como parte das operações de pré-lançamento padrão, em cerca de 30 minutos, eles serão abertos para o voo.”
A missão, denominada Orbital Flight Test 2, OFT-2, é uma repetição – desta vez completa, espera-se – da OFT-1 lançada em dezembro de 2019 e que sofreu falhas de software que impediram a acoplagem com a estação. Este voo de teste é o último grande passo antes que o Atlas V e a cápsula Starliner levem astronautas americanos à ISS como parte do Programa de Tripulação Comercial da NASA.
O foguete levará a espaçonave a uma trajetória suborbital de 181,496 km. O primeiro estágio fará uma trajetória que colocará o estágio Centauro numa órbita de 182 km x 73 km, com a nave fazendo um impulso de elevação de perigeu 16 minutos após a separação. Numa animação da ULA de 12 de maio passado, a altitude em que ocorreria a separação da Starliner do Centauro seria ainda menor: 162 km no momento de Tcp + ~ 890 segundos. Risco novamente. O impulso específico dos motores OMAC, que realizam manobras orbitais, é de cerca de 288 segundos, com empuxo de 7.000 newtows. O tempo para atingir 90% de empuxo é inferior a 5 milisegundos. Com um peso de lançamento da nave em de cerca de 13.250 kg, o consumo de propelente deve ser mais do que suficiente para o acoplamento com a ISS e ainda permitir folga em manobras subsequentes.
Após a separação do Atlas V, os motores da Starliner serão acionados levando-a pelo resto da trajetoria em órbita até a estação espacial, acoplando-se à porta de engate frontal PMA-2/IDA-2 no módulo americano Harmony.
Webcast do Homem do Espaço

Parte do Programa de Tripulação Comercial da NASA (CCP), o OFT não tripulado é o segundo lançamento d Starliner. O segundo voo de teste sem tripulação demonstrará o desempenho de ponta a ponta do foguete e da espaçonave, incluindo os sistemas de orientação, navegação e controle, sistemas terrestres e equipes de operações, bem como em órbita, acoplagem, operações de entrada e pouso. A Starliner vai pousar em um dos cinco locais designados no oeste dos Estados Unidos.

Modificada especificamente para a CST-100, a configuração do Atlas V não inclui uma carenagem de carga útil. Em vez disso, as superfícies isoladas da nave substituem a usual carenagem de cabeça para proteger a espaçonave não tripulada durante a subida. O comprimento do foguete com a nave é de aproximadamente 52,4 metros.
A Starliner é intergrada ao Atlas V usando um adaptador de veículo de lançamento (launch vehicle adapter – LVA), que também inclui uma saia para reduzir as cargas aerodinâmicas no veículo. Esta aerossaia é descartada para melhor desempenho após a separação do estágio central.

O segundo estágio Centauro tem 3,05 metros de diâmetro e 12,61 m de comprimento. Seus tanques de propelente são estabilizados por pressão e construídos em aço inox resistente à corrosão. O Centauro é um veículo criogênico, alimentado com hidrogênio e oxigênio líquidos. A configuração do Atlas V para esta missão é alimentada por dois motores RL10A-4-2, cada um produzindo 10.251,188 kgf (100,5 kilonewtons) de empuxo. Os tanques criogênicos são isolados com uma combinação de mantas purgadas com hélio, escudos de calor e isolamento de espuma em spray (SOFI). O adaptador dianteiro Centauro (CFA) fornece montagens estruturais para o sistema aviônico tolerante a falhas e interfaces elétricas com a espaçonave. O Centauro também inclui um Sistema de Detecção de Emergência (EDS) que monitora perigos para detectar uma falha iminente ou em andamento.


O primeiro estágio tem 3,81 metros de diâmetro e 32,4 metros de comprimento. Os tanques são estruturalmente rígidos e construídos com barris de alumínio tipo isogrid, cúpulas de alumínio conformadas e saias intertanques. A propulsão é produzida pelo sistema de motor RD-180 (uma única turbomaquinaria com duas câmaras de empuxo). O RD-180 queima RP-1 (Rocket Propellant-1 ou querosene altamente purificado) e oxigênio líquido, e fornece 390.180,155 kgf (3,83 meganewtons) de empuxo ao nível do mar. Dois impulsionadores de propelentes sólidos (SRBs) geram a energia adicional necessária na decolagem, com cada SRB produzindo 158.076,94 kgf (1,55 meganewtons) de empuxo. O sistema de aviônicos do Centauro desempenha funções de orientação, controle de voo e sequenciamento durante as fases de voo de primeiro estágio e de Centauro.
Sequência de voo da missão OFT-2
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