SpaceX lança ‘Transporter-4’

‘Booster’ B1061.7 colocou em órbita quarenta satélites

Falcon 9 v1.2 FT Block 5 decola de Cabo Canaveral no sétimo lançamento do ‘core’ B1061

O foguete Falcon 9 v1.2 FT Block 5 lançou a Transporter-4, quarta missão dedicada do Programa SmallSat Rideshare da SpaceX com 40 satélites de pequeno porte, do Space Launch Complex 40 (SLC-40) em Cabo Canaveral, Flórida, hoje 1º de abril de 2022, às 16:24:16.974 UTC – 13:24:16.974 de Brasilia. O primeiro estágio do Falcon 9 pousou na balsa-drone ‘Just Read the Instructions‘, que estava estacionada a 532 km do Cabo Canaveral no Oceano Atlântico, rebocada pelo Finn Falgout; A recuperação das conchas da carenagem da cabeça foi feita a 604 km, pelo navio de apoio ‘Bob’.

Anteriormente, o “core” B1061 de primeiro estágio lançou seis missões, uma Starlink, as primeira e segunda missões operacionais de astronautas americanos para a Estação Espacial Internacional pela SpaceX ; também lançou o satélite Sirius Radio SXM-8, a missão de reabastecimento Cargo Dragon 2 CRS-23 para a ISS e a missão Imaging X-ray Polarimetry Explorer da NASA. Após este voo bem-sucedido, recebeu em definitivo a designação “B1061.7”.

O programa SmallSat Rideshare da SpaceX oferece a pequenos operadores missões de carona compartilhada programadas e dedicadas do Falcon 9 em órbita para cargas úteis da classe ESPA por US$ 1 milhão por missão, o que inclui até 200 kg de carga útil.

A Transporter-4 carrega satélites de EUA,  França, Lituânia, Índia, Eslováquia, Brasil, Noruega, Argentina e, possivelmente, Dinamarca
Satélites montados no adaptador-ejetor, montados na carenagem de cabeça do foguete

O peso total do foguete na decolagem foi de cerca de 55o.300 kg. ; Já o segundo estágio deveria fazer a reentrada sobre o Oceano Índico.

As quarenta cargas úteis foram montadas no topo do segundo estágio foguete em uma configuração especial no adaptador com tecnologia de anel ESPA (Expendable Secondary Port Adapter). O ESPA permite que se conectem dezenas de pequenos satélites ao adaptador para obter o máximo de um lançamento em uma única missão. As empresas também têm a opção de usar adaptadores ESPA personalizados para satélites.

Arranjo dos satélites no suporte, com seus dispensadores

A missão Transporter-4 ejetou os 40 satélites em órbita síncrona com o sol, incluindo “cubeSats, microsats, picosats, cargas úteis hospedadas sem liberação da carga útil e um veículo de transferência orbital transportando espaçonaves para serem liberados posteriormente”, disse a empresa. Sob o programa, a empresa tem um preço base de US$ 1,1 milhão para ejetar uma carga útil de 200 quilos.

Etapas do lançamento a partir da decolagem (T zero) até o pouso na balsa-drone pelo primeiro estágio

As cargas úteis incluem cubesats, microsats, picosats [*], cargas hospedadas e um satélite de transferência orbital: entre eles o LEO-1 / Omnispace 1; Shankuntala/Pixxel 2; doze satélites Swarm, os Hawk 4A, 4B, 4C e EnMAP.

O manifesto da Exolaunch na missão Transporter-4 inclui as seguintes cargas e empresas:

SPARK 1 da Omnispace (EUA) – projetado e construído pela Thales Alenia Space em conjunto com NanoAvionics, Syrlinks & ANYWAVES, este satélite NGSO de nova geração operará na Banda S 2. O Omnispace Spark 1 suportará o padrão 3GPP da indústria móvel, possibilitando a conectividade direta a dispositivos compatíveis. Este programa servirá para avançar no desenvolvimento e implementação da rede global híbrida não-terrestre (NTN) da Omnispace;

MP42 da NanoAvionics (EUA, Reino Unido e Lituânia) – o primeiro microsat ejetado pelo suporte em anel da NanoAvionics transportando cargas úteis de cinco empresas diferentes. O hardware e o software do chassi de satélite MP42, bem como a infraestrutura de operações da missão, são estabelecidos na arquitetura de linha de base e blocos específicos da missão para integração flexível e econômica, resultando em ampla aplicabilidade, confiabilidade, repetibilidade e manufaturabilidade.

SHAKUNTALA da Pixxel (EUA e Índia) – é um satélite de imageamento hiperespectral da Terra. A constelação é projetada para oferecer cobertura global a cada 24 horas, com o objetivo de detectar, monitorar e prever fenômenos globais;

BDSAT da Spacemanic (Eslováquia) – O projeto BDsat visa apoiar a comunidade de radioamadores com vários serviços e atividades. O objetivo secundário é a verificação de um protótipo de equipamento de medição de pressão e verificar a funcionalidade desta tecnologia em condições de espaço aberto.

O AlfaCrux, desenvolvido nos laboratórios da Universidade de Brasília

ALFACRUX da Universidade de Brasília (Brasil) – desenvolvido pela UnB e fabricado pela Alen Space, o satélite AlfaCrux é projetado para investigações educacionais e técnicas de comunicação de banda estreita e suas aplicações realizadas por pesquisadores, estudantes e operadores de rádio amadores interessados em técnica de rádio sem juros pecuniários. Desenvolvido no laboratório da Universidade de Brasília (UnB), representa o resultado de uma parceria entre a instituição, a Agência Espacial Brasileira e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). A Alén Space se uniu ao projeto da Universidade de Brasília para desenvolver um CubeSat tipo 1U que permitirá a realização de pesquisas e experimentos na área de comunicações. Juntas, as equipes galega e brasileira trabalharam na plataforma 1U, que inclui sistema de energia, painéis solares, baterias, computador de bordo, sistema de comunicações, antenas e estrutura; software de bordo e de controle de missão; uma carga útil de comunicações TOTEM SDR , preparada para oferecer demonstrações de comunicações e realizar experimentos SDR (Software Defined Radio). Além disso, uma solução integral GS-Kit para a instalação de uma estação terrestre de rastreamento por satélite na Universidade de Brasília. O satélite tem aresta de dez centímetros e pesa 1,5 quilo, e foi produzido com uma combinação de sistemas vindos de fora do país com soluções desenvolvidas no Brasil. O subsistema de orientação espacial , por exemplo, foi criado pelo próprio time de pesquisadores do nanossatélite. O satélite ficará em órbita a cerca de 500 quilômetros de altitude estabelecendo conexão de dados e voz com a superfície. A iniciativa é parte de uma onda de projetos que buscam desenvolver satélites de dimensões reduzidas, além de baixo custo de produção, lançamento e manutenção. Possíveis demonstrações técnicas em órbita incluem soluções de digipeaters, impactos de cintilação no link de comunicação via satélite e sistemas de coleta de dados.

BRO-7 da UNSEENLABS (França) – o sétimo satélite da constelação da UNSEENLABS dedicado à geolocalização de embarcações no mar. A UNSEENLABS processa e analisa os dados de radiofrequencia e oferece conhecimento exclusivo para operações de segurança nacional, proteção ambiental e um número crescente de aplicações no setor comercial. Sua constelação é projetada para oferecer dados aos clientes para acompanhar o tráfego marítimo, independentemente do horário do dia e das condições climáticas.

ARCSAT do Norwegian Defense Research Establishment (FFI) (Noruega) – um nanossatélite fabricado pela GomSpace projetado para demonstrar o uso e a relevância de um relé de satélite para comunicação UHF em altas latitudes. O satélite será capaz de cobrir qualquer ponto da superfície da Terra variando de 4 a 15 passagens diárias em latitudes mais altas a partir de uma órbita polar;

Cinco NEWSAT MICROSATS da Satellogic (EUA e Argentina) – a missão será a primeira do novo modelo de satélite Mark V da Satellogic. Essa nova geração de satélites aprimora a constelação da empresa com câmeras, rádios, computadores e outros subsistemas aprimorados, compatíveis com todos os componentes dos modelos anteriores, oferecendo aos clientes da Satellogic produtos de maior qualidade. Os satélites restantes são quatro NewSats Mark IV atualizados. Esses satélites aprimorados contêm maior armazenamento a bordo e atualizações nos sistemas de propulsão e navegação. Este lançamento expandirá a frota da Satellogic para 22 satélites oferecendo dados de alta resolução.

Foguete Falcon 9 v1.2 FT Block 5

CONTAGEM REGRESSIVA
Todos os horários são aproximados

hh / min: s: Evento
00:38:00 O diretor de lançamento da SpaceX verifica o abastecimento do propelente
00:35:00 RP-1 (querosene de grau de foguete) abastecido nos tanques
00:35:00 abastecimento dos tanques do primeiro estágio com oxigênio líquido
00:16:00 Carregamento de LOX do segundo estágio
00:07:00 Foguete inicia o resfriamento dos motores (chilldown) antes do lançamento
00:01:00 Computador de voo habilita rotina de comando para decolagem nas verificações finais de pré-lançamento
00:01:00 A pressurização dos tanques de propelente para a pressão de voo é regulada
00:00:45 Diretor de lançamento da SpaceX certifica o lançamento
00:00:03 O controlador comanda a sequência de ignição dos motores para decolagem
00:00:00 Decolagem do Falcon 9

LANÇAMENTO, ATERRISSAGEM E LIBERAÇÃO
Todos os horários são aproximados

hh / min: s: Evento
00:01:12 Max Q (momento de máximo de estresse mecânico no foguete)
00:02:30 Corte do motor principais do 1º estágio (MECO)
00:02:34 primeiro e segundo estágios separados (estagiamento)
00:02:41 Ignição dos motores do 2º estágio
00:03:01 Liberação de carenagem
00:08:40 Começa a queima de entrada do 1º estágio
00:09:09 A queima de entrada do 1º estágio termina
00:09:59 Corte do motor do 2º estágio (SECO)
00:09:59 Começa a queima de pouso do 1º estágio
00:10:26 Pouso do primeiro estágio
00:14:00 Ejeção do EnMAP
00:16:41 LEO-1 é liberado
00:17:30 Ejeção do GNOMES-3
00:28:43 Re-ignição do motor do 2º estágio (SES-2)
00:28:45 Corte do motor do 2º estágio (SECO-2)
01:08:28 Re-ignição do motor do 2º estágio (SES-3)
01:08:29 Corte do motor do 2º estágio (SECO-3)
01:14:42 O ARCSAT é liberado
01:14:54 Liberação do AlfaCrux
01:15:07 Liberação de 12 satélites Swarm
01:16:22 Shankuntala liberado
01:16:39 BD-Sat liberado
01:17:08 BRO-7 é liberado
01:17:28 Liberação do NewSat-27
01:17:44 Liberação do NewSat-23
01:18:43 Liberação do NewSat-24
01:20:18 Liberação do NewSat-25
01:22:48 Liberação do NewSat-26
01:23:25 Hawk 4C é liberado
01:23:36 Hawk 4B liberado
01:24:13 Hawk 4A liberado
01:25:46 Ejeção do MP42
01:25:58 Lynk Tower 01 é liberado

[*] – Na classificação de massa e em termos estritos, um nanossatélite (ou nanosat) é qualquer satélite com massa de 1 kg a 10 kg. Nesta base de dados, “nanosatélite” abrange todos os CubeSats , PocketQubes , TubeSats , SunCubes , ThinSats e picossatélites não-padronizados, salvo indicação em contrário. O limite superior é de 10 kg para tipos não padronizados de nanosats e CubeSat tamanho 27U (de 30 a 40 kg). O limite inferior é o “1p”, os “PocketQubes” e demais picossatélites personalizados acima de 100 g, e os “SunCubes” que podem ser inferiores a 100 gramas.

Todos fazem parte da mesma revolução dos pequenos CubeSats e são fruto do desenvolvimento da tecnologia eletrônica moderna em termos de miniaturização de componentes. A classificação pela massa , porém, não é restrita a números exatos: Um CubeSat tamanho 1U pode ter 0,8 kg, mas também de 1,3 kg. Um 6U pode ser inferior ou superior a 10 kg. A maioria das massas desses pequenos aparelhos não são divulgadas.

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Autor: homemdoespacobrasil

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